
APELO
Data 22/10/2010 21:24:46 | Tópico: Poemas -> Saudade
| Sopra vento... Brisa fria da noite. Tens o poder de encontrá-lo... O que não posso... E choro. Toca seu rosto... Mas, devagarzinho. Não o acordes... Leva consigo este amor que sinto... Ardente... Inquieto... Triste. Triste por não poderes me levar em tuas asas, vento solitário... Ao encontro de tudo o que mais amo. Entra vento, por todos os seus poros... Invade todos os seus sentidos... Levemente. Põe em sua boca o gosto daquilo que me arde... Do que não tem vergonha... Do que não mais controlo... Do gosto que desejo, ardentemente, que sinta em sua boca. Eis que o pertenço... E tão somente a ele. Diga-o, vento... Bem baixinho... Que me encontro perdida no que sinto e desconheço... E nele, ebulição de tudo o que sinto. Que tem começo... Mas nunca se comenta se há o fim. O que não tem vergonha, nem nome, nem nada. Que me embaraça... Queima-me quão brasa... Faz-me absoluta. Vai depressa, vento... Brisa fria da noite. Mas sejas delicada... Como suas palavras em meu ouvido... Que me invadem, desconsertam e me curam. Vai... Para que eu possa contentar meu coração... Com o desejo de ser livre como a ti... E poder tocá-lo... Penetrá-lo... Senti-lo. Adentrar sua alma... E nunca mais partir.
Karla Melo Outubro/2009.
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