
A BOMBA
Data 04/09/2007 21:34:18 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Uma bólide acende o céu do Iraque. Varre as letras dos jornais, as casas, as vozes enfraquecidas. Causa a euforia dos ratos, nos esgotos dos templos. Irrompem os olhos vacilantes. Irresolutos, e ainda chamamos a estes gerados da mídia, de existência. A obra do fanatismo chega peremptória. Chega e submete o estertor coração enfermo de uma liberdade assemelhada à cortina lenta do teatro de fantoches. Não há causa possível que abarque estas longínquas mimeses da loucura. Nada presume raciocínios humanos, a não ser na constatação de corpos estraçalhados, caleidoscópio de postas, porta-fólio de aço e pele, retorcidos em dogmas consabidos e consagrados, de princípios absolutos, de salvação. Como perscrutar o amor nesta seara da demência, neste lodo sem luz? Assim, nos endurecemos ao sol da indignidade, enquanto a bomba detona nos seios dos homens. E no colo de Deus.
|
|