
MEUS SONETOS VOLUME 014
Data 22/11/2010 08:02:09 | Tópico: Sonetos
| 1301
Além de tudo aquilo que buscamos A vida não se mostra sempre cega Enquanto noutras sendas entranhamos O barco da ilusão, amor navega
Estrela se declina sobre os ramos E em plena fantasia não sonega O brilho que em belezas encontramos Traduzindo em verdade rara entrega.
Amor ao demonstrar os seus sinais Ancora uma esperança em nosso cais Mudando todo o rumo destes ventos.
Perfumas alegria pela casa E toda esta emoção que nos embasa Permite mais felizes pensamentos...
1302
Além de uma paixão que é fátua; eu tenho Por ti um sentimento bem mais forte Capaz de nos mostrar um novo norte, E proteger nas sendas que eu embrenho.
Por isso é que em meu verso agora eu venho Falar do nosso amor, firme suporte, Que traz ao coração um manso aporte No qual esta esperança tem empenho.
Falar do quanto eu quero estar contigo, Contando com teus braços como abrigo Sabendo da amizade que nos une.
Eu te amo e nada pode mais calar A força que entranhando devagar Não deixa a solidão ficar impune.
1303
Além deste desejo, compartilho Amor tão delicado e sonhador, Não vejo neste mundo um empecilho Que possa já conter o nosso amor.
És Afrodite e Amor, dileto filho, Que em setas, anjo bom e tentador; Ao ver o quanto em ti me maravilho, Me fez de teu olhar adorador.
Nos sonhos mais gentis, estás presente, Não deixo de pensar um só minuto, Minha alma ao te rever, cedo pressente
O quanto és importante para mim, Que seja assim bendito esse bom fruto Que é feito da alegria imensa. Enfim...
1304
Além deste horizonte imaginário Aonde a lua surge em plenitude, Dos sonhos mais felizes um açude, Caminho que desejo, belo e vário.
O amor quando demais e solidário Permite que se veja a juventude Bem mais do que eu sonhara e mais que pude, Deixando o meu destino, solitário.
Embaralhando pernas, pensamentos, Eu quero sem limites os momentos, Vivendo na perfeita comunhão
Com quem sabe os segredos desta vida, Mostrando com carinhos a saída, Vencendo em calmaria, o furacão...
1305
Além deste horizonte que hoje vejo, Montanhas tão longínquas, ouço a voz Que entranha meus ouvidos num atroz Resquício do que outrora foi desejo.
Perdido sem destino, entregue ao pejo, O amor este temível, duro algoz, Tortura quando invade e vem veloz, Carrasco que se mostra mais sobejo.
Meu peito em pleno alerta não consegue Cessar a força intensa que prossegue Atando nos meus pés frios grilhões.
Depois de tantos erros, aprendi? Que faço se me entrego então a ti, Matando o que restara de ilusões...
1306
Além deste horizonte se permite Um raro amanhecer em luzes fartas, Enquanto a poesia já descartas O amor não ultrapassa o seu limite.
Não tendo quase nada em que acredite, Guardando em minha manga algumas cartas, Desejo num segundo que tu partas, Porém a mão segura e quer que evite
A tua debandada em outras brenhas, E pede que, retornes e que venhas Trazendo os teus sorrisos costumeiros.
Teu gosto permanece nos meus lábios, E perco, timoneiro, os astrolábios Errante mergulhar despenhadeiros...
1307
Além deste universo, além da morte, Vagar pelos escombros do que fui, A vastidão esconde o velho corte, O sangue apodrecido, agora flui.
As mãos que sempre empunham a velha arma, As mesmas que acarinham o meu rosto, Viver em solidão além de um karma, Deixar o peito aberto, amargo e exposto.
Perenes desventuras, me acostumo... O riso em ironia não bajula, Procuro no vazio rota e rumo, Imensa esta volúpia feita em gula...
Metálicos sorrisos são avisos Do fim que se aproxima em toscos guizos...
1308
Além do japonês tem alemão Suíço, até francês nesta parada, Não quero então ficar assim na mão Depois de tanto tempo, sobra nada.
Estranhos os meandros da paixão, A gente mal mergulha, perde a estrada Cevando com carinho cada grão Plantando este centeio vem cevada.
Eu sei que toda flor tem seus espinhos. Quentão sempre precisa de gengibre Problema, meu amor é o calibre.
Eu soube de outras fontes que este cabra Não usa pra arrombar nem pé de cabra Meus dotes, disto eu sei, pequeninhos...
1309
Além do pensamento e do sentir, O amor vai pouco a pouco me elevando, De um sonho que se fez outrora brando, Vislumbro um Paraíso no porvir.
Podendo desde sempre pressentir O templo em alegrias se formando, No corpo da mulher desabrochando Vontade de tocar e repetir.
Mirando o teu olhar, minha alma lê Fantástico caminho em que se vê Um tempo de alegrias tão imensas.
Meu corpo se entregando, vou inteiro, De todos os prazeres, timoneiro Roubando da alegria, as recompensas...
1310
Além do que a saudade reproduz Eu necessito sempre o que há em ti Não digo que meu rumo eu já perdi Apenas o teu rastro me conduz.
Não quero carregar pesada cruz E nem saber o que jamais eu vi, Ao penetrar um sonho amargo aqui Nas mãos que acarinhavam; um obus.
O tempo traz ciladas disso eu sei, Palavras são as armas preferidas Eu estarei contigo noutra grei
Mesmo sabendo que não queres mais Encontro a claridade em nossas vidas Embora eu saiba, não terei um cais...
1311
Além do que fizemos ou sonhamos, Os jardins da esperança, um amor rega, Por mares tão distantes navegamos, Paixão que nos domina louca e cega. Alegrias, tristezas; encontramos. Amor que sem limites não se nega.
Tantas vezes distantes deste cais, Os barcos em tempestas, num naufrágio, Entregues aos terríveis temporais, Momentos tão difíceis, peito frágil, Porém amor tão forte foi capaz De permitir a fuga e bem mais ágil
Recorrendo ao canteiro da esperança A liberdade em flor, mais cedo alcança...
1312
Além do que pensamos que amor fosse Num átimo desvenda os meus segredos, No canto que me encante e me remoce O doce de viver afasta os medos.
Meus credos já deixados no passado, Em meio às mais insanas inverdades. Agora em placidez sigo ao teu lado Rompendo da gaiola, velhas grades.
