
MEUS SONETOS VOLUME 068
Data 10/12/2010 08:24:49 | Tópico: Sonetos
| 1
Eu vejo alguns poetas numa luta Insana contra a pobre da palavra, Usando da matéria firme e bruta Arando em aridez; suando lavra.
Porém ouvindo o canto de um caboclo Suave, sem frescuras nem remendos, A casa de sopapo, no reboco Não usa; de azulejos seus adendos.
Ciranda quem me deu, foi a criança Que um dia em redondilhas fez a festa. Retrato que inda guardo na lembrança, Apenas uma imagem ainda resta,
Agora a velha Musa desdentada Nos cantos do porão, está jogada...
2
Eu vejo a tua sombra na janela Aberta da ilusão em filigrana, Precedem minha dor cotidiana Limpando uma poeira na flanela
Do tempo que se mostra e me revela. Ao mesmo tempo, sonsa, ela me engana, E neste paladar a vida atrela O resto que não foi, dor soberana...
Dançando mil imagens: sombras, luzes, Recebo o teu olhar qual foice e faca. Dizer o quanto eu te amo não aplaca,
Apenas ameniza as duras cruzes Que do outro lado vejo em lusco fusco, O amor que da janela, quieto, busco...
3
Eu vejo a claridade Que a sorte enfim me trouxe A vida como fosse Um sonho, liberdade,
Poder de uma amizade Tornando a vida doce, No canto que remoce, Mostrando a qualidade.
Meu verso mais conciso Já fala deste sonho, Viver o paraíso,
Enfim, eu te proponho, Nos lábios um sorriso, Futuro mais risonho...
4
Eu trago para ti meus tristes olhos, Marcados pelas dores do passado, As flores prometidas, morrem molhos Meu medo sempre foi bem demarcado.
Pastores colocaram tais antolhos, Negando uma visão, não tenho lado, Sobrando a plantação destes abrolhos Do amor sempre distante, destroçado.
Mas trago meu olhar, Senhor meu Pai, Apenas o que tenho nesta vida. Se a tarde em desespero sempre cai,
Amigos que plantei nao os colhi, Por isso meu amigo, em despedida, Tu és a redenção que recebi...
5
Eu trago o meu sorriso e minha prece Dos campos desejados, a verdura, Nas mãos uma carícia, uma ternura, Um perfeito horizonte que se tece.
Minha alma aos teus carinhos obedece Percebe que terá sempre a ventura De ter a sensação eterna e pura Do amor que não se abate nem fenece.
No teu aniversário estou contente Somente por estar aqui presente Podendo te abraçar, querida amiga.
Nas danças e nos olhos; num festejo O mundo em alegria que desejo Nos braços tão amigos já se abriga...
6
Eu trago o gosto doce do melado Roubado desta boca, meu amor... Em meio a tantas tramas do pecado, Na cama, nossa chama, sem pudor...
Eu trago o gosto doce da aguardente Roubada desta cana, fermentada... Girando, inebriando, fogo ardente Deitando meu sabor em minha amada....
Eu trago gosto doce deste mel, Que escorre em tua boca lambuzando. Cavalgas meu amor, sou teu corcel, Sentada sobre mim, me dominando...
Eu trago o gosto doce do prazer, Que tanto me machuca e faz viver...
7
Eu trago meu olhar por testemunha, De dias mais felizes do teu lado. Embora agora seja só passado, Um novo verso em sonhos eu compunha.
Quem sabe reviver já testemunha O tempo que se foi, desconsolado, Meu barco para sempre naufragado Num oceano em onda a vida punha.
Amiga, é bom poder chamar-te assim. É quase que render uma homenagem A quem acompanhou até o fim
Meus passos na procura por carinho. Que bom poder contar nesta viagem Com quem o pensamento sempre alinho...
8
Eu trago em minhas mãos, joios e trigos E espalho o temporal pela cidade, Quem sabe usufruir da liberdade, Encontra nas loucuras bons abrigos.
Refaço os meus caminhos quando antigos, E tento conceber serenidade, Do amor quando permite a claridade, Expõe farta beleza em seus artigos.
Reservo o Paraíso para dois Que sabem desfrutar, antes, depois E teimam sem temer qualquer deserto.
Cercando com brilhantes nossa rua, A noite em luz sublime continua Deixando o coração audaz e aberto...
9
Eu trago em minhas mãos a flor de um sonho Que mostrando esta angústia, flora em mim Destino no canteiro quando eu ponho, Anoitecendo em trevas meu jardim.
O templo da ilusão, velho medonho, Expressa a solidão que existe enfim, Distante de quem amo, em dor componho Um tango que imagine um novo fim
Que não me traga a noite eterna e fria Falando tão somente da alegria Que um dia acreditei, mas não existe.
As flores vão murchando, e uma esperança Apenas sobrevive na lembrança, E o tango, como sempre, acaba triste... Marcos Loures
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Eu torço, que tu tenhas no teu ninho Ao menos um sorriso verdadeiro, Cansado de vagar tolo e sozinho, Que venha um novo amor, rumo e luzeiro. Da vida que se passa em burburinho, Um gozo muito além do corriqueiro.
Que vejas o amanhã com olhos mansos Deixando para trás tal violência, O amor quando procura por remansos Encontra em calmaria uma cadência, Não deixe que se perca em velhos ranços, Suprima desde já tal prepotência.
Assim; amiga, serás bem mais feliz Quem nega o pleno amor se contradiz...
11
Eu tomo o meu café; fumo um cigarro, Janelas entreabertas, lusco fusco, O rosto do desejo; ainda busco, Encontro por resposta: pus e escarro.
Nas cordas semirrotas já me agarro. No Rio, Salvador, Brasília ou Cuzco Rasteja o pensamento qual molusco Que em plena realidade, enfim esbarro.
O gosto de teu lábio inda persiste, A sanha de um poeta é ser assim? Do inferno visualizo o querubim
De olhar e de semblante sempre triste. Acendo outro cigarro e a vida passa Nas falsas expressões desta fumaça.
12
Eu tinha uma galinha bem safada Sonhando com um leite condensado Fingia que paria bom bocado, Mas no final, não trouxe quase nada,
Cantando já de galo, esta coitada Mostrava com sorriso engalanado O peixe que vendia no mercado, Dizia bacalhau, era pescada.
Assim também conheço sonetistas Que vendem o seu peixe todo dia, Matando em nascedouro a poesia,
Não são, eis a verdade, vigaristas, Pior do que fingir que assim engana É ter a pose toda de um bacana. Marcos Loures
13
Eu tento ter domínio do volante, Porém sem direção a vida segue, Sem barco e sem mar que inda navegue, Eu mudo o meu caminho a cada instante.
Delírio de uma fêmea provocante, Amor que quando quero já sonegue Por mais que a fantasia quer e apegue O medo vai tomando o meu semblante.
