
FEIJÕES
Data 25/01/2011 20:06:42 | Tópico: Poemas
| FEIJÕES Autor: Carlos Henrique Rangel
Quando criança, único filho que sou, Brincava sozinho inventando mundos. No inicio os mundo eram os dos filmes. Nada criativo, eu sei... Mas os personagens de carne e osso Do cinema, não o eram em meus mundos. Eu usava o que tinha à mão: Feijões, milhos, folhas e botões... E havia fases para os mundos... Podia ser um mundo de piratas Ou a Grécia antiga e a mitologia Ou mesmo o Brasil dos bandeirantes... Bem, o fato que me marcou e até hoje lembro com tristeza, Foi a fase dos bandeirantes... A grama da minha casa era minha floresta. O mundo dos sertões... Meus bandeirantes eram feijões brancos E meus índios uns feijões marrons. E todos os dias após às aulas Eu sentava na grama e em minha solidão Que não existia Criava estórias e lutas entre meus “heróis” Bandeirantes e os índios... Havia um em especial, o chefe da Bandeira... Era o “artista” o que nunca morria... Então aconteceu o desastre... Choveu a noite inteira... No outro dia quando fui retomar A brincadeira Não encontrei apenas a grama molhada... Meus amigos Bandeirantes e índios... Coitados... Não, não morreram... Pior... Brotaram... Não brinco mais com feijões... Hoje meus personagens estão na cabeça... Não correm o risco de brotarem...
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