Amar e ser feliz, o que me resta. E nada mais procuro em minha vida, Da solidão amarga, faço a festa Enquanto a morte dorme, distraída...
Lamentos esquecidos, relegados, Os sofrimentos mortos, renegados...
1313
Além do que pensara, até sabia, Não tenho mais o olhar da ingenuidade Querendo me inteirar do que não via Havia a poesia sem verdade.
E o beijo da mulher já não sacia, Romper dos preconceitos qualquer grade, Lastimo o que restou da fantasia Jogada nos esgotos da cidade...
Serrando estes andaimes, salto o prédio, E morro muitas vezes, sem remédio No tédio inestimável de um poema.
Pereço nas esquinas e botecos, Os dias não seriam repetecos Da fome que destrói do sonho, a gema...
1314
Além do que sonhei que já tivesse Do encanto que se fez contentamento. É como se deveras, numa prece, Amor de dores fosse assim isento. Porém o duro Fado não esquece Sequer por um segundo ou um momento.
Às ordens deste amor, estou sujeito, E assim se fazem cantos mais diversos. Professo mesmo embalde o meu direito Na busca da alegria nestes versos. Tu queres e bem sabes que eu aceito Oferecendo a ti meus universos.
Enganos proferidos sem descanso, Teu mundo que procuro e não alcanço...
1315
Alguém gritando ao longe, grito forte, Envolto nas penumbras, tanto frio. Se meu olhar seguisse esse teu norte, O mundo não seria tão vazio...
Escuto cada vez mais forte o grito Da voz que pouco a pouco reconheço. Se meu amor não fosse tão maldito, Talvez a salvação tivesse apreço...
A voz que tanto grita, alucinada, Por um momento chego a confundir... E foste, meu amor, na madrugada, Deixando quase nada a repartir...
Agora reconheço essa aflição. Eco de sua voz, meu coração...
1316
Alguém já viu um coração sangrar? Rasgado pelas garras das paixões Causando hemorragias sem parar, Levado pelo ardor das emoções.
Na chama deste amor tento buscar, Quem sabe encontrei as soluções? Um sonho tão gostoso de sonhar Trazendo em pleno inverno, bons verões.
Sabendo deste lume que me guia, Estrela redentora em fantasia, Deixando o meu caminho iluminado.
Mudando o meu destino, num rompante, Detendo o sangramento, que estancado Liberta um coração que foi sangrante...
1317
Algum sopro de vida ainda existe Amortalhado amor segue seu rumo. Enquanto em noite fria me consumo O verso nascerá deveras triste.
Sem cais ou porto ao menos que se aviste O tempo rei, senhor, o supra-sumo Uma esperança esvai-se em fino fumo, Vencida pelo medo, não resiste.
Eu quis amar demais, mas nunca pude A seca vai tomando cada açude, Mudança que previ, bem sei não veio.
E tento, mesmo inútil, ver razões Que possam provocar revoluções, Porém soçobra o sonho sem esteio...
1318
Alguma coisa a mais que uma esperança Alguma coisa a mais que só carinho. Alguma coisa a mais senão se cansa E volto, novamente a ser sozinho...
Alguma coisa a mais que essa promessa Alguma coisa a mais que meu soneto. Alguma coisa a mais que essa conversa Eu não te peço nada e nem prometo...
Alguma coisa a mais que poesia Alguma coisa a mais que simples sexo Alguma coisa a mais que fantasia. Amar; tenha certeza, é bem complexo...
Se queres ser assim, ó doce amada Com certeza serás m’a namorada!
1319
Alguma coisa a mais que uma esperança o coração buscando em desafio E quando se aproxima um novo estio Meu passo noutro rumo ora se lança
E o canto se desenha em rara dança Moldando o que pudera e assim desfio, Descendo em sutileza o raro rio Gerando a cada curva a confiança.
Mergulho nos teus braços e sou teu, Meu mundo no teu mundo se verteu Fazendo deste amor nosso estuário
E o tempo se aproxima deste eterno Cenário aonde o mundo em paz externo E vivo o sonho raro e solidário.
1320
Algumas vezes jóias lapidadas No ourives predileto, o coração, Se mostram quase sempre iluminadas Mas outras vezes negra escuridão.
Tiaras, gargantilhas ou anéis Rubis ou esmeraldas, perla ou jade, Assim amores feitos mais fiéis Durando por quem sabe eternidade.
Opalas, turmalinas e corais Dourando minha vida em teu abraço. Nos teus cabelos brilhos, sempre mais, Acaricio e assim desembaraço.
No fundo em tanta jóia, em tal matiz, O que mais quero, amor é ser feliz!
1321
Algumas vezes tive o sentimento De que nunca gostaste assim de mim. Nas horas mais difíceis, no tormento, Cravavas tuas garras, ‘té o fim.
Achava isso terrível covardia, Queria uma palavra de carinho, Mas vinhas afiada, todo dia, Deixando-me pensar que sou sozinho...
Querida companheira, me perdoe, Eu sinto que fizeste todo o bem. Quem ama, não se importa quanto doe, A verdade não se esconde de ninguém.
Por isso, cada vez mais te desejo. As lágrimas que deste, como um beijo...
1322
Alheio aos disparates que propagas, Estúpido fantasma de si próprio, O mundo não trará em dores pagas A quem se mostra sempre tão impróprio.
Dos ópios que procuro e experimento Opalescentes céus não satisfazem, Se à luz de meus desejos ainda tento, Verdades tão inúteis sonhos trazem.
Ouvir da voz do vento este chamado, Escarro sobre os vermes que me deste, Não quero mais meu verso disfarçado, Nem mesmo me entregar à louca peste
Vestida de imbecil que me atormente, Que morra este idiota, vil, demente...
1323
Alheio aos mais temíveis sentimentos, Vaguei pelas calçadas da ilusão. Por vezes, esboçava movimentos Tentando me afastar da tentação.
Embora noutros braços, os ungüentos Traziam uma outra forma de emoção Depois de certo tempo, vis tormentos, E à noite, novamente escuridão...
Pudesse decifrar os teus sinais E a vida talvez fosse diferente. Envolto nos lençóis, amor pressente
Movimentos audazes, sensuais, Forrando nossos sonhos plenamente Adentra o coração, saltando umbrais...