Mulheres são difíceis de entender. A culpa? Quero quer; da miopia. Enquanto ela não lê a poesia
Eu fico totalmente sem saber Se um dia inda terei alguma chance, Não vejo nem a sombra, nem nuance... Marcos Loures
14
Eu tento responder, mas na verdade E-mail não permite, minha amada. Meu verso de carinho em liberdade Procura te encontrar na madrugada,
Vencendo esta distância e a saudade Resposta a tua carta demonstrada Nos versos que contêm felicidade, Amor trazendo a vida iluminada.
Depois de tanto tempo de procura Encontro nos teus braços meu sossego, Delícia de remanso em aconchego.
Sentindo o teu desejo com ternura, Percebo descobrir cada segredo, Amor sempre guiando nosso enredo! Marcos Loures
15
Eu tento no meu canto algum encanto Que possa traduzir felicidade Na véspera do sonho, amargo pranto Com toda sua força agora invade.
Do amor eu sei distante cada manto, Nem quero desvendar realidade. Por vezes eu repenso e me agiganto, Depois encontro a mesma dura grade.
Nos passos que deixaste na poeira, Seguir cada caminho ressonante. Sabendo que terei o que persigo.
A fonte mais sincera e verdadeira Que torna o nosso céu mais fascinante, Encontra-se nos braços de um amigo...
16
Eu tento me livrar da poesia, Já não suporto mais! Terrível vício, Cavando com as mãos, o precipício Que a infame a cada dia propicia.
Não vejo outra saída, nem sabia Que um mundo tão banal, pois é fictício Matando sem sequer deixar indício A besta-fera estúpida e vadia.
E quando conseguir me libertar, Tremendo foguetório, isso eu garanto, Não quero tua cara, assim, de espanto
No fundo já não posso nem amar Que a bosta se fazendo inspiração, Condena-me a total escravidão...
17
Eu tento me lembrar sempre de nós Durante as noites frias, solitárias. Enquanto não vislumbro nada após, As esperanças; sei que necessárias.
Ouvindo do passado a mansa voz, As horas não se mostram temerárias, Na dura realidade, vã e atroz, Razões para sonhar nunca são várias.
E quando, olhando em volta nada vejo, Amaldiçôo assim cada desejo, Certeza de seguir só; sem ninguém.
Nas lutas e batalhas pela vida, A herdade que me resta em despedida, O corte e o arranhão; é o que contém..
18
Eu tento me expressar mais sutilmente, Porém tu não percebes quanto eu quero Viver o nosso caso, e qual demente Soltando a minha voz, me desespero.
Tu sabes deste amor, claro e sincero, Exposto sem disfarce a toda gente. Roubando da ilusão cada tempero, Encontro esta tristeza, vil serpente.
Não quero teu amor por só um dia, Felicidade, enfim, eu merecia Depois da solidão em que vivi.
O sonho que permite uma alegria, Envolto pelas teias da magia Que encontro, tão somente, amor, em ti...
19
Eu tento em testamento crer num mundo Aonde uma esperança venha e traga, Sanando a tão voraz, faminta draga Que engole uma alegria em um segundo.
O corte que profana é tão profundo, Que mesmo a carne tenra já se estraga, Na cama, lama, a morte como paga, De um cálice sanguíneo e bem imundo.
Porém silenciando esta criança Precoce sensação de ser inútil, Eu creio sendo assim que uma esperança
Moldada sem sequer a liberdade, É quase uma miragem, leda e fútil, Que busca salvaguarda na amizade...
20
Eu tento com meu canto a paz que trague Encantos de um momento mais gentil. Por mais que tantas vezes eu navegue O céu que se mostrara em pleno anil
Encontro a solidão que me carregue Levando ao sentimento, às vezes vil Aonde a fantasia não mais negue O vento a que este sonho conduziu.
Sou parte do que tantas vezes cri Ser mais que tão somente poesia. Vagando pelas noites chego a ti
E nisso vejo intensa claridade Que a cada amanhecer já se recria Formando um elo firme de amizade... Marcos Loures
21
Eu tento ainda crer nos teus jardins Por mais que chagas; tantas; já fizeste A seca que se deu matou jasmins Amor não sobrevive ao menor teste.
A dor não me seria mais completa Se tu não me trouxeste o teu sorriso. Assim a farsa plena se completa No riso que entornaste este granizo.
Aguardo então teu bote no final, Repondo em minha adega amargo vinho. O quanto que já foi tão desigual Amor no qual decerto não me aninho.
Mas eu me vingarei, esteja certa, Mantendo no meu peito, a porta aberta. Marcos Loures
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Eu tenho uma esperança Que a vida seja calma, Conheço essa aliança Que vem e que me acalma,
A dor de uma lembrança Se mostra em cada palma, Quem luta e quer alcança, Libertando sua alma...
Eu tenho a despedida Guardada no meu peito, Não vejo uma saída,
Seguindo insatisfeito, Por toda a minha vida, Jamais tomarei jeito...
23
Eu tenho uma alma lésbica e vadia, No sáfico desejo que me invade, Fazendo de teu corpo a sacristia, Bebendo deste fogo em tempestade.
Não quero tão somente a louca orgia, Eu quero amar, decerto de verdade Amor que se transborde a cada dia, Trazendo depois disso, uma amizade
Que perenize o gozo de ser teu. Sabendo desta orgástica ilusão, Rondando firmemente o coração,
O dia finalmente renasceu E trouxe o paladar amaro e santo do amor que me entranhou qual por encanto
24
Eu tenho um sonho vivo dentro da alma De ser feliz decerto por um dia. A noite dentro em mim quando se acalma Somente quando encontro a fantasia.
Do amor que nunca veio mas desejo... Carinhos se procuram, mansamente... No sonho te percebo, doce beijo, Que mesmo quando acordo está na mente...
Sonhando belos prados e jardins. As rosas perfumando seu caminho... Saudade se perdendo nos confins. Minha alma transbordando, um passarinho...
É tudo nessa vida o que proponho... Ao lado desse amor: eu tenho um sonho!
25
Eu tenho um novo mundo a te propor Formado pelos cacos que vivemos. O quanto pode ser alentador Transmite o que em verdade percebemos.
O dia se fazendo em bailes, risos Baladas de um amor que não tem ritos. Sonâmbulos caminhos sem avisos Extremam nossos passos, vãos, aflitos.
Na boca da moçoila este batom. Molambulando a vida, a solidão Esquece do desejo certo e bom Rondando o velho mundo amargo cão.
Trafegam nossos gozos por atalhos Pedaços que se fazem dos retalhos... Marcos Loures
26
Eu tenho trabalhado feito um louco, Plantões, plantões, plantões, plantões, plantões Pra aqueles que inda pensam que isso é pouco Repito novamente, mil plantões...
Se eu grito assim demais, termino rouco, Na volta para a casa após serões Não quero mais fazer pose de mouco As noites são terríveis turbilhões.
