
POEMA REALISTA - II
Data 28/12/2010 18:18:42 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Um rio de misericórdia e de angústia na alma calou a fulva receosa (de quem a voz que me surpreende quando o grito das águas anoitece?) corola que estiola de pétalas caídas no azul desmaiando, soberba lua. Mortificadas folhas jazem agora no chão inventando lugares e escaparates arremessadas pelo vento que é distância mais que prudência ou ignorância – dos “homens” falíveis e inflexíveis que estupram Mausoléus de pedra incrementada. Voo de mariposas de asas cor de escarlate; soam os sinos a defuntos na abstracção da pedra santificada (dorme a besta) – embriaguez saturada de mãos vazias que o rio colhe e o pescador zurze nas redes buscando o peixe enredado: a momentos esquecido quando da foz se vê o azulejo.
Jorge Humberto 27/12/10
|
|