1324
Alheio às tempestades, nada temo, Sequer os maremotos que virão. Às portas que se fechem, solidão, Eu teimo e navegando encontro o remo.
Nos olhos da ilusão; fogueira e Demo, Permissivos em busca do perdão, Os passos se perdendo na amplidão, Os medos e temores, enfim cremo.
E cato os estilhaços, me refaço, O amor que cometemos; tão devasso, Não deixa que se arrumem mais pecados.
Eu vejo no céu riscos azulados, Fogos fátuos, demônios disfarçados. As sombras me perseguem passo a passo...
1325
Alheios aos tormentos da paixão, Seguimos pareados; vida afora, Brindemos com volúpia esta emoção Que envolta em nossos sonhos, cedo aflora.
Cedendo pra avançar noutro momento, Sabemos do caminho, com certeza. Estando a cada dia mais atento, Superaremos sempre uma surpresa
E erguendo os nossos olhos no horizonte Aprendo a navegar em mar revolto. Por sobre as turvas águas, criar ponte, Mantendo o coração liberto e solto.
O amor que construímos; a ancoragem Que é feita dia-a-dia: aprendizagem..
1326
Alice no país das falcatruas Pensava ser a moça mais gostosa Das bundas/melancias, orgulhosa Mostrava suas carnes semi nuas.
Enquanto se vendia pelas ruas A moça tão vazia quão cheirosa Ao mesmo tempo insípida e formosa Sonhava com paixões que fossem suas.
Depois dos botequins, tantos motéis As noites se passando em carrosséis Pensava em maravilhas que não vinham.
Do amor que se alugava, nas revistas, As mesmas asneirices e entrevistas Retratos culturais, assim continham...
1327
Alijo-me dos sonhos, sigo em frente; Talvez eu merecesse melhor sorte, Sem ter das ilusões qualquer aporte Quem mais promete; aquele que mais mente.
Poeta me dizia: sempre tente, A vida cicatriza um velho corte, Fazer do sofrimento o seu esporte Soldado um dia chega até tenente.
Com pulso firme e sangue frio é fácil, Estúpido é quem deixa-se levar Pela alma que cordata ou mesmo grácil
Envereda por mares mais gentis, Apagando as estrelas e o luar Quem sabe; finalmente sou feliz.
1328
Alinhavando os sonhos e vontades Amor vai construindo um novo dia. Ligando ponto a ponto, a fantasia Trará ao fim da tarde, as claridades.
Enquanto em maravilhas tu me invades, Tecemos nosso amor com poesia, Própria magnificência já cerzia Rompendo do passado, velhas grades.
Assim, num arremate em perfeição A glória deste encanto, sedução Trazendo em profusão, cetins e sedas.
Adentro os teus segredos noite afora, A lua soberana, o céu decora Deitando sua prata nas veredas....
1329
Alio meu amor ao teu carinho E assim viajo ao céu em um momento. Queimando em fogo ardente, eu já me alinho Ao canto que me dás em forte vento.
Sou teu, nunca neguei quero o teu ninho, Deitado no teu colo, um sentimento Aonde com fulgor vou de mansinho, Queimando em fogo intenso cada intento
De ter teu corpo atado junto ao meu, Dois caminheiros sabem da partilha Da vida que mostrara-se andarilha
E agora nos teus braços conheceu A luz que me dá força pra viver, Delicioso amor, nosso prazer...
1330
Alio meu amor ao teu carinho e sigo sem saber de outro momento E quando o coração exposto ao vento No tempo mais audaz eu adivinho
Vertendo este sentido em desalinho Apenas um cenário em paz eu tento, Vestindo a solidão, sempre alimento Amor em tom atroz, feroz, mesquinho
E morto em plena vida, nada resta Sequer o que pudesse ser a fresta Por onde percebera qualquer luz
Depois de certo tempo nada vejo, Somente o desdenhar de algum desejo E o tempo na verdade ao não conduz.
1331
Alíquotas de glórias divididas Por mais de cem mil anos, te busquei. Decerto percebi que tu duvidas, Mas tenho nos teus olhos, minha grei.
Bruxuleante vela que apaguei Fechando dos meus passos, a saída. Estúpido fantasma que criei Aguarda nova sorte noutra vida.
Inglório, sem saber sequer do fim, Afim de ter, talvez, uma emoção Que justifique, ao menos a intenção
Florindo sem se rir do meu jardim. As jarras que partiste, ainda tenho Mostrando este irrisório desempenho...
1332
Alíquotas sensíveis repartidas Entre milhares sonhos e verdades, Ao ver proliferarem liberdades Percebo que valeram nossas vidas.
Servis jamais seremos, as saídas São feitas de maiores claridades, Não posso suportar algemas, grades, A mão que nos fascina nega Midas.
Sem ilhas; continentes dão a tônica, A Terra quando em voz clara e harmônica Talvez trague no fim, a redenção.
Usando como mote os Evangelhos Do antigo Apocalipse, os joelhos, Erguidos com olhares na Amplidão...
1333
Alívio para a dor de quem sofreu, O amor jamais se cala, simplesmente Vivendo esta alegria plenamente, Eu quero a cada dia ser mais teu.
Enquanto em mar suave se verteu O gozo desta vida em que se sente A força sem igual, rara e premente De ter o que sem rumo, se perdeu,
Deixando no passado velhas mágoas, Rompendo tais barreiras fortes águas Adoçam oceanos com carícias.
Do amor que nos guiando já suplanta Uma alma transbordante em glória tanta Expressa em poesia estas delícias...
1334
Alma não morre, nunca morrerá; A eternidade da alma de um poeta Que sempre pelo mundo vagará, Na poesia um sonho se completa,
Com toda força eterna brilhará Mostrando como a vida é tão dileta, Eternizada na alma, ficará. Numa eterna emoção. Viva e repleta.
Na fantasia e sonhos, mundos tantos... Na alegria e na dor, quantos encantos. Nesta alma que se eleva sobre nós...
Nos laços que nos unem, tantos nós; No medo e na incerteza, estamos sós, Sinceros e reais, os nossos prantos...
1335
Almejo a liberdade redentora Qual pássaro canoro em migração. O verso em lantejoula te decora, Rasgando num momento esta emoção.
O quanto que te quero sempre aflora A cada novo dia ou estação, Abrindo o peito à sorte, vem agora Fugindo da armadilha em alçapão
Prazeres e desejos são indômitos Deixando os pensamentos quase atônitos Nos recônditos da alma cada traço
Permite me falar do amor sincero Que a cada novo dia sempre espero Na senda tão suave que assim traço...
