
MEUS SONETOS VOLUME 019
Data 24/11/2010 07:32:09 | Tópico: Sonetos
| 1801
Amigo, há quanto tempo não te vejo. Eu tenho tanta coisa pra dizer, Do sonho de um amor que sem prazer Deixou já bem distante o meu desejo.
Aproveitando o raro e bom ensejo É necessário sempre perceber Que a vida nos tomando me faz crer Que esta amizade é feita sem ter pejo.
Apego-me ao passado vez em quando Tentando um ar que seja ao menos brando, Embora o coração esteja aberto
Ao vento que virá em temporal, Porém nossa amizade, sem igual, Garantirá o oásis, estou certo...
1802
Amigo, beba um trago, vem comigo, Depois de tantos anos te encontrei. Mal posso te dizer do que passei, O amor que um dia eu quis, virou castigo.
Um velho camarada, o desabrigo, Voltando à minha vida dita a lei, De tudo que aprendi mais nada sei, A paz é tudo aquilo que persigo.
Querendo ou não querendo, dei azar. Sabendo quanto é duro procurar Por quem nos dê carinhos e atenção.
A lua que eu sonhava, devolvi, Eu peço meu amigo, a ti perdão, Sabendo que um amparo encontro aqui...
1803
Amigo, eu sei que é dura uma saudade O amor nos conduzindo, muitas vezes Nos rouba sem saber, felicidade Por dias, por semanas ou por meses...
Eu também já passei por dissabores Bem sei quanto é cruel a solidão! A vida vai chegando aos estertores A morte nos parece solução!
Amar demais traz sempre este tormento, Cortando em nosso peito, a desventura. Sangrando vilãmente em sofrimento A vida nos parece uma tortura.
Porém não desanimes, companheiro, Um novo amor virá, mais verdadeiro
1804
Amigo, nos meus cantos que fizera, No peito sem saber por onde estavas. A vida se encontrando em primavera, Embora; tão silente, me deixavas.
Não vejo mais sequer um só disfarce Que possa utilizar, pois vou vencido. É duro ter que dar minha outra face Aos cortes tantas vezes desferidos.
Ferido por quem mais, um dia, amara. Sangrantes esperanças consumidas. Amar pode ser perla muito rara, Porém uma amizade vale vidas...
Desculpe se te faço essa canção, As notas nascem fundo: coração!
1805
Amigo, eu te proponho novos versos Que falem de esperança e de alegria. Por mais que sejam tristes e diversos Os dias se renovam, fantasia...
Passando pelos astros, universos Se mostram encantados, poesia. Se os medos se perderam, tão dispersos, Um novo mundo, a sorte prometia...
Palavras que vão soltas, liberdade. Nas asas dos sonetos que tu fazes, O sonho se mistura à realidade.
Por isso, companheiro se permita, Que a vida te trará em outras faces A vida na verdade, mais bonita...
1806
Amigo, quando a vida enfraquecer Teus passos e estiveres mais cansado, Vontade de parar e de morrer Verás que estarei sempre do teu lado.
Quando não tiveres mais prazer E te sentires só e abandonado Teu peito por tristezas maltratado, Neste momento irás já perceber
Meus braços estendidos como ponte Por sobre um mar em plena tempestade. Abrindo ao teu olhar belo horizonte
Secando cada lágrima escorrida, Verás todo o poder desta amizade, Trazendo tanto alento para a vida...
1807
Amigo, eu sei que é dura uma saudade O amor nos conduzindo, muitas vezes Nos rouba sem saber, felicidade Por dias, por semanas ou por meses...
Eu também já passei por dissabores Bem sei quanto é cruel a solidão! A vida vai chegando aos estertores A morte nos parece solução!
Amar demais traz sempre este tormento, Cortando em nosso peito, a desventura. Sangrando vilãmente em sofrimento A vida nos parece uma tortura.
Porém não desanimes, companheiro, Um novo amor virá, mais verdadeiro
1808
Amigo, uma esperança traiçoeira Por vezes nos maltrata mais que tudo. Buscando esta ilusão a vida inteira Sentindo o coração assim, miúdo,
Quem sabe se esta sorte costumeira Derrame todo o sonho em que me iludo, Nos mostre uma outra luz mais verdadeira Que nunca nos pergunte: se, contudo...
Apenas a certeza salvará Um coração que esvai-se, amor incerto. Mas veja que outro dia chegará
E a chuva da promessa então nos traga A solução perene pro deserto Na mão que nos sacia enquanto afaga...
1809
Amigo, eu sei que é dura uma saudade O amor nos conduzindo, muitas vezes Nos rouba sem saber, felicidade Por dias, por semanas ou por meses...
Eu também já passei por dissabores Bem sei quanto é cruel a solidão! A vida vai chegando aos estertores A morte nos parece solução!
Amar demais traz sempre este tormento, Cortando em nosso peito, a desventura. Sangrando vilãmente em sofrimento A vida nos parece uma tortura.
Porém não desanimes, companheiro, Um novo amor virá, mais verdadeiro
1810
Amigo; esta cadeira te pertence É nela que escrevi meus versos duros. O sonho de viver já não convence, Os dias com certeza, mais escuros.
Por isso tantas vezes peço, pense No quanto que enfrentamos altos muros. Por mais que algum prazer nos recompense, Não vale mais viver tantos apuros.
Mas deixo-te a cadeira como herança Apenas um resquício de lembrança De quem amou demais e não sabia
O quanto era importante o novo dia Que é feito em harmonia, em esperança, Palavras que esqueci, sem poesia...
1811
Amigo, a podridão já se descobre Debaixo deste amor que não mais quero, Por mais que na verdade amor me sobre No sabre que ela esconde, eu me tempero.
Amor que não valeu sequer um cobre, Restou inerte e frio, cego e fero. E enquanto resistindo, já me cobre Cadáver insepulto que venero...
Amigo, como é bom saber que existes, Meus dias não serão, decerto tristes Existe a lealdade, isso é o que conta.
Os olhos que ela um dia tomou conta, Ainda resistindo podem ver Apoio que me faz sobreviver...
1812
Amigo, é bom saber que tu existes, E eu agradeço a Deus pela presença Em dias que passei, outrora, tristes Encontro nos teus versos recompensa Um pássaro sonhando com alpistes, Canto que satisfaz; ternura imensa,
Poeta de mão cheia, camarada, Admirando teus versos num soneto. Amigo, companheiro de jornada, Em sonhos ao que cantas me arremeto E vejo quão é bela uma alvorada Completo emocionado este sexteto,
Dizendo neste dístico final, Gonçalves, dentre os Reis, o maioral!