E a velha poesia, abandonada, Olhando para mim, meio em soslaio, E como fosse enfim, servo e lacaio
Escondendo-me atrás da paliçada E volto o meu olhar para o Hospital, Torcendo que ninguém mais passe mal...
27
Eu tenho tanto amor para te dar, Nem mesmo esta distância impedirá. Pegando uma carona no luar Espere os meus carinhos desde já.
Corrente que se forma, belo mar, Caminho de bonança mostrará Dizendo deste encanto a me tocar De toda a poesia que virá.
Eu te agradeço muito e te saúdo Diante da beleza quedo mudo Tocado por teus olhos, dois faróis...
E saiba que enalteço cada passo Do amor que penetrando todo espaço Espalha a maravilha de mil sóis...
28
Eu vejo quanto o amor tomando espaço Em formas mais diversas trama a vida. Não sinto mais o medo do cansaço De ter uma emoção tão decidida.
É louco, insano canto em que embaraço As pernas no caminho, na subida, Caindo certamente no teu braço, Deixando qualquer dor em despedida...
Meus dias vou passando na ilusão De ter meus broncos versos a teus pés. Amar é perseguir a perfeição
E de pronto atender ao seu chamado, Não vejo mais amor como um viés É tudo que sonhei. Nunca é pecado!
29
Eu vejo o quanto estamos tão unidos E a cada novo dia isto enobrece Um sentimento feito em gozo e prece Que faz questão de sonhos bem vividos.
Nos passos que seguimos, decididos, O tom de nosso canto amadurece E mostra quanto é bom; dias cumpridos Em negra solidão que inda aparece
Nas horas mais difíceis, madrugada, No vento que batuca na janela. Porém ao ver uma alma triste e tão cansada
Alegria de sermos companheiros Em cada novo encanto nos revela Que os sonhos que nós temos: verdadeiros... Marcos Loures
30
Eu vejo o mel da vida se espalhar Nos campos da esperança e da emoção, Roubando cada raio do luar A noite se transcorre em sedução.
A moça do meu lado, satisfeita, O riso se permite em franco gozo A gente ao mesmo tempo se deleita E planta um novo sonho fabuloso.
Recebo de teus lábios, a promessa De um dia mais feliz de se viver A cada novo instante recomeça Idílio de ternura e de prazer
Assim, eu vivo amor no dia a dia Que é feito da beleza em fantasia.
31
Eu vejo o fumo a se elevar sombrio Trazendo uma lembrança mais atroz, Calando num momento a minha voz, O coração sangrando, ledo e frio.
Um sonho que se mostra mais vadio De amor que talvez surja ainda em nós, Deixando uma esperança logo após Promessa de alegria, em novo estio.
Assim, talvez o dia traga alento Clarão de um belo sol numa alvorada, Soprando tão macio como um vento
Que toca as folhas todas da emoção. Depois de tanto tempo abandonada Ressurge nos teus braços a ilusão...
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Eu vejo nos espectros que carrego A imagem desbotada deste sonho. Num pesadelo assim, feroz, medonho, O passo titubeia e vaga cego.
A força que inda pálido, eu emprego O gozo da ilusão que ora proponho, Além da realidade, enfim, suponho O traste que me pesa, isso não nego.
As vísceras revoltas, náuseas, dores, No alforje as velhas chagas latejando, As esperanças todas, vão em bando,
Invernos dentro da alma em seus rigores Encharcam, movediços, os meus passos. Os pés aprisionados, seguem lassos... Marcos Loures
33
Eu vejo finalmente, insana paz Sem medo ou sensação de ser cativo Vivendo o quanto o sonho inda me traz De nada em minha vida eu já me privo. O beijo da morena, um capataz Capaz de me tornar um morto vivo.
Acero preparado; o fogo ateio Colheita prometida pro futuro, Bebendo do prazer de cada seio, Acendo toda a chama neste escuro. Sabendo o que mais quero, sem receio, Encontro o que em verdade assim procuro.
E curo tais mazelas, vencedor. Abrindo então as travas, vivo o amor. Marcos Loures
34
Eu tenho no teu passo, um aliado, Que ajuda a desvendar qualquer mistério. Amor tão soberano, nosso Fado, Moldando com seu brilho um rico império.
Aonde desfilamos os desejos E os olhos embotados de paixão. Promessas de delícias e festejos, Descompassando assim o coração...
O porto descoberto em pleno mar. Uma ilha de esperança sobre a Terra. É bom por isso e sempre tanto amar...
Não quero me ausentar do paraíso Que a boca que me beija assim encerra Com toque de carinho, o mais preciso...
35
Eu tenho finalmente o bem querer Que há tanto tempo, amada, eu concebi. Encontro em cada canto do meu ser Resquícios de teus passos por aqui,
Vencido pelo amor, doce prazer, Sabendo deste sonho eu me perdi, E nisso eu encontrei meu bem querer Aconchegado, imerso dentro em ti.
Pensando em nosso amor, felicidade Trazendo para mim tranqüilidade Mudando em calmaria a correnteza.
Cevando esta alegria no meu peito Eu sei que ser feliz é um direito Tornando sempre farta a minha mesa... Marcos Loures
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Eu tenho em mim, querida, esta certeza Do amor maior que a vida já me trouxe, Encontro uma saída em tal beleza Sem medo da partida, amor mostrou-se
Na força soberana da alegria, Moldando minha sina com ternura. Não deixo de escutar o que dizia Um coração marcado em vil tortura...
Andei por tantas léguas sem saber Que ao fim desta jornada raiava o sol. E quero em todo dia perceber A luz que me alumia, em arrebol.
Teus olhos, tua boca, colo e seios, Eu quero mergulhar, sem mais rodeios...
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Eu tenho aqui comigo anseios e vontades Desejo coibido e sonho sem destino. Poemas que não fiz; ausentes claridades, Um velho que inda teima em parecer menino.
O risco que não veio; o gozo em desatino, Alameda queimada antigas veleidades. Acácias no passado, um gosto matutino Do tempo que se foi sem solidariedades.
Da boca não beijada, amigo que não tive, Lugar que não conheço e sei que lá estive Ternura apodrecida em falsas emoções.
Carrego tanto peso! Andando em contrabando Meu rumo que padeço; aos poucos já desando Necessárias serão estas revoluções?
38
Eu tenho a fantasia envolta na poesia De dar tanta alegria a quem eu quero bem... Beijar a sua boca, amando todo dia Toda saudade é pouca, eu vivo por alguém Que tanto quero bem; e sinto que sabia Que quando a noite vem sou seu amor também... Nesta vontade imensa imersa em fantasia Eu tenho a recompensa à noite com meu bem... Que sabe como é bom amar amor demais Amar é mais que dom, amar é como um cais Que sempre nos protege do frio e do tormento, Amor sempre me rege, é sonho que me enleva Amor é como luz a proteger na treva O sonho que conduz a vida e o pensamento...