1336
Almíscar de tua alma inebriante, Nas lentas sensações desse carinho. Divago por caminho extasiante, Emergindo do sonho, mar e vinho...
No ancoradouro quero meu saveiro, No cais destes teus braços tão macios... Esteio do meu barco. Derradeiro... Desejo de fugir dos ventos frios...
Eu te amo tanto, tanto quanto posso. Talvez mais que a mim mesmo, não duvido. Quando estou contigo, me remoço, Esqueço tanto porto já perdido...
Impregnado de pura juventude, Amor que se renova em atitude...
1337
Almíscar: meus desejos, teu perfume; Penetrando as narinas, me conquista. E não há, na verdade, quem resista, Nem quero e nem concebo mais queixume...
A vida sem teus olhos, não tem lume, Meu caminho se perde. Não desista: Grito contido, perco-te de vista. Mas teu olor suave, qual costume,
Denuncia teus passos, minha amada... Não perderei jamais a tua estrada, Nem quero mais sentir outro desejo.
Teu perfume causando, nesse ensejo, A doçura suave de teu beijo, Presença do Senhor, glorificada...
1338
Almôndegas ao molho de tomate Combate que não canso de lutar, Enquanto no teu corpo um arremate Gostoso de beber e de provar.
Aqueça esta mistura devagar, Depois de sobremesa um abacate, Cerzindo uma esperança de ficar, O amor se mostra assim, bom alfaiate.
Mascate da ilusão, o velho peito, Orégano, pimenta e manjerona Depois deste banquete, satisfeito
Amor acende a chama do fogão, Porém logo o desejo me abandona A culpa é desta tal indigestão...
1339
Altares dos meus sonhos, são imensos Imersos em vazios sentimentos, Remeto meus desejos nestes ventos Amparo tantas dores, alvos lenços.
Tantos fiascos tive, tempos tensos, Nas lâmpadas das almas nos tormentos Envolto pelas trevas, sofrimentos Amores são meus templos tão intensos.
Os gládios que levanto na batalha, As hastas empunhando sem temor. O canto de terror quando se espalha
Conclama tantas vezes, nunca pensa. Porém já me avisando que este amor, No fim da vida traz a recompensa.
1340
Altares maltratados pelo gozo Histriônico, audaz e sempre hedônico Daquele que se fez maravilhoso E morde um moribundo quase agônico.
Falar desta canalha é tão gostoso, Não nego que isso seja só platônico, Mas veja o quanto dói ser melindroso Ou sinta a minha faca em corte harmônico.
Amar é ser liberto totalmente De toda estupidez ou convenção, Cravar na hipocrisia um fino dente,
Rasgando a carne em decomposição. Beijar na boca fria da serpente, E ter, além de tudo, compaixão!
1341
Altares que erigimos ao deus Eros, Num cântico sincero; eternidade... Sentidos e sabores, todos veros, Sem faca nem adaga. Liberdade.
Parceiros e comparsas, corpos, pele... Deixando os viperinos malquereres Que a cada novo verso se revele A plenitude em sonho de dois seres...
A par do que queremos; nada cessa Força quase vital que nos comanda Com vital magnitude se professa Repleta o peito amante que, de banda
A cada passo expressa e denuncia Aquele a quem a vida se anuncia...
1342
Altares que erigimos ao deus Eros, Num cântico sincero; eternidade... Sentidos e sabores, todos veros, Sem faca nem adaga. Liberdade.
Parceiros e comparsas, corpos, pele... Deixando os viperinos malquereres Que a cada novo verso se revele A plenitude em sonho de dois seres...
A par do que queremos; nada cessa Força quase vital que nos comanda Com vital magnitude se professa Repleta o peito amante que, de banda
A cada passo expressa e denuncia Aquele a quem a vida se anuncia...
1343
Alva, vinhas; veloz alvorecer... Beijo embarco na bela doce boca... Trago o tato, temi tirar a touca Adoço o sonho, quem me dera ser!
Não sei se sabes sinto não saber, Aporto portos pútridos. Espoca O meu medo, penedo a percorrer. Meu trabalho foi falho, fel desloca!
O rombo dos arroubos foi rebento. O traço dos meus passos foi errado. Varais, vestidos, vértices do vento...
O que não sei serei ou desfaço... O canto que cantei nunca encantado. O resto que traguei, um simples traço!
1349
Alva maravilha em noite rara A lua se desenha; bela prata O sonho mais audaz já me arrebata E a sorte se desenha e me tocara,
Vagando sem sentido, desampara A sorte que deveras nos maltrata, A vida muitas vezes mais ingrata Matando o quanto quis desta seara.
Mas quando percebendo a sertaneja Rainha dos meus sonhos clara e nua, Delírios invadindo, a deusa nua
Além do que pudesse e se deseja Desenha nestes céus trilho diverso E doma sem sentir todo universo.
1350
Alvíssaras ao belo e raro amor A florescer em sonhos e delírios Encantadora e frágil, esta flor Se faz em rosas, dálias, jasmins, lírios...
Eternidade feita encanto e festa Florindo a cada verso, amor sereno Enaltecendo a vida, em si já gesta Um gesto de alegria; vivo, aceno
Na vibração conjunta, um diapasão, Orquestrando o futuro em paz e gozo. Arpejos e sonatas, coração... Deixando para trás mar revoltoso...
Canteiros e quintais, beirais, sobrados; Aramos esperança, enamorados...
1351
Alvíssaras ao louco trovador Que canta e que decanta sem descanso Em versos de amizade mostra amor Que em sonhos delicados eu alcanço Um coração só mostra seu valor Quando nos traz a paz feita em remanso.
Outrora em serenata ou madrigais, Os bardos imploravam com destreza Louvando uma amizade feita em cais, Rompendo a madrugada na incerteza Do amor que talvez fosse nunca mais, Porém em canto livre tal pureza
Que mesmo que distando tantas léguas Às guerras e desgraças trama tréguas..
1352
Alvíssaras aos sonhos delicados Ourives da esperança, belo amor, Cevando em alegria, cada flor, Adorna com magia, raros prados.
Não quero tão somente os altos brados Somente a liberdade do condor, Por sobre as cordilheiras te propor Caminhos em ternuras decorados.
