
Vai-te, Ó Adamastor
Data 10/11/2010 17:36:08 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Quando saíste, e, contigo, a luz levaste Cruel castigo me ditaste Por ele eu me fadigo Mendigo... Mergulhado, na escuridão Desolado Vida pálida, branco papel Borrão Cutelo
Ó martelo, que me massacras a alma, e coração Porque, de mim, não tens compaixão?
Oh pavor... Horror Imensidão latente Sufocante desventura Morte prematura Permanente, Como tu me atormentas, imensamente, e me sufocas o coração...
Se voltasses, e me olhasses Se visses o tremor de meu lábio; de minha mão... O temor de minha alma, que não mais encontra a calma... Também tu tremerias E, se não fora por amor Por compaixão, Decerto, à minha cabeceira, pernoitarias
Ó mar tempestuoso, onde me lancei, e me afogo Te rogo Não deixes, que parta a sereia, que, fugitiva, passiva me deixa à deriva Pois ela tem minha alma cativa
Adamastor... Afugenta o vampiro, Esse morcego, sinistro, Que me consome o sossego
Vai-te solidão Devassidão! Monstro impiedoso Ditador de injustiça gritante Estupor, Que, por minh`alma dissiminas a dor Tu és ditoso ignorante!
Vai, tu, ó Gigante Adamastor, pois, que a meu âmago atormentas Tu és horror, que não ministro
Vai-te ó horrenda expectativa, promissiva, passiva Se, apenas, de ilusão me alimentas...
apsferreira Este poema, embora que escrito já há algum tempo, é extremamente actual, na minha vida de agora, pelo que o compartilho, com gosto redobrado.
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