39
Eu temo uma amizade, se falível, Amigo pode ser a perdição. Se tramas em segredo ser possível O golpe da mais dura traição...
Amigo se sincero é meu tesouro, Não tem nada mais forte neste mundo. Quem tem um grande amigo, achou seu ouro. Esquece a solidão, vale profundo...
Por isso, companheiro esteja atento, Não deixe essa amizade sem cuidado. Pior do que viver, triste relento, É ter a sensação, ser enganado...
É faca de dois gumes, é navalha. Nos corta, na amizade, qualquer falha!
40
Eu temo teus segredos, pois são meus... Cada vez que fugia proutros braços, Eu sempre me encontrava em teus abraços. Comparsas que se encontram sem adeus,
Em todos os pecados, teus e meus Vivíamos correndo os olhos baços, Cruzando esses limites sem cansaços, vagando em trevas, pedras, ermos, breus,
Não posso confessar mais a ninguém O que tanto tramamos nessa história... o vento que nos queima ainda vem.
erguidos dos entulhos, mesma escória Fazíamos da noite, uma refém. Por isso, por favor, cegue a memória... Marcos Loures
41
Eu tecerei meus sonhos nestas tramas Desta cegueira imensa da paixão. Qual fora um sentimento em tantas ramas, Brotando no meu vago coração.
As asas da saudade e do martírio Batendo em minha porta; mal distingo, Deitando em tua cama, num delírio, Das asas doloridas eu me vingo.
E rio, gargalhando de alegria, Do frio sentimento, nem lembranças... O dia se promete em fantasia, Em tantos festivais, em puras danças.
Nas ramas perfumadas pela flor Percebo, na morena, o meu amor!
42
Eu te trago de tal forma entranhada Perdendo os meus limites, sigo em ti. É pouco te dizer que me perdi Em teu corpo, seqüência demarcada
De rios, afluentes, foz e estrada, Fronteiras? Com certeza as esqueci. Tampouco se liberto eu já vivi. De tanto que sou teu, não peço nada.
Na terra movediça em que vivemos, Os olhos tão distantes seguem mares, Desta água apodrecida que bebemos
Durante muito tempo foi servida Matando em nascedouro meus pomares, Tentando agonizar a nossa vida...
43
Eu te quero tanto, amada minha, Meu sangue vai correndo em tua veia, Meu corpo no teu corpo já se aninha Formamos elos de uma só cadeia.
A lua se aproxima e sobre o mar Trazendo o verde imenso de teus olhos, Permite num momento imaginar As flores de um jardim em belos molhos.
Na lágrima que escorre, uma saudade Do amor que já se foi e não voltou. O sonho dá lugar à realidade E tudo que eu quisera, o mar levou.
Deixando tão somente um velho canto Trazendo este estribilho: EU TE AMO TANTO!
44
Eu te quero feliz companheira Dividindo meu mundo contigo, Quando amor se tornar a bandeira Nós teremos decerto um abrigo
Na paixão que se faz verdadeira, Não corremos nem vemos perigo, Vencedor de qualquer corredeira Grande amor não merece castigo.
Versejando palavras risonhas Eu bem sei do que queres ou sonhas Ser amigo do amor mais gentil
Que não deixe sequer cicatriz Do teu lado serei tão feliz Tendo tudo que o sonho pediu... Marcos Loures
45
Eu te quero e na verdade Não me canso de falar Encontrei felicidade, Quando eu pude assim te amar.
Nos meus olhos, a saudade, Vem tomar o seu lugar, Coração rompendo a grade Nos teus braços quis voar.
Tanto, tanto que eu te quero, Meu amor, meu bem querer. Nosso amor é tão sincero
Pois me dá muito prazer No teu corpo eu me tempero, No teu colo, vou viver... Marcos Loures
46
Eu te quero desnuda, em fogo intenso, Tocando tua pele, meu tesão, Orgasmos explodindo, sedução, No encaixe de nós dois, me recompenso.
O gozo sem limites, mar imenso Entregue ao vendaval, um furacão Cevando com ternura cada grão, Colher teu fruto doce. Luto e venço.
Derramas o teu mel em frenesi, No teu rocio eu bebo a fantasia, Dois corpos sem fronteira, amor vicia
Sedento, num mergulho chego a ti, Voluptuosamente a noite passa, Aonde o caçador se entrega à caça. Marcos Loures
47
Eu te quero desnuda sobre mim, Atando nossos corpos o prazer, Algemas e correntes, gozo enfim, Além deste infinito, percorrer.
Os teus quadris famintos e vorazes Requebros, remelexos, arrepios, Escravo de teu corpo, tu me fazes E matas com vontades, desafios.
Tu tens este cativo acorrentado, Enquanto me enlouqueces te possuo, Rocio sobre a cama derramado Contigo eu já levito e até flutuo.
Recebo os teus orgasmos, convulsões Entregue aos loucos laços das paixões... Marcos Loures
48
Eu te quero desnuda em minha cama, Lasciva, enlanguescente, desejosa. Ardendo de vontade, assim se inflama Mulher maravilhosa e tão gostosa.
Em teus mamilos, vejo em contraluz, Debaixo desta roupa transparente Efeitos que o desejo já produz, Desnudo-te co’olhar, completamente.
E deito sobre ti, sinto teus lábios Roçando o meu pescoço, tão famintos, Os nossos corpos nus, ousados, sábios, Entranham-se e se bebem, dois absintos
Na efervescência plena, ao me perder, Encontro em teus caminhos, meu prazer...
49
Eu te quero calor,meu abrigo Esperança divina de paz, Coração caminhando contigo Alegria, na vida, ele traz.
Todo o sonho que um dia, persigo, Encontrei onde amor satisfaz Na verdade em amor tão amigo Liberdade se mostra capaz.
Tenho em ti a magia de ser Algo além do que sempre pensei. Minha glória é poder te saber
Nas andanças que um dia encontrei Venha logo que o tempo esfumaça E a vontade já não se disfarça... Marcos Loures
6750
Eu te peço perdão, meu companheiro, Pelas tristes palavras que te digo. porém perdendo o rumo por inteiro eu creio merecer duro castigo...
Juntos nós encarávamos vespeiro, Não conhecemos medo, e nem perigo... Meu barco se perdeu sem timoneiro Eu quero comandar, mas não consigo.
Agora então desculpe esse covarde, Que não teve coragem de lutar A vida se transforma, o meu peito arde
Na dor que não consigo mitigar. amor chegou depressa, agora é tarde a tua amada, enfim, eu fui amar...
51
Eu te peço as ternuras mais amenas Que tão somente a vida pode dar... Nas mãos tão delicadas e serenas, Vontade de carinhos, e ficar...
Eu quero tais belezas dos luares Trazendo, dos espaços, tanto brilho... As frutas mais gostosas dos pomares Que formam, nos meus sonhos, nosso trilho...
