
MINHA PÁTRIA SEM NOME
Data 26/12/2010 20:44:59 | Tópico: Poemas
| Minha Pátria sem nome, nem pronome; e em cada verso, o Tejo rumoreja – Camões compondo líricas, no líquido das fontes recessas, apelando ao visco da pedra.
A pedra é sempre pedra, esculpindo meu rosto (como quem funde oiro, ou coisa nenhuma) – e os pássaros no restolho, anunciam o entardecer, no crepitar ansioso das águas, na pressa de chegar.
Vãos de escada; e em cada esquina um fascista; escondendo-se fedendo, nas alturas dos arranha-céus – melhor seria pô-los a todos, à disposição do povo: doutrinando-os de socialismo.
Tenho fome de dentes na tábua… de morder o éter insalubre, com que deixaram meu país, à beira do colapso flexuoso (só a poesia pode numerar e restringir os excessos, da criança, que tudo sabe).
Anseio minha Pátria livre, de escumalha e de escombros políticos; alva brisa adentrando nas folhas das árvores, guardando pela nossa inteireza, o nome com que do Pátrio nos elegemos.
Jorge Humberto 26/12/10
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