
NA MORTE DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESSEN
Data 07/11/2010 17:48:57 | Tópico: Poemas
| "Com a voz nascente a fonte nos convida A renascermos incessantemente Na luz do antigo sol nu e recente E no sussurro na noite primitiva."
(poema de Sophia)
não devias dormir agora sophia esperasses mais um pouco ainda não atravessei o mar ainda não beijei teus olhos verdes não segurei tuas mãos em conchas mas esqueci todos os meus poemas de amor no entanto dormes sophia e as notícias do teu sono chegam-me de longe num navio fantasma mas sei que já não és mais uma mulher e sim uma criança transformada em calmaria porque a morte enfim nos dá o direito do retorno à infância pena que o tempo de viver seja tão breve anunciam-te morta sophia não não não estás morta eu sei que não estás estás apenas preparando um poema para a eternidade mas ninguém percebeu isso
enquanto dormes
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júlio, na morte da poeta
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