Eu quero o cheiro doce da manhã No gosto dessa broa com café. Viver na poesia, belo afã, Amor feito esperança e feito fé...
Não deixe tantos sonhos p’ra depois Neste universo lindo de nós dois...
52
Eu te ofereço um ombro minha amiga E se quiseres juro te darei os dois. A sorte de quem ama já periga, Principalmente, eu penso no depois. Não quero que tu dê mais nome aos bois O amor quando demais nos desabriga,
No olhar tão sorrateiro do moleque A seta disparada em rumo certo, Prudência vai servindo como um beque, Sistema defensivo? Nunca aberto. Não creio que quem sonha, amiga, peque Melhor que ter o peito em vão deserto.
Mas deixe que outro dia vem chegando E o vento que virá será mais brando... Marcos Loures
53
Eu te ofereço flores feitas versos Diversos os matizes de um amor, Na cor que desejares, pois imersos Nos vasos deste peito sonhador.
A dor que imaginei ser companheira, Se intera da verdade e não retorna, Entrego o coração desta maneira Bandeira da ilusão jamais é morna.
Acalento os desejos mais audazes E fazes ser possível a esperança; Abalas sem saberes, minhas bases Sabores revividos na lembrança
De um tempo de garapa, manhã, broa, Menino sabe quanto a vida é boa!
54
Eu te ofereço amor, se tu quiseres, Eu te ofereço o sonho, se pedires. Eu te ofereço a luz quando vieres Eu te ofereço espelhos onde mires.
Eu te ofereço a força nos halteres Eu te ofereço luas onde gires, Eu te ofereço a festa em mil talheres, Eu te ofereço saudades se partires.
Eu te ofereço a mim, como refém Eu te ofereço o canto do prazer Eu te ofereço assim, todo o meu bem,
Eu te ofereço o riso, e a gargalhada, Por não ter mais nada amor, a oferecer, Por fim eu me ofereço a ti, amada...
55 Eu te ofereço a terra se quiseres O gosto e o perfume das estrelas As flores mais divinas, raras, belas, Por certo darei tudo se vieres.
Tu és a mais bonita das mulheres, Desejos nos teus olhos já revelas; Teu corpo que é banquete em mil talheres, Cavalga-me querida, sem ter selas...
Eu te darei a lua em claridade, Mas peço-te, querida, um só favor, Recebo o teu desejo em umidade,
E faço deste sonho tentador, Vibrante, mavioso em puro ardor, Somente não darei fidelidade...
56
Eu te garanto amada, não é sonho, Verdade que se faz a cada dia, Amor gostoso, agora eu te proponho, Nesta união perfeita, uma alegria Que mostra um novo encanto onde, risonho, Eu te darei amor que eu mais queria
Vencendo as horas frias e a distância Unindo nossos corpos um só manto, Amor que a gente quer, com tal constância É mais que simplesmente o mesmo canto. Que não haja entre nós a discrepância Que mata, lentamente todo encanto.
Vem logo que eu te espero aqui sozinho, Aguardo-te querida em nosso ninho... Marcos Loures
57
Eu te dou estes versos, minha amiga, Na certeza que sempre me moveu. Que quanto mais a vida nos periga, Mais sabes que estarei ao lado teu...
Semeias esperanças com sorrisos, Semeias alegrias aos incertos; Pressinto esses manás dos paraísos, Na força com que salvas dos desertos...
Amiga, nos meus versos, te dedico; Conheço essa vital sabedoria, Tornando o meu viver sempre mais rico. Vertendo minha dor em fantasia.
Amiga, nos caminhos complicados, Teus braços sempre são meus aliados...
58
Eu te desejo tanto, jamais nego, Eu quero estar contigo o mais depressa, Não pense que isto seja só promessa Vontade de te ter, amor; carrego.
Em cada verso teu, enfim navego, Nesta vontade louca, tanto, à beça, Vida não pregará jamais a peça Pois sabes que em teus braços, eu me entrego...
Tu sabes onde estou, amada amante, Adentro tua cama, teus lençóis Aqueço estas manhãs, dourados sóis,
E vibro dentro em ti, esfuziante Eu quero esta loucura de menina Que toda noite vem e me alucina... Marcos Loures
59
Eu te daria as noites se pudesse, Te daria esta lua em plenilúnio Te daria meu canto, sonho e prece Assim acabaria o infortúnio De ser tão solitário e sempre ver A dádiva divina desta diva; Que passa sem talvez me perceber, Nem sabe que esta vida morre viva Em cada melodia que te faço, Distante, mas tão perto sinto o vento Do sopro que vem lá do teu regaço, E que nunca me sai do pensamento... Eu te daria a vida, até mil vidas, As luas vão passando... Sós, vencidas...
60
Eu te convido pra festa magistral Dos gozos e delírios desfrutados, Colhendo no teu corpo sensual Os ritos generosos dos pecados.
Percorro este caminho sem igual, Delírios divinais, jogos safados. Sentindo a tua língua no meu pau Em beijos sedutores e babados.
Lambendo esta xoxota depilada, Os lábios vou abrindo devagar Deixando a tua gruta tão molhada,
A foda se deslinda em tal deleite Sem tempo nem motivo pra parar Até que no final, bebas meu leite...
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Eu te amo tanto, tanto, e nada impede Que o céu iluminando cada passo Invada o pensamento quando faço O verso que alegria me concede.
Amor quando demais já não se mede Ultrapassando em luz, vencendo o espaço, Reflete poesia em cada abraço Torna-se vencedor mal ele cede.
Sem ânsias nem maldades temporais, Eu quero e te desejo sempre mais, Desnudo o coração, sou teu amante.
O brilho de teus olhos, meu farol, Encontro no teu corpo lua e sol, Paisagem magistral e fascinante! Marcos Loures
62 Eu te amo simplesmente e nada mais, Não quero teu perfume nem as cores, Não quero ancoradouro, deixo o cais A todos os que tentam, sonhadores
Falarem do amor, ledo e demais, Não quero em meu jardim sequer as flores, Tampouco o bem que a vida sempre traz Aquele que procura por amores.
Eu quero simplesmente, sem cobranças Sem medo de partida ou de chegada, Sem sol ou até mesmo uma alvorada,
Nem quero teus olhares, temperanças, Apenas tão somente quero ter Do amor que sei eterno, o seu prazer...
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Eu te amo sem porque e sem talvez. Apenas sinto o vento no meu rosto... O canto que professo; tanta vez, Confesso que me dá sereno gosto.
Agostos em minha alma, doloridos Trouxeram as promessas de setembros. Se levo tantos sonhos já perdidos, A vida decepando tantos membros...
Mas amo teu amor tão delicado Decides com teus passos se inda vou. Amor que tanto tenho dedicado Não sabe das estradas que trilhou.
Meu coração sem remo já vagueia Nos raios generosos; lua cheia...