Amar é ter a glória de saber Colher os méis que a vida nos prepara Deixando para trás cada ferrão.
Quem ama percebendo o seu poder Por mais que a sorte seja dura, amara Sabe polinizar o coração...
1353
Alvíssaras àquela que se exponha E mesmo sendo frágil nada tema. Rompendo sem saber qualquer algema, Terá satisfação em ser risonha.
Uma alma que se entrega sem vergonha Trazendo uma alegria como emblema, Vencendo em calmaria algum problema Deitando tão tranqüila sobre a fronha...
Quem crê sem perguntar, apenas crê A Deus sem qualquer máscara já vê E nisso se consiste eternidade...
O Amor quando se mostra sem medidas Detém em suas rédeas nossas vidas Sob égide sublime da amizade...
1354
Alvissareiro sonho em que me perco, Vestido de horizontes tão diversos. Das luzes e das trevas eu me acerco Perdendo com certeza sons e versos.
O vento ao espalhar o farto esterco Aonde tantas vezes vão imersos Os dias onde as luzes não mais cerco E vivo tão somente em grãos perversos...
A lida deste velho agricultor Antigo jardineiro que do amor Prepara a sementeira, dia-a-dia.
Adoçando os meus lábios, fantasia, Na qual sinto o caminho redentor, Porém a realidade cala, esfria...
1355
Alvissareiros dias que se foram, Nas hordas dos amores, castidade... As flores que plantamos se descoram, Pois tentam encontrar eternidade...
Espinhos e torturas já se afloram, Expostos aos riachos da saudade. No lodo de minha alma rememoram Um tempo mais feliz, tranqüilidade...
Imaculado gozo do guerreiro, Nos colibris etéreos, pirilampos... Sacrário desse amor, desfiladeiro
Por onde se perderam ilusões... As cores outonais do belo campo, Finas fragilidades, corações...
1356
Alvorada que busco, meu desejo.. Nos braços das estrelas, adormeço. O canto que dedicas, não mereço, O medo de morrer me enche de pejo!
Na palidez tristonha, nada vejo, A vida me transmuda sem tropeço. Espero fantasias, adereço, Em meio a tempestades, peço um beijo!
Nos campos procurando uma açucena, A cor maravilhosa da verbena Encanta meus olhares, me alucino...
Por quantas noites vago solitário Amor é sentimento em desatino. guardado no meu peito, em relicário...
1357
Amada, com certeza, não se mede Amor por horas tontas que passamos. A porta que me fechas não me impede, De termos divinais como sonhamos...
Vivemos capturados mesma rede, O mar que poluímos não lavamos, No canto que te canto vejo a sede, Notícias, novidades, nos reclamos...
Amada, com certeza, não te quero. Vendeste por tostão o que era nosso... Refúgios que procuras, no teu clero,
São contas que não pago e nem endosso. Transformas em venéreo o que venero, Quebraste finos pratos onde almoço...
1358
Amada, minha ninfa, meu tormento Verdade que se esconde sob a manga, Das praias arenosas, a baranga Fazendo tempestade em pouco vento.
Terrível jaburu quando usa tanga, Causando a quem repara, sofrimento. Eu vejo o teu olhar e me atormento Sabendo ser a minha orangotanga.
Nem mesmo esta cegueira me socorre, Quando eu te conheci ‘tava de porre Não vejo outra desculpa. O que fazer?
A planta que teimosa cultivei, De certo agora eu vejo quanto errei. Charanga desafina pra valer...
1359
Amada, faz um ano... Lembro bem, Que a gente começou a namorar. Durante tanto tempo sem ninguém Sozinho, sem ninguém para encontrar!
Alguns dias depois, quase brigamos, Ciúmes de quem fora teu amor. Por mares tão difíceis navegamos, Em busca deste cais encantador
Um ano de namoro e muita história, Felizes, somos dois apaixonados. Amar é se render a toda glória
É prova de que existe um Deus no Céu, Muito obrigado e que sejam nossos fados, Eterna seja assim, lua de mel!
1360
Amada, não me trate deste jeito tu sabes que eu desejo estar contigo. Felicidade? Tenho este direito? Um sonho que – faz tempo – assim, persigo.
O medo de ser só, de fato espreito e vejo tão distante um bom abrigo. Quem dera se eu pudesse, satisfeito; mas juro, eu tanto tento e não consigo...
Eu quero ter ao menos uma chance de ter uma alegria, num romance que faça de meu mundo um Eldorado.
Desculpe, minha amada, eu não te engano. Se a vida me prepara o desengano a salvação encontro do teu lado...
1361
Amada, por estrelas nós andamos, Meu barco, nos teus mares já navega, Aonde tantas vezes mergulhamos Paixão vai me tomando, louca e cega.
Neste arvoredo imenso, tantos ramos, Florestas de ilusões, amor não nega Além do que pensamos ou sonhamos O pensamento trama e nos carrega
Portando em suas mãos estrelas várias Tocando bem mais fundo as coronárias E na taquicardia, amor demais.
Das rotas que percorro; luminárias Deixando a cada passo, os seus sinais Divinos e decerto sensuais...
1362
Amada, depois desta noite intensa Eu tive que sair pra trabalhar, Porém à noite espero a recompensa Do tempo em que não pude te adorar.
Espero que este amor já te convença E nada possa então nos afastar, Embora esta distância tão imensa, Meu sonho atravessando céu e mar
Depressa vai chegar, e de surpresa, Tirando a tua roupa novamente, Revendo em tal nudez tanta beleza,
Recomecemos logo o louco jogo Do amor que nos tomou e de repente, Deseja que eu retorne logo, logo...
1363
Amada, como é bom saber de ti, Serena sensação que já me toma, Contigo uma certeza que se assoma, De ter tudo na vida que pedi,
Eu quero que tu venhas para aqui Contigo, meu amor sempre se soma, A vida benfazeja se retoma E traça todo amor que recebi.
Vem logo não dispenso o teu carinho, Eu quero me esconder neste aconchego, Sem véus, permita Deus que este sossego
Prossiga em nosso canto em que me alinho, Minha alma agradecida, já se ufana, Da glória de ser teu, e não se engana...
1364
Amada, ao te sentir aqui presente Em todos os lugares, quarto e sala, Percebo quanto é bom poder cantá-la Em versos e no sonho que pressente
Um mundo bem melhor, bem mais contente. Queria, se possível, ao tocá-la; Mostrar o quanto quero, numa escala, Sentir o teu carinho mais premente.
