
o segredo de sherazade
Data 18/01/2011 16:09:20 | Tópico: Poemas
| havia um sultão glutão devorador de mulheres as matava ao fim do festim uma noite de carne, vinho e jasmim e a condenada já tinha um fim. Dizem em seu beneficio que ele nem sempre fora assim uma vez amara por demais deusa linda e traiçoeira não mereceu a traidora a dedicação do mandarim o amor que ele dispunha transmutou-se em puro sal nunca mais, jurou para si, fera ferida, tornou-se mal, terei dó ou piedade por quem não teve dó de mim! Pagarão as justas pela pecadora agora há que ser assim o bicho mulher em geral ficou marcado de morte uma noite e nada mais diversão a toda sorte o coração não se arrisca do gosto, gostar indevido um monstro se cultivou pelo medo de ser magoado magoador-mor se tornou. a anônima Sherezade dessa história ficou ciente dizem alguns, se condoeu da triste sorte do rei meliante outros que a fonte era vingança de uma amiga devorada pelo bruto em sua festança o movel não se sabe ao certo exceto das suas virtudes de além de linda, ser paciente tramando em trama urdida ao bruto se fez oferecida não temia a dor nem a morte jogou na sorte com a propria vida. conduzida ao palacio, desafio face a face com o devorador, sentiu que a beleza sua o apetite lhe aguçava mas lhe fez interessar por uma história que contava com suspense que dava gosto e pôs o ponto de amarração quando o sol já quase brilhava e sem se fazer de brava disse que mais não contava aceitava a hora da execução. o rei enrolado em seu novelo entre a promessa a si já feita curioso pela história que não chegou ao fim nova noite concedeu, mas ja foi lhe avisando uma mais e nada mais pois com ele , era assim! com beleza e esperteza, a moça não se fez de rogada disse que lhe contaria o conto até o fim da madrugada. uma noite e outra mais sempre a mesma estratagema a história que fiava uma na outra entremeava e o sol por testemunha sempre que ele nascia restava história não contada. noites e noites de fala doce dizem que mil e uma atravessadas em tão bom entretenimento que o rei ja nem se lembrava do seu torpe juramento. apanhou gosto pela donzela se nutriu com a formosura em paixão foi se enredando e foi como numa travessura em tal grau de afeição nada mais ja lhe restava que ao mal fadado decreto decretou revogação e pra moça tão esperta declarou sua paixão. de histórias que nunca acabam em tramas bem emendadas sherazade fez escola com a sua sabedoria toda noite quando lhe ouço as conversas sobre o seu dia imagino no amanhã o que mais me contaria. mais uma noite e mais um dia e nesse ritmo tão tranquilo coração meu, de tão fechado, vai se abrindo aos pouquinhos vira amor a simpatía e já te quero, só pra mim.
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