1813
Amigo, tantas vezes ilusões Nos tomam e transtornam nossos passos. Roubando a sensação destes abraços Perdidos em antigas emoções...
Marcados pelos crivos das paixões, Sequer sobraram sonhos nem mais laços, Os olhos fugidios, tristes, baços, Na seca que nos toca os corações.
Mas vejo uma esperança além do cais, De um dia renascermos bem mais fortes. Amores que se foram sem ter nortes
Talvez ressurgirão no fim do dia. Não reconheço a dor do nunca mais, Restando dentro em mim, a fantasia..
1814
Amigo, em cada passo, uma certeza Que o torna insuperável, não discuto, Amar é se levar em correnteza, Amor, material decerto bruto
Aonde é necessário o lapidar Pra que surja essa jóia nem mais rara, Amigo não precisa perguntar, Por si, sem ter cobranças nos ampara.
Assim, querida eu vejo esta distância Que pode ser, garanto, superada, Do amor ao se matar toda a ganância Uma amizade surge em alvorada
Que queima, mas não corta ou dilapida, E assim já glorifica nossa vida...
1815
Amigo, eu sei que é dura uma saudade
O amor nos conduzindo, muitas vezes
Nos rouba sem saber, felicidade
Por dias, por semanas ou por meses...
Eu também já passei por dissabores
Bem sei quanto é cruel a solidão!
A vida vai chegando aos estertores
A morte nos parece solução!
Amar demais traz sempre este tormento,
Cortando em nosso peito, a desventura.
Sangrando vilãmente em sofrimento
A vida nos parece uma tortura.
Porém não desanimes, companheiro,
Um novo amor virá, mais verdadeiro
1816
Amigo, me proteja quando a vida Trouxer em artimanha encruzilhadas Ao permitir que eu siga por estradas Aonde a luz perene enaltecida
Não deixa sua marca ser sentida E as trevas falsamente iluminadas Levando para os ermos, disfarçadas, Fechando para nós toda a saída.
Somente a tua mão conduzirá Com firmeza ao portal do paraíso, E toda uma alegria que há por lá
Mostrada em amizade soberana, No passo decidido e assim conciso, Toda a felicidade enfim, se explana...
1817
Amigo, com certeza são terríveis Os dias em que, duro e circunspeto Trazendo em nosso peito um mal secreto Ficamos ao revés, bem mais sensíveis.
Bizarras sensações incoercíveis Tomando e maltratando todo afeto Tornando-nos piores que um inseto Entregue às tempestades mais incríveis.
As feras nos ferindo em suas garras, A dor vai se espalhando e nas fanfarras Aumentam seus estragos, tristes trevas.
Porém ao percebermos que amizade Acena com carinho e liberdade As dores vão fugindo em várias levas...
1818
Amigo, não permita que teu verso Se perca sem sentido, pois somente Um canto que se mostre mais perverso Atando em frios braços a corrente, Deixando um horizonte tão disperso, Ferindo o coração de toda gente...
A fonte da alegria deve ter As cores da ilusão da poesia, Atado nestes sonhos, meu prazer Enxágua minhas dores, na alegria As águas frescas quero, então beber, Nos versos que trouxeres fantasia...
Amigo a vida vale sempre a pena Quando um sorriso em paz, decerto acena..
1819
Amigo; na verdade uma verdade Já morre na inverdade de assim ser. À parte do que sei se a dor não arde, Não vale a pena, mesmo assim sofrer.
O caos em que semeia iniqüidade É feito do talvez ou sem querer, O passo sem compasso na amizade Condena o que não temos a perder.
E sigo num vazio feito em vão, Na busca do quem dera, mas morreu, Aos poucos vai se abrindo imenso chão
E o que eu pensara ter; jamais foi meu. Ausência do não houve em desencanto, Apronta e desnorteia qualquer canto...
1820
Amigo; bem mais fácil que tu pensas Criar da podridão a flor perfeita, Precisa-se; entretanto, ser aceita Nas faces deformadas, recompensas.
A morte agradecida se às expensas De todo misticismo sendo feita Na cama que criares, já se deita A lama das injúrias, das ofensas.
Assim são feitos todos os heróis, Brilhando sobre nós como mil sóis, Os homens mais perfeitos destes mundos,
Moisés, Jacó, Davi, são exemplares, Capazes de traições em lupanares, Consagrados, porém; no fundo, imundos...
1821
Amigo, compartilho do teu riso, Pois vejo na alegria, mantimento, Um mundo mais sagaz assim diviso Palavras vão perdidas pelo vento
Mas vivo com certeza, tendo o siso Que faz em cada frase, julgamento. O tempo de viver vai sem aviso, Por isso ser feliz, eu sempre tento.
E louvo em cada passo, todo segundo Que é feito em fantasia e que se sente. Nos passos que persigo, da amizade.
Eu posso caminhar por todo o mundo Em companhia amiga que é excelente E porta por si só felicidade...
1822
Amigo, tantas vezes em audácia Mal percebia o rumo que entranhava, Às vezes me perdendo na falácia Nada do que quis eu encontrava,
Pensando ser feliz a queda vinha E tudo o que eu tivera, simples sonho, Mostrava que em verdade eu nada tinha Senão um falso mundo tão bisonho.
Agora é que percebo que os conselhos Que deste, com certeza com carinho Não eram simplesmente torpes, velhos, Alumiavam sempre o meu caminho.
E assim com dor e corte eu aprendi Que o bem da lealdade encontro em ti.
1823
Amigo, no meu peito irei guardar, Protegendo de tantas intempéries, Não importando a luta a se lutar. Amigo é coisa rara. Nunca em séries...
Nas noites tenebrosas, sem luar; Nas horas mais difíceis dessa vida, Quando não há mais porto pra atracar. Quando não há sequer uma saída!
Quando esta vida sangra sem perdão... Quando a dor vem, penetra com maldade Quando estamos perdidos, solidão.
Quando estamos vagando na cidade. Quando as portas se fecham... A amizade Conhece as sete chaves, coração!
1824
Amigo, procurei tua navalha, A carne necessita ser profana... Não permita de Deus a nova falha, Prefiro a podridão à doce cana.
Tua voracidade que trabalha Esmagando meus ossos na roldana, A morte enfrentarei, letal batalha, Na lividez cadáver podre emana...
O câncer me consome metastático, Espero meu final, parado estático... Sorriso ameaçante finge cálido...
A mente não suporta essa exaustiva Luta. Só me restando ficar pálido... Nem a puta esperança resta viva!
