
VERSOS OBLÍQUOS
Data 08/01/2011 16:39:50 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Nunca soube o que é ser-se, de mim, para mim! O que sou? Porque vim? Se há aqui algum ter-se, a haver-se?
E, em contradição, bate forte, um coração.
Quem me olha, quanto penso? – Que, a pensar, levo a vida, sem grande contra-senso, que não ela própria, indevida.
Eras, de eras, a passar – futuros, presentes e passados –, são como heras, a medrar, das paredes, aos chãos, enfaixados.
Também os nossos jardins, devem ser, a todos, abertos – onde pululem os jasmins, algumas arcadas, feitas de abetos.
E crianças a sorrir, na macia infância, no cais, ao longe, e ao critério das águas, não têm discrepância, são como flores, e ao seu mistério.
Mas este, nunca estar contente, este sono, que mi alma, chama, vem, inútil, como que num repente, quando o entardecer, em vão, clama.
E escrevo versos, parecidos comigo, para que mos reconheçam, quando, aéreos, são paridos, em partos sem dor, o tanto, que vençam.
Como miles estrelas, no firmamento, descendo o monte, se clareia, tudo tem, seu inútil, alinhamento, e há quem chame coisa bonita, ou feia.
Feio, é o que se esconde ou olvida, necrológio, que aos olhos, fere – inda que fútil, a vida é para ser vivida, não cessem a vontade, que ela gere!
Jorge Humberto 08/01/11
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