
JANELA ABERTA À PAISAGEM
Data 28/10/2010 16:28:55 | Tópico: Poemas -> Alegria
| Ciprestes beiram a orla do rio, como sentinelas que guardassem um rico tesouro.
À volta o mato não está cuidado e floresce incomensuravelmente, no campo.
Do outro lado do rio tem uma língua de água, com alguns casarões e animais à solta.
Do lado de cá, distantes das árvores, fábricas expelem fumo, com gente lá dentro.
Passam carros de um a outro lado, nas novas auto estradas, ladeando o campo agreste e solitário.
As salinas estão tapadas, tirando-nos a beleza, de suas piscinas naturais e envolventes.
Alguns barcos estão ancorados, num vai e vem constante, produzido pelas ondas.
Entre as fábricas e o campo, passeiam-se comboios, de norte para sul e de sul para norte.
Aviões desenham estranhas sombras, no telhado das fábricas, preenchendo o nosso campo de visão.
A tarde está sombria, com nevoeiro, além-mar, e tudo parece tão mais triste e rude.
Volto para dentro; o quarto está vazio e silencioso, já que hoje não há pássaros a trinar.
E assim nasceu este poema, feito de pequenas filigranas, que compõem a paisagem.
Jorge Humberto 28/10/10
|
|