1825
Amigo, é muito bom saber que existes, Durante muito tempo imaginara Não ter mais solução, os mundos tristes Que sempre, em minha vida freqüentara.
Pensando que jamais encontraria Alguém em quem podia confiar, Uma amizade pura? Fantasia... Ao ver-te comecei a imaginar
Que isto fosse possível, companheiro. Um coração tão puro quanto o teu, Difícil de se achar no mundo inteiro.
De tudo o que sonhei, célula máter, Amor que se inspirou em Prometeu, Um símbolo perfeito: bom caráter...
1826
Amigo, eu percebi o teu valor Na hora mais exata em que caía Por terra meu castelo encantador. Aí eu percebi, pois logo via
Que todos me deixavam. Morta a flor Nem mesmo o meu canteiro resistia. De todo o bem que sei que ainda havia, A seca foi demais, morreu amor
E tudo o que chamavam de amizade. Pois foi nesse momento, quase vão, Que eu encontrei decerto esta verdade
Que mostra bem de perto a realidade. Vieste com apoio ou compaixão, Tal qual fosse um parente, mais que irmão...
1827
Amigo, há quanto tempo necessito Falar deste carinho que perdi... Amor que se fizera tão bendito, Depois de certo tempo... nem mais vi...
O canto em que louvara, mais bonito, Perdendo todo encanto. Nada aqui Senão meu triste olhar que no infinito Procura pelo amor que recebi.
Na mortalha que cobre, solidão, Percebo uma esperança de verdade. Quem teve nesta vida, uma ilusão
Já sabe quanto é bom ter um abrigo, Depois de toda a fúria, tempestade, O braço solidário de um amigo...
1828
Amigo, reconheço meus defeitos, São vários e jamais irei negá-los. Por mais que nós tentamos ser perfeitos, Sabemos onde apertam nossos calos.
Quem traz todos os sonhos satisfeitos E sabe do poder de decifrá-los Conquista seus amores todos feitos Com jeito, preparou-se pra encontrá-los.
Mas sabe que ninguém é tão correto Que possa, todo mundo criticar. Perdão nunca é demais, e mostra afeto.
Eu não procuro amigos sem pecados Isso eu bem sei jamais irei achar, E os erros dos amigos? Perdoados....
1829
Amigo, tantos erros cometidos Impedem se pensar que a solução De todos os problemas envolvidos Seja dada por velha explicação.
Os tempos que se passam, corrompidos Em bases tão cruéis; escravidão, Impedem que outros dias construídos Demonstrem o caminho e direção.
Recomeçar em bases mais saudáveis Caminhos que nos tragam igualdade. Criando assim pessoas mais amáveis,
Desigualdades são insuportáveis, Um novo mundo pleno em liberdade Na fonte insuperável da amizade!
1830
Amigo; nos teus ombros me apoiei E pude, desta forma ter visão Maior do que jamais eu esperei Podendo ver, do mundo, a amplidão. Teus braços me guiaram pela vida E sempre me ampararam; meu amigo, Até quando a minha alma anda perdida, Eu posso sempre estar; contar contigo... Por isso, camarada e companheiro, Eu tenho esta certeza da vitória, Quem encontra um amigo verdadeiro Já pode agradecer a Deus, a glória De ser bem mais capaz e preparado Pois tem um anjo bom, sempre a seu lado...
1831
Amigo, mesmo longe, tempo/espaço, Eu tenho a sensação de que te vejo E sinto toda a força do teu braço, Na hora e no momento que desejo.
Por vezes quando a luta traz cansaço E os olhos se perdendo em relampejo, E a dor tão perigosa que prevejo, Eu sinto que o calor de teu abraço
Não deixa a nossa vida se perder. Amigo como é bom saber que existe, E ti a sensação deste poder
Que faz a nossa vida alvissareira, Nos enche de alegria em dia triste Uma amizade pura e verdadeira...
1832
Amigo, neste teu aniversário As festas não são nada, pode crer. Tu és mais importante. Nada é páreo Para a alegria intensa em te rever. As datas só refletem calendário; Porém uma certeza; posso ver. O rio que procura um estuário Não deixa nem as pedras o conter. Por isso estou aqui para abraçá-lo E desejar que tenhas noutros anos A boa sorte sempre a contemplá-lo. Viver não é só ter felicidade, Quem pensa assim; sofrendo desenganos, Reconhece o valor de uma amizade!
1833
Amigo, nunca tema ser feliz, Felicidade; um bem que não tem preço. É tudo o que na vida, eu sempre quis. Talvez bem mais que tudo o que eu mereço. No amor que não me quer qual aprendiz Buscando qual a causa do tropeço. Que fez com que perdesse seu matiz Meus erros, eu bem sei cada tropeço. Amigo, por favor; diga a quem amo Que tudo que mais quero é seu carinho. Por isso tantas vezes eu reclamo Saudade de quem quero e me quer bem. Quem dera se pudesse; um passarinho Chegando ao seu ouvido, dizer: Vem!
1834
Amigo, tantas vezes me perdi Em meio às mais diversas claridades. Desculpe se magoei ou te feri Mentindo ou te dizendo as inverdades Com toda estupidez, só peço a ti Que tenhas paciência. Sem maldades Apenas me enganei e venho aqui Pedir tua clemência. As liberdades Permitem que te fale deste jeito, Abrindo o coração e sendo franco. Bem sei que não estás mais satisfeito Mas peço-te perdão, querido amigo. No lenço que te estendo, todo branco, Vontade de viver em paz contigo.
1835
Amigo, nossa vida é uma batalha Que sempre nos provoca e nos maltrata. Vivemos neste fio da navalha, A dor que nos entranha quase mata. A vida não permite tanta falha A queda violenta da cascata. Na carne tantas vezes já se entalha; As marcas que ficaram nos retrata. Mas conto com teu braço e teu apoio, Nas lutas que vierem, companheiro. Com o tempo sabemos quem é joio E também quem é útil e bom trigo. Assim se reconhece o verdadeiro Eterno companheiro; meu amigo...
1836
Amigo, sei tampouco de teu dia, Mas sinto que tu tens honestidade, Aprendo que viver em harmonia É princípio vital de uma amizade. Embora tantas vezes a alegria Nem sempre quer dizer felicidade Assim como uma plena sintonia Não pressupõe qualquer sinceridade. Porém sinto o bafejo dos bons ventos Trazendo esta presença tão suave. Espero que também esses momentos Sejam de total aprendizagem. Peguemos amizade, boa nave, Que possa traduzir boa viagem...
