
Ema
Data 08/09/2007 12:35:15 | Tópico: Textos
| GUIÃO Discrição das personagens Personagem principal: Ema: miúda com cerca de 12 anos de idade, morena olhos e cabelo comprido castanhos, franzina e baixa; Personagens secundárias: James: homem alto, magro com cerca de 35 anos moreno, com olhos e cabelo castanhos, como a filha, Ludovika: magra, muito bem feita de corpo, com altura mediana, cabelo negro e comprido e olhos de um azul faiscante, agressivo, pele muito branca; Andresa: roliça, baixinha, morena, olhos verdes e cabelo curto e castanho claro. CENA 1 exterior/ casa de Luduvika/ tarde James sai de casa com Ema carregado de malas e entram ambos num taxi. Ema: Estou contente por finalmente poder ir para casa da tia Andresa (tosse). Oh pai, tu achas que a mãe finalmente vai deixar de discutir contigo e de descarregar os problemas dela em cima de mim? James: Gostava de poder responder-te, minha querida, mas não sei o que te diga. CENA 2 exterior/ casa de Andresa/ ao anoitecer Saem os dois do taxi, James paga e depois é ajudado pelo motorista a tirar as malas da bagageira do carro. Pega nas malas e dirigem-se para a casa de Andresa e ao chegarem lá batem à porta. Andresa:<br />Ema, finalmente! Está boa? Ema (tossindo): Olá, tia Andresa, tudo bem? Eu não estou muito bem. Tenho andado a tossir e não sei o que é isto. Andresa: Depois temos de ver isso. Olá James, entra e põe aí as malas. Anda Ema, vou mostrar-te o teu quarto. CENA 3 Interior/ casa de Andresa/ já noite Entram dentro de casa. Andresa: Espera aí um pouco James, eu vou mostrar o quarto à Ema. Saem ambas da sala, James pousa as malas e senta-se no sofá. CENA 4 Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ noite Ema: Uau! Que quarto tão lindo, tia Andresa, parece que esteve sempre à minha espera! Andresa: Era o quarto da minha filha, deixei-o tal e qual como estava. Agora é teu. Ema: O que lhe aconteceu, tia Andresa? Andresa (tristemente): O teu tio e ela tiveram um acidente de carro e morreram os dois. Ema: Desculpa ter perguntado, tia, mas eu não sabia. Anda, vamos ter com o pai. CENA 5 Interior/ casa de Andresa/ sala/ noite Regressam à sala onde encontram James no sofá, impaciente. James: Podiam ter demorado menos, não? Ema: Desculpa pai. Estivemos a conversar. James: Vá Ema, Já são horas de ires para a cama. Eu já te levo qualquer coisa para comeres. Ema: Está bem, pai. até amanhã, tia Andresa (diz beijando-a). Até já, pai. Ema sai da sala. James e Andresa vão para a cozinha. CENA 6 Interior/ casa de Andresa/ cozinha/ noite James: Estou preocupado com a Ema, acho que está a ficar doente. Andresa: Pode ser que não seja nada, James. James: Bom, acho que vou para a cama, estou cansado. Até amanhã. Andresa: Espera aí, deixa-me apagar as luzes que eu também vou. Saem da cozinha e dirigem-se cada um para o seu quarto. CENA 7 Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ Madrugada. Ema delira, chora convulsivamente e chama pelo pai. O pai acorda e corre para o quarto de Ema para ver o que se passa. Ouvindo também, Andresa vai ao seu encontro. James: Ema, o que tens, acorda, filha. Andresa (pondo a mão na testa de Ema): Ela está a ferver em febre, acho que é melhor levá-la ao hospital, penso que está com uma pneumonia. James: Vou-me vestir. Chama um taxi. CENA 8 Exterior/ casa de Andresa/ madrugada Depois de vestido, James pega em Ema ao colo, sai de casa e entra num taxi. CENA 9 Interior/ hospital/ sala de espera/ madrugada James está inquieto à espera que o médico venha à sala de espera dizer-lhe o que se passa. O médico entra. James: O que se passa, doutor, o que é que a Ema tem? Médico: A Ema está com uma pneumonia e terá que ficar internada durante uns dias para ser medicada e tratada devidamente. James: Posso vê-la? Médico: Pode mas não demore muito tempo, Ema tem de descansar. Saem ambos da sala e o médico leva-o ao quarto de Ema. CENA 10 Interior/ hospital/ quarto de Ema/ madrugada James: Ema, como te sentes? Ema (tossindo): Estou com frio e sinto-me