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Eu tenho tanta urgência em te querer Sorvendo cada gota de saliva Que escorre em tua boca, meu prazer É ter tua alegria sempre viva
Sangrando meu delírio a se verter Em noite transbordante e mais ativa, Recantos e delícias conhecer No amor que me faz bem e que me criva
De tantos sentimentos que misturam Vontades e desejos com carinhos. Pecado, meu amor é não vivê-los,
Guardá-los, pois são eles que nos curam Juntemos, pois então nossos caminhos Encoste no meu ombro os teus cabelos... Marcos Loures
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Eu tenho tanta pena do soneto! Maltratada figura, pede esmola, Expondo a antiga face, não decola, Não passa mais de um simples poemeto.
Tentar, pois, defendê-lo eu já prometo, Mas sei que no final resta a degola, Se qualquer ignorante entra de sola, Ao poeta só resta então um gueto.
Um asno que não sabe nem contar, Decassílabo passa a ter só cinco, E quando alguém demonstra algum afinco
A corja recomeça a desdenhar, Teimando em destruir o que não cria, Destroça enfim, a pobre poesia...
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Eu tenho tanta coisa pra dizer, Falar de um sentimento tão profundo Que é capaz de montanhas, remover; E atravessar correndo, todo o mundo... Um sentimento nobre que domina Transforma a solidão, mata a saudade, Nos acarinha enquanto determina A sorte de quem quer felicidade... Eu tanto muita coisa pra falar Mas tenho tanto medo de te ouvir. Queria; se pudesse no luar, Iluminar o rumo em teu porvir, Eu tenho tanto medo de dizer... Só falo... Quando o dia amanhecer...
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Eu tenho tanta coisa por fazer Além de mal passada a carne esfria Rasgando o que sobrava da alegria Deixando muita coisa sem dizer
Mas tenha a mocidade como guia Talvez seja mais fácil perceber Que tudo foi somente fantasia Que se escondeu em forma de prazer....
Assim perceberá que a mocidade Passando sem ter nada, quase a esmo, Embora este meu verso seja o mesmo,
No fundo mostrará que a liberdade É feita com amor e claridade, Sem tédio, sem temor, em amizade...
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Eu tenho por princípio ser fiel E gosto que isto seja sempre assim. Tu és estrela mestra de meu céu. Desejo ter teu corpo junto a mim.
Sorvendo cada gota deste mel, Teu néctar, ambrosia de um jardim Regado em noite clara no dossel Sempre acendendo lúbrico estopim.
Somenos importância, nos algozes Que tentam dirimir eternidade. Dos sentimentos ouço plenas vozes
Que chamam para a festa exuberante Crivada de prazer a cada instante, Trazendo para a vida, qualidade... Marcos Loures
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Eu tenho o que desejo e que mais quero, Contando com o apoio de quem amo. Uma amizade cria um novo acero Na proteção que eu sonho e já reclamo. Por mais que o tempo seja amaro e fero Defesas ao teu lado, amiga, eu tramo.
Não quero nem sicrana nem beltrana, Somente o teu amparo satisfaz, A vida pode ser muito sacana, Mas saiba, a fortaleza sempre traz O quanto é necessária e soberana A vida que se mostra feita em paz.
Assim ao caminhar da humanidade, Poder de um pleno amor, em amizade... Marcos Loures
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Eu tanto que te quero e não te tenho, Não consigo vencer os meus temores, Se vou te procurando, fecho o cenho, Não quero ser jardim sem belas flores,
Não peço nada, perco o que não tenho, A vida, transformada nos horrores Da perda, dessa ausência, traz seu lenho, Cortando, decepando meus amores...
Teimo em tentar saber felicidade, Não me importa mais nada, solitário, Não quero nem tentar outra cidade.
Nem ser motivo desse riso hilário, O mundo vai passando sem alarde, O tempo vai cortando o calendário...
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Eu tanto desejava ter um filho, Mas nada da danada engravidar, De tarde, de manhã, sob o luar, A todo instante surge um empecilho...
Acerto vez em quando o rumo e o trilho, Prometo de mansinho, devagar, Mas sei que não consigo completar O jogo; e com tristezas eu me humilho...
Não precisa da pílula querida, Se a chama se demonstra assim caída, E nega sempre o fogo na hora agá
É simples desperdício de dinheiro, Na hora da invasão meu companheiro Bem antes do final pensa que é já.
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Eu suspendo a minha alma rumo ao céu Em busca deste mágico clamor Que cobre a solidão, esconde o véu Renasce nas estrelas deste amor...
Raiado como a dor que não virá Unido nas esperas da saudade Amor que não terei talvez por lá Sabendo professar felicidade...
Depois de tantas brumas nesta vida... Depois de tanto sonho mal sonhado. Acordo em tuas mãos minha querida Vejo nosso destino, lado a lado...
Amada te endeusando nada tramo, Senão essa certeza: sim, eu te amo!
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Eu sou um repentista sem talento, Não tenho para amar, capacidade, Meu verso é tão boçal que, na verdade, Traduz o meu simplório pensamento.
Preciso melhorar, mas sei que tento, E nada de encontrar a qualidade, Estúpida palavra que me invade, Letárgica se perde em vago vento.
Desculpe-me por ter tal ousadia, Ao maltratar a pobre poesia Meu canto se transforma em pura ofensa.
Em meio a tantos bardos, o recanto, Merece muito além. Eu te amo tanto, Porém jamais terei tal recompensa! Marcos Loures
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Eu sou tão simplesmente o mesmo zero Que há tempos procurara ser alguém. Vestido de bufão, ainda espero O amor que na verdade, nunca vem...
Bafio da ilusão, risonho e fero, Dizendo que inda posso. Mas ninguém. O sonho de um palhaço com esmero Trafica o que esperança não contém.
Espúrio, vou seguindo a multidão, Estúpido,não tendo mais pousada Amor, que noves fora sobrou nada
Perdendo em descaminho, a direção Dos ventos, o meu barco sem destino Entregue aos furacões, em desatino...
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Eu sou o que na vida te procuro Em cada verso meu, uma saudade. Vontade de viver amor tão puro Intenso sem temor ou vaidade...
No teu corpo, ondulantes meus carinhos, Amor sempre me impele para a vida. Não quero mais meus olhos pobrezinhos Sem ter tua presença tão querida...
Trazes-me um roseiral, plena florada, Nos teus sorrisos mansos gloriosos, Eu quero te encontrar, flor delicada, De todos os meus sonhos, perfumosos...
Eu sou o que no mundo sempre quis Viver o nosso amor e ser feliz!
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Eu sou mineiro e disso tenho orgulho Criado nos sertões dessas Gerais Correndo em liberdade nos quintais Embora tão distante do marulho.
Por isso não suporto esse barulho Causado por problemas tão banais, Lugar de secar roupa é nos varais Montanha não se curva ao pedregulho.