1837
Amigo, não permita que a avareza Tome conta da vida que terás. Tomando-te, roubando uma clareza Depois de certo tempo, matarás A razão que nos permite ver beleza Nas coisas que este mundo sempre traz. Quem vive sem se dar, terá certeza De como é impossível se ter paz Aquele que não vive prá se dar Não merece viver felicidade. Tentando se esconder da luz solar Mal sabe que sozinho, ninguém brilha. Esquece que somente uma amizade Constrói em fina troca, a bela trilha...
1838
Amigo, me desculpe, mas não posso Deixar de te dizer que esta mulher Que tanto desejamos cria um fosso Enorme entre nós dois. O que vier Será por mim aceito de bom grado, Eu sei que talvez isso seja um fato Que possa parecer bem complicado Mas nada que nos traga um desacato. Amores são assuntos bem diversos E neles nunca fala uma razão. Por mais que nossos sonhos vão dispersos As ordens que nos dá é o coração. Por isso, ao esperar que ela decida, Mantenho esta amizade, tão querida...
1839
Amigo, nunca estamos mais sozinhos, Os laços da amizade fortalecem Aqueles que buscando os seus caminhos, Conosco as esperanças, mesmas, tecem. Sabendo que isolados, somos fracos, Devemos nos unir, sem mais temer, Por mais que nos pareçam serem parcos Os recursos que trazem nosso ser. Unidos venceremos as batalhas Que a vida nos prepara, mil percalços, Por mais que estas montanhas sejam falhas Mesmo que nossos pés 'stejam descalços... A vida nos demonstra essa lição, A força sempre vem de uma união...
1840
Amigo, não existe a perfeição. Apenas procuramos lealdade Que é feita do carinho e do perdão, As bases para haver uma amizade. Quem busca um ser perfeito ao ouvir não Se perde sem saber toda a verdade. Viver uma amizade, sensação De ter e conceder a liberdade. Não quero neste amigo uma influência, Apenas confluência de caráter. Uma amizade é feita em inocência Sem ter outra intenção senão amor. Da sociedade célula que é mater, Mostrando a sua face e seu valor...
1841
Amigo, quando a dor nos toma assento, Na frustração terrível nos perdemos. Aquilo que se foi; perdeu-se ao vento; Distantes; quase nunca mais sabemos.
O que era desejado num momento, Perdido, talvez nunca mais queremos. Um pulo, da alegria ao sofrimento, Depois, passando o tempo; nem sofremos.
Mas quando conseguimos nossos sonhos, Que tanto desejávamos; amigo, Tornando-nos decerto mais risonhos,
E depois os perdemos, vão ao largo, O doce que vivia aí contigo Transforma-se num gosto mais amargo...
1842
Amigo, como é bom saber que temos A sorte de encontrarmos raridades. Por vezes me pergunto se sabemos Cuidar com precisão das amizades... Há tempos que quase não nos vemos, Mas sei que em nossa vida, as liberdades Sempre serão as mesmas que tivemos Por tanto tempo. Vivas claridades, As mesmas que guiaram nossos passos, Trazendo tanta paz, tanto carinho, Não deixam para a dor sequer espaços. Por isso, nesta data natalícia, Não quero mais te ver; assim sozinho. Nossa amizade agora, é tão propícia.
1843
Amigo; é necessário que respeites As nossas diferenças. Liberdade Traduz necessidade que me aceites Com todos os meus erros. Na verdade Jamais seremos feitos pros deleites Daqueles que nos trazem a amizade. Não digo que sejamos água-azeite, Porém quando quiser tranqüilidade Aprenda que nós somos diferentes, Embora nos gostemos, meu amigo. Por tantas vezes somos confluentes Mas não quero afluentes nem ser foz, A liberdade ajuda no perigo, Às vezes precisamos de outra voz!
1844
Amigo, muitas vezes nos pegamos Cometendo injustiças com outrem; Depois, quase calados, disfarçamos; Mas, porém; o perdão nem sempre vem. Às vezes, sem querer, nós maltratamos A quem, por certo só nos faz o bem; Outras vezes, das árvores, seus ramos, Ferimos sem querer. Isso também De forma corriqueira; dia a dia, Acontece. Melhor ficar calado Do que quebrar encanto e fantasia Das pessoas que são nossas amigas. Ao falares, te peço, tem cuidado, Palavras ofensivas quebram ligas...
1845
Amigo, eu não pretendo atrapalhar Teus planos nem causar um desconforto. As pernas necessitam caminhar Distantes, procurando um outro porto. Eu sei que tu pretendes a mulher Que um dia já me quis, unhas e dentes. Te juro, se ela um dia me quiser, Meus braços não serão mais envolventes. Pois ela, que já fora a companheira Que sempre desejei, pros dias meus, Depois em certa altura, quer não queira, O nosso caso teve fim. Adeus... Por isso não se perca mais amigo, Eu nunca te trarei qualquer perigo...
1846
Amigo, somos ecos do passado, Por isso nossas bases asseguram As luzes de um futuro sonhado Aonde nossos males já se curam. Do que tivemos, tudo o que valeu Estará no futuro e nos trará O melhor. Claridade em pleno breu O que fomos; o futuro mostrará. Não pense que o que fomos já não vale, Apenas aprendendo, se renova. Montanhas são promessas: calmo vale. Nunca leve seus erros para a cova, Aprenda com que foi para o virá, Somente assim a vida brilhará!
1847
Amigo, não se deixe mais levar Por ondas tão distantes e profanas, Ao mesmo tempo enfrentas céu e mar Depois tão calmamente desenganas. Bem sei que estas tempestas passageiras Assustam quem jamais enfrenta a vida, Mas saiba que amizades verdadeiras Encontram facilmente uma saída. Eu sou o mesmo que ontem te dizia Das ondas tão difíceis, das marés, Viver não é somente fantasias, No chão é necessário fincar pés. Tu sabes quem nós somos desde infância Por isso não entendo essa inconstância...
1848
Amigo, como é dura esta batalha! A vida sempre traz uma surpresa, Andamos neste gume da navalha Coragem pode ser nossa defesa! Quem sobe uma montanha já se talha Com pedras e com cardos. A riqueza Exige muita luta; mesmo a falha Não deve ser devida a uma fraqueza. As urzes do caminho valorizam Tua conquista e glória nesta luta. As dores em tocaia não avisam Por isso com cuidado e destemor, A cada novo dia uma disputa, No final, tu serás um vencedor!
1849
Amigo, quando a musa te encontrou Por certo ela ficou apaixonada, Sabendo dos teus versos se encantou E desde então não foi abandonada.
Tu tens na poesia tanta verve Que a musa se perdeu nos braços teus. Beleza enamorada sempre serve A quem traz claridade em tristes breus.