doente. James puxa para cima um cobertor que estava aos pés da cama. James: Dorme que o pai amanhã volta. E beija-a. Ema: Até amanhã, pai. A mãe sabe que eu estou aqui? James: Acho que a tua tia lhe telefonou. Ema: Por favor pai, fica comigo. Eu tenho medo que ela venha cá. James: Descansa que ela não te pode fazer mal. Aqui estás protegida. Até amanhã. CENA 11 Interior/ hospital/ corredor do hospital/ manhã Luduvika dirige-se a uma enfermeira. Luduvika: Bom dia, eu sou a mãe de Ema e desejo visitá-la. Enfermeira: Vou levá-la ao quarto de Ema. CENA 12 Interior/ hospital/ quarto de Ema/ manhã A enfermeira deixa Luduvika à porta do quarto e Luduvika entra. Luduvika: Então, Ema sentes-te bem perto do teu pai? Ema: Sim. Luduvika: Não queres vir comigo? Divertes-te muito mais. Ema: Não , obrigado. Luduvika: Não me respondas assim, sabes que eu e o teu pai temos problemas e que eu te quero só para mim. Por isso tens de voltar comigo para casa. Senão... Ema: Não vou, não quero ir. Luduvika: Pronto, está bem. Trouxe-te um sumo, queres? Ema: Sim, quero. Luduvika: Espera um pouco que eu ali buscar um copo. Luduvika vira-lhe as costas e dirige-se a uma mesa onde estavam copos e um jarro com água. Pega num copo, tira um frasco e o sumo da mala, abre o frasco e olha para o rótulo onde está inscrita a palavra "Cianeto". Deita um pouco para o copo e depois deita o sumo. De seguida dirige-se para Ema e na altura em que vai dar-lhe o copo, entra James que a impede derrubando o copo no chão. James: Queres matá-la? Achas que ela tem culpa que me odeies? Luduvika: Ela é minha filha e eu tenho direito de querê-la só para mim. Quando te foste embora não devias tê-la levado contigo. Ela é minha filha. James: É mas não a tratas como tal. E além disso, ela também é minha filha e ao contrário de ti, eu quero o bem dela. James pega em Ema ao colo e sai porta fora. CENA 13 Interior/ corredor do hospital/ manhã Luduvika sai no encalço de James e Ema. Luduvika: Onde pensas que a levas? James: Para donde nunca deveria ter saído, levo-a para casa da tia. Dizendo isto, dá-lhe um empurrão e corre com Ema ao c (não Sei o que aconteceu ao resto do texto)
CENA 14 Exterior/ fora do hospital/ manhã Já fora do hospital, James apanha um autocarro que ali estava e volta para casa de Andresa. CENA 15 Interior/ café/ perto do hospital/ hora do almoço Luduvika entra no café e dirige-se ao empregado. Empregado: Deseja alguma coisa, minha senhora? Luduvika: Tem aí alguma lista telefónica? Empregado: Tenho sim, minha senhora. Luduvika: Pode trazer-ma? Empregado: É para já. O empregado vai buscar a lista telefónica e leva-a a Luduvika que procura o nome de Andresa na lista telefónica e quando encontra, pega num guardanapo que estava em cima do balcão, tira uma caneta da carteira e rabisca a morada de Andresa no guardanapo, guarda-o e sai do café. CENA 16 Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ tarde James dorme calmamente numa cadeira de baloiço no quarto de Ema. CENA 17 Interior/ casa de Andresa/ cozinha/ tarde Andresa está a fazer o jantar e ouve bater à porta. Larga o que está a fazer e sai da cozinha para ver quem é. CENA 18 Interior/ casa de Andresa/ sala/ anoitecer Andresa atravessa a sala e abre a porta. Luduvika entra de rompante na sala e começa à procura de James e Ema. Andresa, percebendo o que se passa, vai buscar a caçadeira do marido que está num armário da sala, olha tristemente para uma fotografia onde se encontram um homem e uma menina e dá um tiro numa perna de Luduvika. CENA 19 Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ ao anoitecer Ema e James acordam com o barulho que o tiro fez e saem do quarto em direcção à sala. CENA 2O Interior/ casa de Andresa/ sala/ ao anoitecer Quando Ema e James entram na sala vêem Luduvika a arrastar-se no chão a e tirar um frasco do bolso e sem que ninguém possa fazer nada, Luduvika olha para o frasco com malícia enquanto o abre e atira o líquido para o pescoço de James que agoniza até à morte. Luduvika: Isto é ácido sulfúrico e James morrerá! Ha! Ha! Ha! Ema assiste à cena e foge assustada. CENA 21 Exterior/ pântano/ noite Ema assustada foge para um pântano e lá encontra uma cabana onde bate à porta. CENA 22 Interior/ pântano/ cabana/ noite A porta abre-se e Ema entra fechando a porta atrás de si. A cabana está muito escura e só quando os seus olhos se habituam à escuridão é que depara com um horrendo homem com o aspecto de uma múmia imunda. Ema tenta fugir mas o homem do pântano agarra-a. Homem do pântano: Eu não te faço mal. Diz-me porque é que uma menina como tu está no pântano e ainda por cima à noite? Ema: Fugi de casa de minha tia porque a minha mãe apareceu e matou o meu pai. Eu, com medo, fugi sem saber que viria ter a um pântano. Homem do pântano: Aqui ninguém te faz mal, eu protejo-te. Na altura em que diz isto, Luduvika entra na cabana e tenta agarrar Ema mas o homem do pântano impede-a de se aproximar de Ema e Luduvika, olhando em volta, encontra uma estaca e, com ela apunhala o homem até ter a certeza de que ele está morto. Luduvika: Ema, filha, vem comigo, seremos felizes agora que o maldito do teu pai morreu, eu te protegerei. Ema: Não! E Ema com ódio agarra num machado que ali se encontrava e racha ao meio a cabaça da mãe. CENA 23 Interior/ casa de Andresa/ manhã Ema regressa a casa da tia e encontra-a caída no chão com um braço queimado pelo ácido sulfúrico. Ema dirige-se ao telefone. Ema: Por favor, queria uma ambulância para a rua Gago Coutinho nº 72. A minha tia tem o braço todo queimado. Rápido, por favor. Ema senta-se no chão ao pé da tia e fica à espera da ambulância. Quando a ambulância chega, Ema dirige-se à porta para a abrir e dois maqueiros entram na sala e colocam Andresa na maca e saem todos de casa. CENA 24 Exterior/ casa de Andresa/ manhã Ema vai com a tia e os maqueiros para a ambulância, os maqueiros colocam Andresa dentro da ambulância, Ema e os maqueiros entram e a ambulância arranca rumo ao hospital. CENA 25 Interior/ ambulância/ manhã Ema olha tristemente para a janela da ambulância e vê um anuncio publicitário que diz "feliz ano novo! ano 2000, o ano da nova geração!" CENA 26 Exterior/ hospital/ tarde Chegados ao hospital, Andresa é levada para a sala de urgências e Ema para a sala de espera. CENA 27 Interior/ hospital/ sala de espera/ tarde Ema aguarda a chegada do médico para saber como se encontra a tia. Aparece o médico. Ema: Doutor, como está a minha tia? Médico: Graças a ti, a tua tia já está a ser tratada, mas terá que cá ficar. Queres que chame um taxi? Ema: Sim doutor, obrigado. Médico: Já mandámos outra ambulância para ir buscar o teu pai , que como já sabes, está morto. Ema: Sim, eu sei. A minha mãe e o homem do pântano também estão. Todos menos eu... Médico: Onde está a tua mãe e o homem do pântano? Ema: Estão num pântano. Médico: Sabes onde é? Ema: Não. Porque fugi e quando regressei a casa, ia tão perturbada que não reparei no caminho. Médico: Nós tratamos disso. Vai para casa, toma um banho e descansa. CENA 28 Exterior/ hospital/ tarde Ema sai do hospital e entra no taxi que já estava à porta do hospital à espera dela. CENA 29 Interior/ casa de Andresa/ casa de banho/ tarde Já em casa, Ema dirige-se à casa de banho, vai tomar banho e chora tristemente. Após o banho, veste-se e dirige-se para o quarto. CENA 30 Interior/ casa de Andresa/ quarto de Ema/ tarde Ema entra no quarto, deita-se e adormece. Quando acorda, encontra-se noutro quarto. Olha em volta. Ema: Mas este quarto é o meu antigo quarto em casa da minha mãe! Levanta-se e saindo do quarto dirige-se à sala. CENA 31 Interior/ casa de Luduvika/ sala/ manhã Ema entra na sala e encontra a mãe sentada num sofá. Ema: Mamã, então não morreste? Luduvika: Claro que não, que disparate. Anda cá, senta-te ao colo da mãe. (Ema começa a chorar). Não chores. Tiveste um pesadelo, esquece isso. Ema senta-se ao colo da mãe e chora, feliz por tudo não ter passado de um pesadelo.
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