Saber destas carícias que me ofertas Com uma inimitável sedução; As portas permanecem sempre abertas
Na certeza absoluta que virás Depois da tempestade de verão Trazer à minha vida, toda a paz...
1365
Amada, se me calo alguma vez A culpa é dos meus olhos sonhadores. De tanto amor a vida assim se fez Que fico embevecido vendo as cores.
Tu sabes que eu andei adoecido, Cansaço me tomando por inteiro. Mas sigo sempre em ti tão decidido Na busca deste amor mais verdadeiro.
Desculpe se pareço mais distante, Meu corpo está, portanto; bem mais frágil. Eu quero ser de ti o par constante, Mas sinto: não estou assim tão ágil.
Amar-te é ter um bálsamo divino, Tu és a minha sorte, o meu destino...
1366
Amada, és redentora de uma vida Que fora em desespero, um quase nada... Por isso é que te peço assim querida, Apoio bem mais firme na jornada
Que sabe que esse amor traz a saída, Da sorte que pensara abandonada. Vivendo teu amor, sem despedida, Percebo uma janela escancarada
Aos sonhos dedicados do menino Que um dia se perdeu sem alegrias. As noites que encontrei, amargas, frias,
Apenas pesadelos, desatino... Por isso é que este amor se fez em glória, Mudando todo o rumo desta história....
1367
Amada, não estou de ti distante. Não deixo um só segundo de pensar No amor que tenho e sei que é tão constante. Somente em teu amor, vivo a pensar!
A tua voz mais meiga e cativante Não canso de querer logo escutar. Tu sabes que sou teu fiel amante Que vivo por amor a te adorar.
Tu és o meu oásis! Beduíno Encontro em meu deserto, amada fonte No sonho mavioso descortino
Teus olhos, diamantes perlas raras; Em ti somente vejo um horizonte Nas vezes em que sinto que me amparas...
1368
Amada, ao descobrir em ti esta tristeza Inerente a quem ama enfim eu percebi Toda a profundidade imensa da beleza Que agora, finalmente encontro, plena em ti.
O sofrimento gera expoente grandeza E nele amadurece o bem que descobri Bem maior que pensara. Enfrentar correnteza Sabendo do perigo existente, eu te vi.
Das mágoas, o sorriso expressará vitória, Assim ao aprender a ser mais tolerante A vida se fará em plenitude e glória.
O amor nos ensinando em dor, perdão e riso Mostrando o quanto a vida é sempre assim, mutante, O nosso amor permite um passo mais preciso...
1369
Amada, como espero esse momento com tal felicidade no meu peito. Entrego todo amor e sentimento pois sei que ser feliz é meu direito.
Não quero mais do fel, tormento nem quero mais seguir insatisfeito. Teu nome vem chegando pelo vento, tocando o coração. Amor,aceito
o teu carinho, sempre redentor, é lume que me guia pela vida. Destrói o que se fora triste dor;
refaz minha esperança dia a dia, por isso é contigo amor, querida, pretendo me entregar à fantasia.
1370
Amada, se me calo vez em quando Escuto mesmo ao longe a tua voz E o tempo que pudera ser feroz Agora se desenha claro e brando
Assim a fantasia nos tomando E o passo aonde fora mais atroz Risonho se permite e logo após O mundo noutro tempo se moldando.
Vestindo a fantasia de poder Ousar e perceber raro prazer No vicejar de um sonho em nós composto,
A vida se desnuda e nisto eu ponho Cenário tantas vezes mais risonho No amor a cada passo sendo exposto.
1371
Amada, há quanto tempo te procuro Em todas as estâncias, campos, praças... O chão em que plantei deveras duro, Perdeu-se de teu rumo nas fumaças Mas venho te pedir, em céu escuro Que voltes e perdoes minhas farsas...
Querida, há tanta coisa por dizer, Sou resto que caminha sem teu braço, Não posso mais, por isso, me conter, E falo em cada verso em que refaço Meus passos pela vida, por saber O quanto necessito teu regaço...
Volte minha amada, eu te proponho, Sonharmos novamente o mesmo sonho...
1372
Amada, a minha dor é da saudade Que invade e não me deixa respirar. Buscando pela luz, por claridade, Me diga, meu amor, onde encontrar? A vida pra ser boa de verdade Precisa de teus raios,ó solar!
Vem logo que esta cama enfim te espera. Vem logo que meus lábios sempre anseiam A boca da morena primavera Vontades; todas elas, me incendeiam, Te ter comigo agora, quem me dera! Em meus olhos, teus olhos fogo ateiam...
Amada, vem depressa, e junto ao riso, Me leva com certeza, ao paraíso...
1373
Amada como posso Sentir tua presença No sonho aonde é nosso O tanto que compensa A sorte aonde endosso O dia quando vença A dor de algum destroço Gerando a recompensa Ativa dentro em mim O todo de onde eu vim Marcando em melodias O quanto se pudera Traçar além da espera O amor que me trarias.
1374
Amada, minha amiga verdadeira Das horas complicadas e ferinas. Minha alma dolorida e caminheira Encontra tuas mãos quase divinas.
Na mesa que partilho uma esperança O pão desta alegria que me trazes Garante, com certeza uma festança Além do que sabemos ser capazes
Se vamos isolados pela vida, Se estamos divididos, passo a passo. Por isso, amada amiga tão querida, Atemos bem mais forte nosso laço
E vamos, destemidos, té o fim, Regando cada flor deste jardim...
1375
Amada, estás aqui dentro de mim, Tu és minha metade da maçã, Entraste em minha pele até no fim, Na cicatriz risonha, em cada afã, Um mesmo coração batendo assim Numa cumplicidade de alma irmã.
Espelhas o meu rosto, minha face, Espelhas o meu gozo, minha dor. É como se uma vida se atrelasse Numa imantada luz, num esplendor. Meu corpo no teu corpo, um bom disfarce, Na conjunção divina deste amor
Em total resplendor, rara centelha Mostrando que minha alma em ti se espelha
1376
Amada; mal percebes quanto quero O teu amor comigo, eternamente. Meu mundo em teus braços eu tempero E vivo por te amar, tão simplesmente...
Rever o teu sorriso eu sempre espero, Aguardo esta chegada, de repente. O meu amor, querida, tão sincero, Eu te dedico, carinhosamente.