Amigo, teus sonetos e poemas Brilhando no recanto são gigantes, Versejas sobre os mais difíceis temas Com formas e palavras deslumbrantes.
Ternura como tal só tem nas mães Caro Mario Roberto Guimarães!
1850
Amigo, nem preciso te pedir, Tampouco é necessário te falar. Nem menos, um desejo, repetir. Tu já sabes, bem sei, adivinhar.
Conheces meus segredos, companheiro, Contigo nada tenho pr'esconder. Tu sabes como sou, e por inteiro, Te falo desta dor e do prazer.
Eu posso, camarada, sem temor, Falar do sentimento mais profundo, Não tenho nenhum medo de me expor, Por certo, com teu braço, enfrento o mundo.
Por isso, te agradeço, e sinto falta. Exponho os pensamentos, em voz alta!
1851
Amigo, eu sou sincero, não te engano. Tu queres impossível realidade, Assim tu viverás neste abandono, Sem luz, sem fantasia, só saudade...
Amigo não se cobra a perfeição Os erros cometidos são humanos. Assim quem procurar ouvirá não, E tu te embrenharás nos desenganos.
Amigo, somos parte deste mundo, Por isso é que nós temos tantas falhas, Não tente vigiar cada segundo Senão, na tua vida, só batalhas...
Amigo quando exiges perfeição, Só baterá na porta, a solidão...
1852
Amigo, reparaste numa coisa? A cada dia estamos mais unidos. Uma alma que em dois corpos sempre poisa Traçando rumo em corpos divididos...
Sentindo uma emoção abençoada, Vivemos nossas vidas lado a lado. Por mais que tantas vezes vai calada A sorte de viver recompensado.
Um coração nos une, em nossas almas, Somente um coração, que bate junto. Nos vemos refletidos, mesmas palmas, As almas se completam, no conjunto.
Amigo, se no espelho, és diferente, As almas se completam totalmente...
1853
Amigo, há quanto tempo! Que saudades. A vida nos afasta e aproxima. Decerto conheci felicidades Momentos de maior, menor estima.
Distantes os caminhos se cruzaram Mas foram poucas vezes meu amigo. Meus braços nos teus braços se ampararam Mas pude enfim contar sempre contigo.
Casei, joguei, remei contra o destino, Vencido tantas vezes, não desisto. Mas guardo o velho sonho de menino, Bem sabes como é bom saberes disto.
Que temos a certeza da amizade, Que pode assegurar tranqüilidade.
1854
Amigo, não permita que a distância Destroce um sentimento tão feliz... Espero que tu tenhas tolerância E saiba que amizade sempre quis.
Nos trôpegos caminhos pela vida, Por vezes estaremos mais sozinhos. Assim uma presença tão querida Liberta das tristezas, os caminhos...
A vida vem em ondas e maltrata, Espero teu amparo tão sincero. Uma amizade nunca se desata, Num sentimento triste, duro, fero...
Eu quero encantamento que me traz, Nosso companheirismo, sempre em paz...
1855
Amigo, não critique tanto assim, Ajude sem tentar me magoar. Por vezes a ferida sangra sim E pode demorar cicatrizar...
Quem tanto me critica não percebe Que aos poucos solidão faz seu reinado. Quem nunca dá também nunca recebe, Aos poucos vai ficando, assim, de lado...
Se gostas, meu amigo, como falas, Me mostre em teu caminho como agir. Ajude a carregar as minhas malas, Nós temos um caminho pr'a cumprir...
E digo, sem qualquer contrariedade, Demonstre, nos teus atos, a amizade...
1856
Amigo, nunca espere pela sorte. A sorte, uma ilusão que logo cessa. Erguei; nessa batalha, o braço forte. A luta todo dia recomeça...
Não tema se a verdade não se aflora No fim ela virá e te liberta, Quem sabe nunca esquece quando é hora, Por isso, nesta vida, sempre alerta...
Por vezes a mulher que não sonhamos Aquela que nos tira do buraco. Enquanto a quem tanto dedicamos, Aos poucos te tornando bem mais fraco...
Se queres para as dores, solução, A chave sempre está no coração...
1857
Amigo, nos meus cantos que fizera, No peito sem saber por onde estavas. A vida se encontrando em primavera, Embora; tão silente, me deixavas.
Não vejo mais sequer um só disfarce Que possa utilizar, pois vou vencido. É duro ter que dar minha outra face Aos cortes tantas vezes desferidos.
Ferido por quem mais, um dia, amara. Sangrantes esperanças consumidas. Amar pode ser perla muito rara, Porém uma amizade vale vidas...
Desculpe se te faço essa canção, As notas nascem fundo: coração!
1858
Amigo, em nossas lutas pela vida, Tantas vezes pensei que estava só. Acumulando dor e despedida, Esperança morrendo, feito pó...
Demorei certo tempo sem saber, Que jamais encontrara solidão... Nesta espera terrível por viver Tanto amor; ou quem sabe, uma paixão;
Eu confundia tudo, meu amigo... Solidão com tristeza e com saudade, Saudade desse sonho que persigo, Que um dia possa ter, em liberdade...
Porém, quem tem amigo; tem irmão! Por certo, nunca teve solidão!
1859
Amigo ao me trazer um novo dia Que porte uma esperança mais acesa, Virando deste jogo, logo a mesa, A sorte em minha vida principia.
A mão que tantas vezes já me guia Mostrando um novo mundo com clareza, Em honras me cobrindo de riqueza, Transforma minha dor em alegria.
Estampa uma certeza em caridade, Forrando todo o céu com claridade Trazendo idéias sempre fascinantes.
Estar contigo, amigo, por instantes Demonstra como são tão importantes Os raios que fulguram na amizade...
1860
Amigo chegue cedo Que a morte vai chegar Mudando todo enredo Invade sem pensar
Conhece o teu segredo E gosta de mostrar Poder que traz degredo, E nada faz mudar.
Por isso venha, amigo Que a festa determina Não tema mais perigo
No solo em cada mina, O sonho que persigo Por si nos ilumina
1861
Amigo compartilha uma tristeza, Duplica uma alegria, esteja certa. Divide o que encontramos nesta mesa, Ajuda a penetrar na porta incerta.
Numa amizade feita em tal certeza, A vida não será jamais deserta, Vencendo com vontade a correnteza, Abrindo o coração, e dando o alerta
Se a tempestade chega e nos conturba, Amigo nos acalma e nos protege, Deixando bem distante de uma turba,
Caminho mais airoso nos concede, Jamais se submetendo a um herege Oferecendo muito mais que pede...
