
[Devassidão: Do Subsolo da Alma…]
Data 18/12/2010 13:04:23 | Tópico: Poemas
| [...e se eu mesmo não me levo a sério...]
Reconheço... e mais: preciso que saibas que tiveste parte [viva] em atos da minha devassidão; tuas carnes atiçaram-me aquela mórbida atração para o profano, jacente nos meus escuros porões!
Mas, ao depois, quando raiou o dia, eu vi que estava irremediavelmente errado: nem mesmo estás à altura de ser o objeto de uma atração de tão complexa psicologia!
Mas não te envaideças pela tua efêmera atuação: não és, certamente, a primeira mulher “rascunho-do-mapa-do-inferno” com quem amanheço abraçado, depois de uma noite de terrível bebedeira!
Eu sei: essa minha devassidão ainda há de matar... Mas por ora, só preciso apagar-te da mente — por isto, te esquecer é uma terapia, sim, uma terapia muito, muito necessária!
Sempre há uma devassidão de suceder àquela que tanto me incomoda — assim tem sido a vida; e nisto reside a certeza do meu esquecimento de ti!
[Penas do Desterro, 27 de agosto de 2010]
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