
O Reino Esquecido
Data 20/12/2010 12:40:57 | Tópico: Crónicas
| No cume da ladeira esta a tapera que lhe amparou, Quando entrar pela porta pequena com palhas entrelaçadas, À direita estará o berço coberto com uma esteira, É um estrado amparado por quatro forquilhas fincadas no chão.
Se olhar para o lado esquerdo, mais uma porta mostra o seio do patriarca, Poucos passos a frente encontrarão um giral, Nele estão, copos, pratos, talheres e panelas, Para preparar o alimento dos filhos e do casal.
Ligeiramente a esquerda mais uma portinha estreita, Saindo por ela verá dois pés de ouricuri enfeitando o quintal, Ligando um ao outro tem uma vara usada para pendura a caça trazida pelo patriarca caçador.
Se tornar mais uns passos estará ao lado da mais bela planta que ele com apenas cinco anos se encorajou a cultivar,
A planta traz sustento e produz sombra, Suas folhas mostram as marcas do esforço, Para resistir ao sol incessante, e não desapontar aquele que a plantou.
À fonte vai a princesa com sua rude beleza buscar a água de beber, Na água tem folhas que simulando ferrolho impedem a água de escapar da vasilha, essa, apoiada por uma rodilha para não desequilibrar.
Chega a tarde e o sol causticante deixa o cenário para o singelo brilho da lua minguante, Sentado em seu berço improvisado ele olha a borra no pavio do candeeiro, Logo a luz se apagará, mais uma vez ele adormece à voz de grilos a criquilar.
Um dia ele conhecerá o desconhecido, Poderá brilhar um pouco mais que a chama cansada que observa, Se isso acontecer, será dono de lembranças apenas, Esse seu reino esquecido, não mais existirá...
|
|