1862
Amigo de verdade não precisa Falar de uma amizade o tempo inteiro. Palavra mais sincera e mais concisa Não vale qualquer ato verdadeiro.
Andando nesta estrada tão distante, Amigo não faz sombra nem recebe. Ajuda numa queda ao mesmo instante Em que um apoio firme já concebe.
Nas sebes espinhentas desta vida, Quando a tristeza fica de tocaia, A mão dos bons amigos é sentida Levando o nosso barco para a praia
Aonde poderemos refazer A vida, com mais fibra e mais prazer...
1863
Amigo dentre tantos companheiros, Seguindo cada passo lado a lado, Nos sentimentos nobres, verdadeiros Por certo cada rumo foi trilhado;
Fazendo da humildade seus canteiros No verso mais gentil, extasiado, De uma esperança nobre tem os cheiros, De um canto sempre vivo, acompanhado.
Amigo que se faz no dia a dia, Nestes momentos duros; mais fiel. Um mensageiro eterno da alegria,
Com todas as serenas humildades Nos traz em horas tristes, todo o céu. Mostrando em tal poder, as santidades...
1864
Amigo deste amor que não me quer, Sabendo que cantei por tanto tempo O rosto tão bonito da mulher Vencido por imenso contratempo...
Bem sei quanto negar não adianta, Amor que se incrustou dentro do peito; A voz desta saudade se levanta E traz um sentimento insatisfeito.
Amigo deste amor, eu não desisto... Lutando contra as dores sem ter tréguas. Eu sei que deste amor eu não desisto, Embora tão distante, tantas léguas...
Beijando a fantasia, peço ao vento, Que beije tua boca, em pensamento...
1865
"Amigo é coisa pra se guardar", Protegendo de tantas intempéries, Não importando a luta a se lutar. Amigo é coisa rara. Nunca em séries...
Nas noites tenebrosas, sem luar; Nas horas mais difíceis dessa vida, Quando não há mais porto pra atracar. Quando não há sequer uma saída!
Quando esta vida sangra sem perdão... Quando a dor vem, penetra, maldade... Quando estamos perdidos, solidão.
Quando estamos vagando na cidade. Quando as portas se fecham... A amizade Conhece as sete chaves, coração!
1866
Amigo e companheiro, esses meus versos São feitos para ti, bom sonetista. Tu sabes traduzir teus universos Com mão e com fineza de um artista.
Abraços lusos sempre te darei E sorte em tua vida, o que desejo. Confesso tantas vezes me espelhei Na qualidade imensa que, em ti, vejo.
Receba deste simples trovador Um canto em homenagem bem sincera. Nos versos sei tu és um professor, Falando em "brasileiro" tu és fera!
Desejo-te felizes, belos dias. Repletos de alegria e poesias!
Ao grande amigo e poeta português Henricabílio.
1867
Amigo é muito mais que imaginário O canto que te faço neste dia, Não diga, pois que eu seja um visionário Mas vejo como é bom ter fantasia.
No canto que te faço, embrionário De um sonho que é mais pleno em harmonia, Dizendo deste teu aniversário, Te falo com carinho e alegria
De um tempo que virá bem mais sensato, Em que todos seremos mais felizes, Pintando da alegria um bom retrato,
Usando em aquarela mil matizes Que falem deste sonho com certeza. Mostrando-te perfeito na grandeza...
1868
Amigo é necessária a persistência Se queres conquistar esta mulher. Embora eu já perceba; a paciência Não é característica qualquer Em quem jamais passou por penitência E trama em desespero o que mais quer, Não é tão simplesmente competência É mais do que se pode, se vier. O rumo de teu canto andando a esmo, Se perde dos caminhos mais sensatos. Te falo, pois dos erros sempre o mesmo, Comete quem se encontra apaixonado. Cumprindo fielmente os velhos tratos Terás amor, enfim, recompensado...
1869
Amigo é quem sabe O quanto não sei De tudo o que cabe E não caberei Pois antes que acabe Amigos; terei.
Um passo que é dado Com força e vontade Num sonho que alado Mostra na verdade Futuro e passado Vibrante amizade
Faz-se dia a dia Intensa magia...
1870
Amigo é verdadeira esta emoção, Pois nasce com tal força em sentimento Que traz uma alegria em floração Num canto que se vai esparso ao vento.
Sabendo desfrutar cada momento, Encontro na amizade a solução De toda tempestade, do tormento Que toca, nos ferindo o coração.
Embora sejam duros os meus versos, Encontro na amizade, esta harmonia Que trama nos sentidos mais diversos
Louvando a própria vida em sintonia. Distante de outros tempos tão perversos, Promessa de carinho e de alegria...
1871
Amigo em nobre cofre coração Guardado com carinho dentro em mim, Precisa de vontade e doação? Jamais amigo cobra nada assim.
Uma amizade é feita no perdão Incondicionalmente. Nada enfim Compara-se com essa sensação Saber que na verdade, existe o sim.
E o não se necessário nunca omite, Amor que se faz pleno e nada cobra, Não sabe e nem conhece qual limite
Abrindo com carinho o dito cofre, A força para a luta já recobra. E junto com quem gosta, amigo sofre...
1872
Amigo em nossos passos que os loureiros Espalhem-se na glória de assim sermos, Amigos e comparsas, bons guerreiros, Sem medo de encararmos mesmo os ermos. O canto da amizade, alvissareiro, Conhece na verdade, tratos, termos
Que servem como amparo e assim entrego A sorte de saber a liberdade; Por isso meu preclaro, eu nunca nego Que tendo este poder de uma amizade, A vida facilmente, enfim carrego Alçando com meu canto, eternidade,
Sacrário que nos trouxe este bom Deus, Meus êxitos, querido, também teus...
1873
Amigo em nossos passos Momentos concernentes E quando são escassos Os dias em que mentes Vencendo os vãos espaços Ainda quando tentes Alçando velhos laços E nisso tu te assentes. Pulsando numa artéria A sorte sem miséria O vento nos consola E o tanto quanto pude Vestir em plenitude, A vida entra de sola.
1874
Amigo em sertaneja e rara fonte, Embriaguez de sonhos, água fresca, Por mais que tenha a vida romanesca, Jamais verás belíssimo horizonte
Na argêntea maravilha, nívea lua, Que inteira se mostrando em pleno céu, Caminha mansamente e continua Nos sonhos de um caboclo em seu corcel.
Amigo, em sua glória a dama imensa, Deitando na cacimba um raio belo, Terás ao vê-la, inteira, a recompensa De um pobre lavrador com seu rastelo
Que longe de um castelo imaginário Estende-se ao luar, seu relicário...