No frio desta noite sem te ter, Meus versos vão embalde, sem sentido. Não tenho nem mais sombra de prazer,
A vida continua... falam tantos... Porém tudo se vai. Estou perdido Distante de teus beijos, teus encantos...
1377
Amada, ao conceber amor supremo, Que forma o diamante deste canto, Já nada neste mundo, amor, eu temo, Apenas me embeveço em teu encanto.
Que nunca permitamos que o ciúme, Enodoe este amor que é nossa meta. Bebendo em alegria o teu perfume, Na glória que te faz assim, poeta.
Os nossos passos céleres, sem medo, Os nossos dias nascem mais felizes. Amor é nosso lema, este segredo, Que cura qualquer dor e cicatrizes...
Igualdade liberta das correntes, No sonho fraternal vamos contentes...
1378
Amada, ao te sentir aqui presente embora tão distante ou mesmo além O quanto deste amor já nos contém E nisto cada passo se apresente
Invisto neste sonho e em tal vertente Traduzo o que desejo e muito bem Vagando sem destino eu sou refém Do amor quando se fez tão envolvente
Aprendo com anseios quanto pude E sei do renovar da juventude Desta alma sonhadora em cada verso
E quando a solidão adentra a porta, A sensação depressa a vida aborta Olhando para trás eu desconverso.
1379
Amada, como espero esse momento aonde pude em sonhos te tocar Vagando sem saber qualquer lugar A cada instante o medo enfim enfrento
E sei do meu cenário e sem tormento Aprendo contra as fúrias navegar Alçando com ternura o imenso mar, E nisto não temendo o forte vento,
Aprendo a direção em norte rumo E quando a sensação mais plena assumo Entrego o coração e sigo em paz
Do quanto poderia em ato e glória Amor ao transformar a minha história Somente mais amor, decerto traz.
1380
Amada, não percebes meu desejo... Eu quero o teu carinho aqui comigo, Roçar a tua boca com meu beijo, Ser muito mais que simples, bom amigo...
Teu corpo do meu lado é o que eu almejo Ávido de viver ao teu abrigo. Em todos os lugares eu te vejo, Procuro te tocar... mas não consigo...
Quem dera se me desses atenção, Virias como quero em tua chama Arder intensamente em sedução.
Tu és minha vontade sem juízo... Vem logo que meu corpo já te chama, Pra, juntos, encontrarmos paraíso...
1381
Amada, faz um ano ou pouco menos A vida não pudera ser diversa Meu sonho no teu sonho agora versa, Embora saiba sempre dos venenos
Os dias que tentara mais amenos A sorte noutro rumo o tom dispersa E a morte se aproxima e nela imersa Os dias em temores raros, plenos.
Vencido pelo sonho nada trago Senão este caminho aonde o vago Cenário se apresenta em dor e tédio
Ousando muito mais do que já pude A vida não permite esta atitude Negando o que pudesse ser remédio.
1382
Amada, me perdoe se eu saí E nem me despedi de ti, querida; No teu rosto; um sorriso lindo eu vi E não quis te acordar. A despedida
Iria interromper teu doce sonho. Tu sabes que eu te adoro, minha amada; Ao ver teu rosto belo e tão risonho Não quis atrapalhar. Não falei nada...
A noite que passamos... Que delícia. De tudo desfrutamos sem temor. Nossos corpos com arte e com perícia Nesta entrega divina ao deus do amor...
Falar o que? Prefiro ficar mudo, Teus lábios já disseram quase tudo...
1383
Amada, vou tocar os teus cabelos E manso sussurrar em teus ouvidos. Teus braços e meus braços nos novelos, Na saga o sol assanha meus sentidos...
Mirando nos teus olhos posso vê-los Tão belos sensuais enlanguescidos Quero saber dos lábios e bebê-los Inebriado em goles repetidos
Do corpo e da ternura que me trazes Nas danças embaladas por amor A vida se refaz em tantas fases
E vejo-te comigo em todas elas. Em cada novo beijo redentor, Meu barco no teu mar, abertas velas...
1384
Amada, em cada frase que me dizes Tua beleza imensa só se aumenta, Meus versos são, por ti, sempre felizes, A tua mansidão, amor; fomenta...
Ao pôr do sol milhares de matizes Minha alma, de contente, vai tão lenta, Na vida, cicatrizes, tantas crises Passadas, tempestade, uma tormenta...
Agora, ao vir no vento essas mensagens Banhadas no dourado da ternura, Sentindo a doce brisa; tais aragens
Fazem-me ser mais forte a cada dia, Matando o meu passado de amargura, Na glória deste amor em poesia...
1385
Amada, nem a morte nos separa, Pois temos os compósitos iguais, Entenda que a união se fez tão rara, Que a perda nos fará sermos jamais.
Tua presença amiga me é tão cara Que sempre representa a minha paz. Meu sonho nos teus pés já se antepara Tu fazes o meu canto ser audaz.
Não fale de saudades nem tristezas, Nos atam tão profundo e grande laço Que mesmo que nos venham incertezas
O tempo me mostrou que este vigor Mais forte que a distância, que o espaço É a pura tradução do nosso amor.
1386
Amada, estás aqui dentro de mim, reinando sobre cada pensamento O todo que pudera num alento Agora traduzindo este estopim
Aonde se acendo até o fim O tempo traduzindo o que mais tento Vencendo o mais temível sofrimento Gerando o que pudesse sempre assim.
Marcando em consonância cada instante E nisto nossa sorte se garanta Audaciosamente sem defesas,
E as tantas maravilhas desejadas Enquanto em fantasias tu me invadas Meus sonhos de teus braços, meras presas.
1387
Amada, minha amiga e companheira Traduzes o que tanto desejei Reinando determina a clara lei Aonde todo o mundo em paz se queira
A vida não presume uma rasteira E nisto muitas vezes estranhei A queda que deveras traça a grei Dispersa desta sorte, a derradeira
Mergulho neste lago em turva tez E o quanto se desenha e nada vês Transforma a minha luz em treva apenas
E sei do meu caminho em dor e medo E quando algum carinho eu te concedo, Tuas palavras soam mais amenas.
1388
Amada, no teu canto tão sensível,
A voz de uma esperança se faz forte.
Por vezes, não percebo quão incrível
A mansidão que traz amor e sorte.
