
Medo de amar
Data 10/10/2010 16:23:22 | Tópico: Poemas
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Quando 2 seres se olham E todo o corpo reage, As almas se entrelaçam E são projectadas pra longe.
Quando um sorriso desperta E se torna em chamariz, O coração fica alerta E palpita, bombeia feliz.
Será amor? Será atracção? É algo cintilante Como o rasto cósmico dos cometas. Será amor? Será paixão? É decerto algo deslumbrante, Como aquelas malditas borboletas Que nos levantam do chão.
É bom, estou certo! Mas as singelas borboletas Depressa ficam cansadas. E então se cai coberto De nada mais que simples tretas De vidas confusas e amaldiçoadas, De outrora belas, agora mortas, Violetas.
Foi bom, correcto. Sorrir, tocar, beijar... Simples, forte, concreto. Exprimir, partilhar E sempre, claro, sonhar A continuidade do trajecto.
Mas há sempre a possibilidade De nos perdermos da rota. Então adeus continuidade, Adeus sonho idiota!
A constante e longa procura Por aquela criatura encantada Depressa se torna tortura E inspira a desistência Da jornada inacabada. Perde-se a consciência, Que demora a ser recuperada.
Daí nasce o medo de amar O fim da épica crença Em príncipes e donzelas encantados. Mas não vale a pena lutar, Pois ainda não há o que vença O poder dos corações entrelaçados, A influência da alma a sonhar.
Os bons momentos passados Serão pra sempre lembrados E sempre voltarão pra relembrar O quão seria bom voltar A sentir, a partilhar, a sorrir, a sonhar...
Tudo o que é necessário É continuar a acreditar Não desistir, saber procurar Olhar tudo o que nos rodeia Minuciosamente analisar o cenário, Ter uma mente aberta, A caixinha dos sonhos sempre cheia E aquele olhar sempre alerta Mas acima de tudo e de todos, Há que não ter medo de amar! Poema dedicado a uma amiga, em resposta a um texto que frisava o medo de amar.
Imagem por google images
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