1875
Amigo esta cachaça nos vicia, Não tenho mais sequer escapatória A vida se fazendo sem vitória Impede que se tenha um claro dia.
O quanto o pensamento ainda adia A solidão cruel e merencória, O amor nos transformando, eu luta inglória Expressa este vazio em poesia.
Porém ao ter bem perto esta aguardente, O riso vem surgindo novamente Trazendo algum alento, eis a verdade.
Façamos mais um brinde, meu amigo, Nos goles eu encontro um doce abrigo, Chegando num segundo à liberdade!
1876
Amigo eu não me esqueço quando um dia Falavas de amizade e de carinho, Agora, me permita, em poesia Falar de um coração que, de mansinho
Vencendo a mais temível ventania, Arranca das estradas cada espinho. Louvando o amanhecer ao sol me guia Mostrando o seu valor, eterno vinho
Não deixe que este sonho se avinagre, Permita que alegria nos consagre E trague uma certeza de poder
Colher a cada tempo a rara flor Cevada com o esterco deste amor Que em plena liberdade diz prazer...
1877
Amigo eu não me esqueço De tudo o que vivemos, Decerto eu nunca meço O quanto nos queremos,
Se tenho algum tropeço, Isso é comum, sabemos, Apoio enfim te peço, Estendes os teus remos
E ajudas navegar Por mares violentos, Em meio a tanto mar,
Percebo que em momentos, Eu sinto-te a soprar, Pra longe os duros ventos...
1878
Amigo eu te agradeço e dentro da alma Eu ouço um canto mágico e divino. Por quantas vezes vi-o cristalino Trazendo ao coração ternura e calma.
Numa Espera contínua, mas feliz, Mudando os ares, sigo em noite imensa, Alegre foi decerto a recompensa Aonde a fantasia não desdiz
O quanto é realidade extenso brilho, A dádiva; mereço por acaso? E tendo tudo aquilo que eu aprazo,
Sossega o velho peito do andarilho, Que no solo alegrense, capixaba Em lágrimas sinceras já desaba...
1879
Amigo eu te encontrei pedindo esmola Nas ruas, nas favelas e nos portos. Tu eras a criança com a cola Mostrando teus caminhos, todos mortos...
Tu eras meretriz, pobre menina, Vendida por centavos, corpo exposto. Lavavas a tua alma na latrina Sentias podridão com fino gosto.
Te vi nos miseráveis combalidos, Vestidos de fantasmas sem futuro. Os pés já derrubados, distorcidos, A morte te esperando atrás do muro.
Amigo eu reconheço pela cruz, Crucificado sempre, vai Jesus...
1880
Amigo eu te encontrei Nos vales e montanhas Ainda quando ganhas As sortes noutra grei O tanto dita a lei E nisto não entranhas Sequer estas tamanhas Vontades que eu terei. Invisto cada passo No quanto busco e traço Vencendo o destemor. A vida se desdita E sei desta infinita Vontade a se compor.
1881
Amigo há quanto tempo não te vejo! Passamos tantos dias mais distantes... A paz que me demonstras; eu prevejo, Provém destes teus sonhos deslumbrantes...
Não sinto tantas dores, vacinado. Não sinto mais o medo de viver. Amigo, meu destino vai traçado, Nos passos que aprendemos percorrer...
A vida é um dilema, com certeza Não há muita saída, só lutar. A vida traz problemas; correnteza Que trouxe, também pode carregar...
Depois de tanto tempo sem notícia. Poder falar contigo: que delícia!
1882
Amigo há quantos dias A vida não se fez Além da estupidez E nada mais verias, Se tanto em poesias Ou mesmo em lucidez O rumo se desfez E nele não terias As sortes mais exatas E quando além constatas Momentos mais felizes Deixando para trás O canto mais audaz O sonho contradizes.
1883
Amigo me perdoe quando calo O mundo parecendo uma mentira Vencendo todo encanto de uma lira De amores, na verdade sempre falo.
Quem vive neste mundo sem amá-lo E como numa esfera volta e gira Apenas tanta pena já me inspira. Difícil de entender e perdoá-lo.
Amor que com certeza é bem sagrado E deve ser assim eternizado, Pois segue-nos do berço até sepulcro.
E toda sorte faz-se alvissareira Numa amizade plena e verdadeira, Que desta Terra deve ser o fulcro...
1884
Amigo me perdoe se em meus versos Eu tantas vezes mostro-me egoísta. Eu sei que somos muito mais diversos Mas isso não impede que resista
Um sentimento claro de amizade Unindo nossos mundos num só canto Que faça nos mostrar a qualidade Da vida com meandros, mas encanto.
Por vezes te pareço bem distante Pensando em outras coisas desta vida. Porém pode saber que neste instante Eu procuro encontrar uma saída
Que possa permitir que um novo dia Renasça com mais paz em harmonia...
1885
Amigo me perdoe Mas saiba que a amizade Por mais que a vida doe Impede a falsidade, Num canto que se ecoe, Escoa uma verdade
Não posso te falar De todas as mentiras Que tentas me enganar E ao céu quando as atiras Destrói já sem pensar, Rasgando em finas tiras
Um sentimento nobre, Que lealdade cobre...
1886
Amigo não desejo a tua sorte Apenas já não quero mais desgraças, Os olhos vão vazios, velhas traças Tomando minha vida, sem ter norte.
Rumando vou incólume pra morte Perdido entre aguardentes e fumaças, Deixando o coração, percorro as praças E nada do que encontro dá suporte
Aos passos que; pretendo, da alegria, Distantes do que os olhos divisaram Na busca pelo bem que eu já queria,
Somente este vazio imaginaram. Matando pouco a pouco a poesia, A clemência e amizade desdenharam...
1887
Amigo não é rastro nem farol É como um companheiro de viagem, Não quero ser teu sol nem girassol Não sou seu amo e nunca vou ser pajem. Amigo nos ensina que o atol Se perde em solidão. Distante margem Impede que se veja o arrebol. Mais fortes quando unidos, pensam, agem. Por isso, companheira, já te peço, Não deixe que se perca esta amizade. Tanto te quero amiga, te confesso, Mas não serei teu rastro nesta estrada Permita que em nós dois, a claridade Seja bem repartida e não roubada...
1888
Amigo não percebas meu passado Apenas pelas sombras que ficaram Resquícios que se encontram demonstraram Bem pouco do que tive, amargurado.
Quisera há muito tempo sepultado Meus erros que distantes me tocaram. Os dias que encontrei tanto ampararam Que tudo terminou, ficou de lado.