Querida a tua mão toca, invisível;
Não há nada no mundo que conforte
Mais do que este carinho. Incorruptível
Sensação de alegria não comporte
O mundo. Minha amiga eu tanto te amo
Que nada levará meu sentimento.
Talvez esta emoção com que conclamo
A luta benfazeja pela vida;
Reflita nestes versos num momento;
Que a paz no amor jamais seja vencida!
1389
Amada, como espero Um dia feito em paz O todo satisfaz Quem foi claro e sincero
E assim eu me tempero No sonho mais audaz E o canto onde tenaz O rumo fora fero,
Desenho sem temor A sorte em teu calor Transcende ao quanto eu quis
E sei do que me ilude E tanta magnitude Fazendo-me feliz.
1390
Amada, eu percebi o quanto sofres Pensando no que foi, no que passou, Não guardo uma saudade nestes cofres Que o coração há tempos te entregou. Já tive outras mulheres não te nego, Passaram como as águas deste rio. Na ponte que atravesso, eu carrego Somente o meu amor-tempo de estio. Tu trazes o calor desse verão Esqueça deste inverno em minha vida. O futuro vivendo da paixão, Deixa o passado, página vencida. Então venha desfrutar destes carinhos... Águas passadas não movem moinhos!
1391
Amada, teu retrato na parede Mostrando como é bom ser mais feliz. Dessa alegria imensa tenho sede Do amor eu sei que sou um aprendiz... Ao ver quanta beleza em ti transluz, Me sinto em privilégio frente a Deus, Teus olhos; duas fontes, forte luz, Não diga nunca mais sequer adeus... Ao te perder senti como era triste A vida sem amor e sem carinho, Amor é fortaleza que resiste, Gaiola que encantou um passarinho... Ao ver o teu retrato, me lembrei, Do tempo em que vivia como um rei...
1392
Amada tanto sonho A vida se promete E nada me arremete Além do que proponho
A sorte se repete E o tempo mais risonho Aonde o barco eu ponho Embora um vão grumete
Adentro este oceano E quando além me dano Já não presumo o fim,
Um cais se avizinhando Um dia bem mais brando Amor dentro de mim.
1393
Amada, não preciso te falar Das ondas tão distantes, do oceano. Nem dos raios mais belos do luar. Não preciso falar do abandono
Nem tampouco, querida, do carinho... Nem do medo de ser um ser tristonho. Nem da noite que se abate sobre o ninho Coberto por um céu negro, medonho...
Não preciso te falar deste prazer Que sempre me trouxeste, sem cobrança; Nem de todas as alegrias; vou dizer. Pois entre nós, querida, mais que aliança.
Tudo que nós queremos, tanto amar, Traduz-se simplesmente num olhar!
1394
Amada, que tu ouças minha voz, Meu canto sem limites, de loucura. A vida se mostrando, mesmo atroz, Permite uma doença ou uma cura...
Ouvindo o que te falo, não se esqueça, Meu canto vem do fundo da saudade, Não deixe que este canto te enlouqueça, É feito deste amor em liberdade.
É canto que não pára de sonhar, Nas urzes do caminho, faz seu eco. Nas ruas, nas estrelas, no luar. Ao mesmo tempo salva enquanto peco.
As vozes que te falam, com paixão, Só nascem neste louco coração!
1395
Amada, como é triste uma saudade No peito de quem ama e sempre sonha Viver o que me resta em liberdade, Sem medo de encarar a dor medonha.
Eu desço, como o rio, peço o mar Navego em calmaria ou em procelas. Na mão direita sempre irei te amar, Nas primaveras, rosas que revelas...
As hostes incontidas, pedra e espinho, Tentando me impedir de ser feliz. Quem teve tanta perda, vai sozinho, E sabe que de amor um aprendiz.
Nas mãos que te carinham, um perfume, Que faz com que essa dor toda se esfume...
1396
Amada, nas divinas brasas, fogo, Ardendo no desejo que reveste Amor que sempre trama novo jogo, Com vigor, esperança assim, celeste.
Numa ânsia de outra vida, misteriosa, A nossa alma aspirando novo espaço; Beleza sem igual; densa e formosa, Por mais que seja incerto nosso passo.
Foste feita de brilho em tal beleza Em forma de carinho tão ardente, Estrela que transmite tal clareza, Amar-te com certeza é tão urgente...
Pantera, teu amor é sem igual, Reflete nosso bem, esquece o mal...
1397
Amada, nesta noite fomos tantos, Nas delícias marcadas dos teus beijos... Curvado pelo peso dos encantos Vivendo meus amores e desejos...
Nessa noite tão rara quanto bela, Morrendo calmamente nos teus braços... Amores quando amor já se revela, Aos pouco ocupando meus espaços...
Detenho tantos potes de amargura, Tocados por teus lábios tão sedentos. Renascem em fomentos de ternura, Soltando minha voz aos quatro ventos...
Nos nossos corpos roça tal prazer Que faz a noite enfim, sobreviver...
1398
Amada, nossas roupas pelo chão, Jogadas, testemunhas deste sonho, Te beijo com total sofreguidão, E tantas aventuras te proponho...
Deitados, nossa cama, como é bom, Poder te carinhar a noite inteira, Por debaixo ou por cima do edredom O dom de te queimar, minha lareira...
Fazendo-te em meus braços, minha musa, Aos poucos desnudar-te, e perceber Os seios por debaixo desta blusa... Vontade de poder, toda, te ter...
Dançarmos nossa dança predileta Amor em tentação já se completa...
1399
Amada amiga amante, rosa rara, Aguardo o teu carinho em ansiedade Nesta emoção que espero, bela e cara, Poder usufruir felicidade
Ao lado de quem sempre me antepara Com braços e sorrisos de verdade, Adoça a minha vida tão amara Mostrando este prazer da liberdade...
Beijando tua pele, cara amiga, Tornando cada olhar mais prazeroso, Que a sorte ao nosso lado assim prossiga
Trazendo uma alegria que é sem fim. No gesto mais amigo e carinhoso, Onda do amor que veio para mim..
1400
Amada amiga amante carinhos e desejos tomando num rompante bebendo doces beijos,
acerco-me de ti, estrela que me guia, há tempos percebi o quanto és alegria.
Aremos neste chão sementes benfazejas o quanto em sedução percebo que desejas
e siameses vamos, gritar que nos amamos...
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