Retrato na parede sempre dói, Dizia um conterrâneo tão famoso O amor que nos faz forte nos destrói
Mas vale, com certeza a serenata. Nas mãos eu levo um terço pro Tinhoso Saudade dá prazer e me maltrata... Marcos Loures
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Eu sou irresponsável e não nego O quase que transformo em lua cheia, Enquanto a poesia não apeia Eu vento a desventura, e rosas prego.
Se sinto-me à vontade, teimo cego E nada mais importa, nem a areia, Do rabo mal-cheiroso da sereia A ceia que desdenho, mas carrego.
Perigos para um verme sonhador? Abrigos que deságuam no torpor Que nada além da boca desdentada
Da sorte que, talvez já mal raiada Escapa pelas mãos, e foge insana. A mão que agora afaga, desengana... Marcos Loures
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Eu sou filho dos matos, trovador Que canta tão somente o coração, Nas velhas cercanias do sertão, Dos cardos espinhentos faço flor
Sem ter a pretensão de te propor Além do rio seco, o duro chão, Não vago sem ter rumo ou direção Na sede tão estúpida de amor.
Eu canto como geme a seriema Fazendo da amargura o meu poema, Melancolia em noite sertaneja.
Eu trago no meu peito o imenso céu, Não quero ser poeta ou menestrel, Minha alma, a liberdade é o que o deseja...
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Eu sou feliz por crer tanto na vida Que traz tantas belezas e lições. De todas as certezas, mais querida Nos toca e nos encharca de emoções.
Às vezes se não vejo mais saída E penso que perdi as ilusões Minha alma te procura, distraída E vê com tal clareza as soluções
Pros medos que nos tornam bem mais frágeis. Eu te amo e com total sinceridade, Percebo na leveza dedos ágeis
Que forram de esperança o dia a dia Amada na amplitude da amizade, Amante tão querida da alegria.
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Eu sou do interior Das Minas mais Gerais Mas seja lá o que for, Eu quero saber mais.
A minha namorada É moça moderninha Porém bem assanhada. Com fala bem mansinha
Falou duma homenagem Pra fazer pr’uma amiga, Que logo vai chegar,
Achei uma bobagem Que seja então prossiga Homenagem truá...
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Eu sou baixinho e sei o quanto valho, Ninguém segura a força que se emana Do povo mais miúdo no trabalho Tamanho simplesmente não engana.
Pintando um rodapé, não me atrapalho, Na cama meu carinho é bem bacana, Jamais eu me lembrei de um ato falho, A força em miudeza é soberana.
Às vezes pressentindo um vento frio Eu sempre me agasalho em teu capote. Um coração gigante, e tão vadio,
Prepara mansamente um novo bote O pano para a roupa é muito pouco... O resto? Não te mostro, nem dou troco...
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Eu sorvo farto mel da poesia Na qual com tanto ardor, falas meu nome, Não quero um sentimento que se dome Tampouco a madrugada amarga e fria.
No quanto a fantasia bendizia Da clara sensação que enfim nos tome, Se do calor que emanas, tenho fome, É nele que minha alma se sacia.
Ter teus prazeres todos e bebê-los, Sentindo a maciez de teus cabelos E a imensa proteção dos fartos seios;
Contigo, o caminhar se mostra manso, E tendo nos teus braços o remanso, A vida não permite mais receios...
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Eu sonhos com teus beijos mais audazes Capazes de levar-me à insanidade. Neste desejo enorme que me trazes Eu quero em pleno amor, saciedade.
As bocas se entreabrem mais sedentas, As línguas se misturam; tão ardentes. Nos teus seios desnudos, as mãos lentas Passeiam e caminham. Entrementes
As pernas se confundem: dança atroz. No formidável jogo do prazer Ser calmo é bem melhor que ser veloz.
Deitando nossos corpos nos lençóis, Os olhos revirando, passo a ver Toda a delícia imensa que há em nós... Marcos Loures
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Eu sonho em te sentir pele macia Nos braços, nossas pernas, coxas, cama. Fazendo tanto amor com alegria Enveredando sempre em tua trama.
Parceira que eu desejo todo dia Meu corpo por teus lábios sempre chama. Estrada que me leva à fantasia Quem sabe faz agora e não reclama.
Bagunça meu coreto e nem disfarça Se lança nos meus braços faz a festa. Assim a noite vem, a vida passa
E a gente vai vivendo mil carícias Que é tudo o que desejo e que me resta. Minha parceira amada... nas delícias...
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Eu sonho com teus beijos, teu carinho. A noite vai passando em solidão... Tristeza desabando em nosso ninho. No sofrimento intenso da paixão.
Passando todo o tempo assim sozinho, No descompasso bate o coração. O medo vem chegando e de mansinho, Transforma todo amor em ilusão..
Olhando na janela, nada vejo... Somente o vento bate em meus umbrais.. O teu corpo sublime, meu desejo.
Escultura divina que Deus fez, Eu te amo, com certeza muito mais À beira da loucura, insensatez...
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Eu sonho com teu nome, mar em mim, Um mar de amor em mares e marés. E tenho tanto amor, que amar assim É quase que louvores, beijo os pés...
Ouvindo-te chamar, mares depois, A voz atravessando o ar e o mar Nesse convite pleno de nós dois, Na dança que aprendemos; tanto amar...
Sinto teu corpo, beijo tua boca, Espelho o que reflito de teu lume... Vontade de sentir; a voz mais rouca, Encharca meus ouvidos de perfume...
Deitado em teu sorriso, solto a voz, E grito ao mundo inteiro: nossos nós...
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Eu só quero poder gritar teu nome Pelas ruas, nas praças , no jardim... Que a força deste amor tudo me tome Aos poucos me enlouqueço... Sou assim.
Assim como essa fome não sacio De ser eternamente todo teu. Viver sem perceber se é quente ou frio, Se tem a claridade ou pleno breu.
Viver desesperado de alegria Rasgando o coração, voando tanto. De ser feliz demais a cada dia, Usar a fantasia como um manto.
Saltar por sobre as ondas deste mar Singrando teus espaços, QUERO AMAR! Eu só quero poder gritar teu nome Pelas ruas, nas praças , no jardim... Que a força deste amor tudo me tome Aos poucos me enlouqueço... Sou assim.
Assim como essa fome não sacio De ser eternamente todo teu. Viver sem perceber se é quente ou frio, Se tem a claridade ou pleno breu.
Viver desesperado de alegria Rasgando o coração, voando tanto. De ser feliz demais a cada dia, Usar a fantasia como um manto.
Saltar por sobre as ondas deste mar Singrando teus espaços, QUERO AMAR!
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Eu sinto-me invadido pelos raios,
Relâmpagos, borrascas tempestades,
Os ventos que me causam arrepios,
O céu vai se riscando em claridades.
As pedras de granizo me cortando,
As nuvens preparando uma bonança,
Em meio a tal loucura me entregando,
Olhar nem um palmo mais alcança...