Porém de tal arquivo semimorto Exala, da lembrança um desconforto Que, quem dera, estivesse já perdido.
Não fosse teu apoio em amizade, O sinal deste tempo remoído Eu levaria por toda eternidade!
1889
Amigo não permita que a criança Que mora na tua alma se definhe, Vida se perpetua na esperança Desde que todo canto já se alinhe
No encanto deste amor que é soberano, Amor que se traduz em nossa luta Que é contra essa opressão, formato e plano Daqueles que só usam força bruta.
Amigo não permita que se mate Toda a felicidade do viver, Pois toda essa desgraça que se abate Começa desde o dia em que nascer
O egoísmo estúpido que traz Matando o vero amor, o fim da paz...
1890
Amigo não se cobra e nem se pede Apenas nos apóia, sem por que, Quem ganha é quase sempre quem concede Não tem aonde, nunca nem cadê. Amigo é mais que irmão, é par, é laço, Uma alma que nos guia e nos conforta, Estende sempre a mão, nos dá o braço, E nunca amigo fecha qualquer porta. Amigos verdadeiros nos consolam Embora nunca faltem à verdade, Amigos verdadeiros não imolam. E nunca faltará sinceridade Quando amizade é plena e mais sincera, Não usa de disfarces nem espera...
1891
Amigo não se esqueça que esta vida Prepara em meu caminho as armadilhas Às vezes interdita nossas trilhas Fechando uma porteira. Então decida
E lute até chegar uma saída Que leve ao renascer em maravilhas. Se as dores, muitas vezes em matilhas Sagazes, são terríveis, nessa vida,
Do dia a dia veja, companheiro, Que tantas vezes somos enganados Na busca incontrolável - pés ligeiros,
Que tramem novos sonhos outros fados. Porém ao perceber a realidade Encontro farta luz nesta amizade...
1892
Amigo não se trai, senão se mata Uma amizade feita em confiança, Tampouco se destrói e se maltrata Quem guarda com carinho esta lembrança
Dos dias mais difíceis que passamos. Não deve-se ferir quem nos apóia, Nem mesmo se arvorar a cortar ramos Desta árvore divina feita em jóia
Podando o que nos trouxe tanto alento, Serrando na raiz um sonho breve. Rasgando em virulência, num momento, Uma alma tão sincera. Quem se atreve?
Por isso é que te peço, na verdade, Jamais deves trair uma amizade!
1893
Amigo não tens culpa do vexame Que a tal delegação paga em Beijin, Mineiro sabe bem ganhar beijim Trazendo as alegrias num enxame.
O Brasil não resiste a um bom exame, São poucas, raras flores no jardim A mídia maltratando, pesa assim Herói que cedo inventa num reclame.
A queda que tiveste teve o peso De toda uma "nação" mal inventada Mantenhas o ideal, sublime aceso
Que assim terás em paz, o teu porvir Medalha, na verdade vale nada O que importa, querido é competir!
1894
Amigo quando vai, a vida chora... Estrelas vão perdendo um certo brilho... O céu de minha vida se descora, O rumo da existência perde o trilho...
Amigo, na saudade que deixaste Por certo não consigo mais partir Na minha insegurança, perco uma haste, Ficando mais difícil prosseguir...
As duras tempestades do caminho, Talvez sejam difíceis de encarar... Agora, como irei seguir sozinho, Terei quiçá u'a força pr'a lutar?
Estrela dessa sorte, ao fundo cai... Quando da vida amigo já se vai...
1895
Amigo que os trigais sejam benditos E deles a colheita garantida. O dom que sobrepõe-se em nossa vida Nos traz sempre mais próximos os ritos
Que em paz permitam ter dos infinitos Sagrada fantasia, que estendida, Impede que se faça amor de ermida Matando a cada dia velhos mitos.
Por mais que a terra seja árida e seca Quem tem felicidade sabe arar Usando como grão uma amizade.
Quem faz de uma alegria, sua Meca, Nesta amplitude imensa, vasto mar, Já sabe cultivar a liberdade!
1896
Amigo quero tanto te falar Das noites sem disfarce que passei, Buscando nas estrelas o luar Depois eu percebi que me enganei.
O brilho da esperança é diferente Não pude discernir neste horizonte. Por mais que ser feliz pareça urgente A vida, quase sempre, nega a fonte.
Amigo, não me escondo da verdade, Eu sei que me iludi sem perceber, Por isso, devagar, essa saudade, Já toma quase todo o meu viver.
Não peço-te conselho, não mereço, Apenas que me compreenda meu tropeço
1897
Amigo sei que a vida continua, Também eu sei que tudo passará, Porém com a distância alma flutua E sei que outro caminho encontrará. Mas saiba que agradeço todo dia, O fato de poder ter conhecido Alguém que me trazendo essa alegria Demonstra com bondade o bem vivido. Não deixe que isso morra. Também peço Que sempre pense em mim com amizade, Se a vida te aprontar algum tropeço, Que saiba que tu tens a liberdade De sempre procurar um ombro amigo, Tu sabes que estarei sempre contigo!
1898
Amigo tantas vezes me encontrou Perdido sem sequer uma alegria. O barco de meus sonhos naufragou, Morrendo em solidão. A companhia De quem meu caminho iluminou Permite que eu renove a fantasia
E traga uma esperança de saber Do quanto inda é possível navegar, Até que ancoradouro em possa ver Depois desta procela se acabar. Na força da amizade, eu posso crer, O dia novamente irá brilhar.
Meus olhos tão cansados perceberam O quanto desta luz; já receberam...
1899
Amigo tantas vezes perguntei À vida por que dores ela traz. Em um momento triste, a dura lei Mostrando do que a dor é mais capaz
Por um segundo, enfim, desanimei Sofrendo tal tormenta, nada apraz; Na morte, meu amigo, até pensei, Por que viver se nada satisfaz?
Porém num dia calmo eu obtive Uma resposta clara e verdadeira A gente, com certeza, sempre vive
A vida na procura de um apoio, E Deus em atitude alvissareira Nos fez em plena dor, saber do joio...
1900
Amigo tantas vezes procurando Pessoas que me dessem proteção. O mundo que eu sonhara desabando Em ti, eu encontrei a direção.
Por mais que seja apenas um momento E te pareça frágil, meu amigo. Durante o mais terrível sofrimento Encontrei nos teus braços manso abrigo.
Sabendo quantas vezes me perdi, Eu vejo a maravilha que há em ti E sempre que eu puder, eu te agradeço
A vida que prepara uma armadilha, Também nos dá certeza desta trilha, Que acolhe mesmo quando num tropeço...
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