
Cegueira
Data 16/01/2011 17:15:17 | Tópico: Prosas Poéticas
| As pegadas deixadas pr’a trás Eram ainda bem visíveis, Ficaram marcadas bem fundo na alma, Cobertas por um pó negro, fedorento… Bastaria seguir-lhes o rasto… Como sugeri! Limpá-las... Acarinhá-las… E seguir as novas pegadas de luz, Que ali mesmo, naquele preciso momento O futuro generosamente nos ofertava
Mas falar já de nada me valia, O que dizia se confundia… Muito menos o que escutava, Era o que esperava!
As palavras soavam-me ocas, Forradas de sílabas incertas… Propagavam-se tais ervas daninhas, Pavoneando-se… Julgando-se formosas rainhas
De nada me valiam argumentos racionais, Nem pedidos de paz…
Quem se proclamava inteligente, Dava provas inequívocas, De ser apenas um pobre demente
Fátima Rodrigues
“O olhar mais cego, É aquele se nega a ver, E assim deita tudo a perder. E o ouvido mais surdo, É o que se nega a escutar, O que vida lhe quer ensinar”
|
|