Eu sei que passará e que se acalma
A tempestade louca da paixão,
Senão o que seria de minha alma;
Senão resistiria o coração?
A chuva da paixão que me tomou,
Qual fora um furacão, me destroçou...
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Eu sinto tuas mãos tão vaporosas Passando por meu corpo, sem juízo. As noites que vivemos, maviosas Imersas em desejo mais preciso.
Nas ondas de teu corpo marejando Visito cada ilhota e cada atol. Depois nestes teus pélagos entrando Usando o meu prazer como farol.
Nos lagos mais inquietos já me afogo, Secretas reentrâncias eu descubro. Morrendo deste amor nem peço rogo Em tantas convulsões fulgura rubro...
E sinto essa erupção tremenda imagem Rompendo, arrebentando uma barragem...
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Eu sinto tua falta, saibas disso; A tarde demorando-se a passar, A vida vai perdendo todo o viço Se não estás querida, a me esperar... Vivendo nosso amor em compromisso Sentindo toda a força de te amar...
Contando as horas todas, os segundos, Distante de teus olhos, o que faço? Nos sentimentos doces e profundos Seguindo noite e dia cada passo Juntando em um só canto; nossos mundos, Um futuro melhor, contigo eu traço...
Amar-te é ser feliz, esteja certa; Minha alma na tua alma se completa..
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Eu sinto teu roçar em minha nuca, Teus dentes afiados me roçando. De leve tal carinho não machuca Aos poucos, devagar, extasiando...
E sinto-te excitada junto a mim, Numa sensível, mansa insensatez. E tudo vai crescendo, tudo assim, Aos poucos te revelas na nudez...
E sinto toda a vida transtornar, Girando na mordida delicada, Girando nunca para de rodar, Rodando no carinho da dentada...
Minha alma tresloucada já transpira No teu desejo intenso de vampira...
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Eu sinto tal presença em cada vento Que toca meus umbrais qual convidasse À vida sem temores, noutra face Tomada em mansidão, carinho e alento.
Se tanto renegar, às vezes tento, Causando ao teu querer algum impasse, Temendo a fantasia que me enlace Num novo amanhecer mais violento
A culpa é do passado aonde eu tive Apenas pedregulhos vãos espinhos, Uma alma machucada ainda vive
Tentando avinagrar os doces vinhos. Lembrando dos lugares onde estive Teimoso coração teme os carinhos...
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Eu sinto que me chamas pelas ruas, Te procuro e não vejo nada, nada... Porém a cada curva continuas A me chamar. Eu sigo pela estrada
Na busca por teus lábios, teu sorriso. E sinto o teu perfume que me guia Às margens deste rio. O paraíso Que vivemos recende à fantasia.
Não sei o que fazer, apenas quero Sentir o teu carinho. Um leve beijo É tudo o que desejo e sempre espero. Porém só ouço o som e nada vejo...
Por isso, meu amor, eu também chamo E grito ao mundo inteiro: Amor, eu te amo!
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Eu te amo pra valer e não me canso De ser o teu querido companheiro, Meu peito extasiado bate manso, Num sonho que me mostras, verdadeiro.
Vibrando meu carinho em teu remanso, Eu quero navegar o tempo inteiro E sei, felicidade, enfim alcanço Nos cantos deste amor, perfume e cheiro
De rosa delicada, sem espinhos, Que nasce todo dia em meu jardim, Fazemos destes versos nossos ninhos,
No amor que renasceu dentro de mim. Vivendo em doce norte, mil carinhos, Te quero para sempre, amor, assim... Marcos Loures
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Eu te amo e nunca nego esta verdade Que é feita de esperança e de alegria. Tu és, mulher bendita, o que eu queria, Sinônimo de ti? Felicidade!
Condenar-nos? Julgar-nos? Ah! Quem há de? Nos corpos que se tocam, uma alquimia Que traz em raro brilho, esta magia Completa em mais total sinceridade.
Jardins que cultivamos; dálias, rosas, Num êxtase profano e tão profundo, Vagando o mundo inteiro num segundo
Em mágicas palavras olorosas. Morada que fizemos, nos espaços, Traduzem o calor de nossos braços...
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Eu te amo e não te esqueço um só segundo. Tu és a redenção da vida inteira Passada sem sequer saber do mundo Na espera de te ter por companheira.
Amor que te dedico, tão profundo, E penso que também, amor me queira, Desta esperança toda eu já me inundo Poder amar assim, em vez primeira.
Serás o meu jardim repleto em flores, Embora estes espinhos costumeiros. Nos céus de nosso amor em belas cores,
Iremos par em par ao infinito. Nos sentimentos nobres, verdadeiros, Amor é nosso lema e nosso rito...
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Eu te amo e já não nego o sentimento Que toma, que avassala e não mais calo. O gosto de teus lábios num momento É tudo o que eu queria, sou vassalo
Das noites que passei, duro tormento Buscando o teu carinho...Nada falo Senão deste desejo. Às vezes tento, Disfarço... Mas não canso de sonhá-lo.
Dos pampas, o perfume vem em versos Invade o pensamento me tocando. Embora em universos tão diversos,
A brisa vem chegando devagar... Pois saiba que vieste me tomando E posso enfim dizer: é bom te amar...
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Eu te amo bem além do que queria, Com toda uma volúpia quase insana. Ouvindo em tua voz a melodia Mais bela, divinal e soberana. Tu trazes a doçura da alegria Que a cada novo dia, tanto ufana...
Quem veio de passado em pesadelos, Quem trouxe; vida a fora, desamores, Sentindo este perfume em teus cabelos Percebe que no céu há outras cores. Os medos, tão difíceis resolvê-los, Já morrem na manhã, em seus pendores...
Eu te amo, simplesmente e nada mais. Com força e resoluto, encontro a paz...
99
Eu te amo além de toda esta alvorada Que pinta em raras cores um céu claro. Depois da bela noite enamorada A lua se afastando em brilho raro.
Amar além de tudo e ser feliz Deitando no teu corpo, meu prazer. Eu tenho neste amor, belo matiz Caleidoscópio lindo de viver.
Desejos se confundem: coxas, pernas, Desnudos nossos corpos se invadindo. As bocas mais audazes, porém ternas De toda a timidez vão se despindo.
E temos Paraíso emoldurado Num toque sem juízo, apaixonado...
6800
Eu te agradeço, ó Pai por ter me dado As chaves do segredo desta vida. Embora tantas vezes sou levado À senda mais escura, És a saída.
O barco que em tempestas soçobrado Percebe no horizonte a luz querida, Jamais será decerto naufragado, Na rota abençoada a ser cumprida.
Ao Deus sublime faço esta oração Que em agradecimento exponho uma alma Que mesmo sendo errante já se acalma
Nas chamas de um Amor feito em perdão. Em Ti eu vejo a bússola perfeita Minha alma nos Teus passos se deleita! Marcos Loures
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