
The Source (A Fonte)
Data 05/10/2010 22:56:34 | Tópico: Prosas Poéticas
| The Source (A Fonte) Até onde me podem levar as palavras?
Nós homens lutamos anos a fio Por conquistar tudo que gira a nossa volta Como se as respostas de tudo, estivessem a solta Como se fosse menos importante, o nosso próprio rio O nosso poço, nem mesmo um esboço do nosso fosso Serve de alerta, neste mundo onde a imagem é tudo. Se a tua família é de boa linhagem, então é mais que tudo, Sobretudo, se as aparências forem mais do que ilusórias, Revestidas de falsas glórias embelezadas por grandes jóias Uma autêntica vida de Lord, sentado num BMW ou Ford. Um pensamento relativista, abafa o absolutista, Enquadra-te na vida quotidiana e faz-te ser mais realista Dá-te pistas dos caminhos a trilhar ou mesmo listas Com uma ordem de chegada a respeitar até sermos finalistas. Neste meu caminho, neste meu périplo Pelas terras de Deus, Allah e os de mais que o povo fala Tenho rodopiado sobre mim próprio nesta grande sala Grande palco da vida, sem que consiga ver o meu equinócio Que é quando o sol passa pelo equador Fazendo os dias ficar iguais às noites. Até agora, não encontrei Ghandi, para ser meu mediador Para fazer com que a minha alma e mente sejam só uma. Não sei se tenho que me converter a Rastafari ou puxar duma Boa Cannabis, para poder sentir aquele One love de Bob Marley. Só sei que para poder alcançar aquele I have a dream do Dr. King Vou ter que ser mais Canibal que Idi Amin, Subir numa Harley E aprontar-me finalmente para este casamento I am ready for the ring. Alguém me disse que matou e comeu um adversário Para poder interiorizar a sua força, Meio a força, decidi fazer isso comigo próprio Depois de umas boas bombadas de ópio Comecei a comer-me a mim próprio á força. E vi que tinha um pesadelo, uma visão escura de dia. Enquanto via o estado da mesma nação que um dia via Grandes homens lutar por uma terra, sem medo de morrer Perguntava-me se era capaz, do mesmo fazer. Nem nos maiores pesadelos de Mondlane e Samora O governo Pandzava e Dzucutava a deixar o povo à nora Sem rumo, presos no cume do cúmulo da pobreza. Depois de ler um pouco de Samora, finalmente percebi Que o sentido de uma guerra, é a vitoria em mim É poder dizer que lutei e á pressões, eu não cedi Mesmo quando cheira a morte, a uma batalha diz-se, sim! Sei que estou confuso mas procuro seguir uma ideologia Que me restitua os valores antigos Que a sociedade repudia, Sei que para isso terei que usar Uma abordagem diferente Das que me propuseram investir em mim próprio, Sei que terei que cuspir sobre a imagem Que a TV te põe na mente Cortar as antenas que sintonizam Essas frequências desordenadas E vestido do jeito mais rasca Vou ver a minha mente saltar da casca Vou arranjar um novo sócio no próximo equinócio! A minha vida, é a tua vida, aqui não há castas Se sentes o mesmo que eu, leva-te contigo próprio Nessa busca pela verdadeira fonte de tudo, a ida É a um preço justo, custo justo, um corte justo Nas futilidades materiais em que atolaste o teu busto. Vou viver na selva Vou reformular a trajectória da minha vida Vou permitir a minha mente, ser obesa sem comer comida Sem beber dessa manobra de marketing cáustica Vou entrar em Celibato com esta realidade plástica. A minha veia artística, será a fonte do meu empossamento Será a ponte, para uma passagem gloriosa por esta selva.
|
|