
O TOM MAIOR DO DIVAGAR
Data 29/09/2010 14:10:18 | Tópico: Poemas
| Penso com fôlego, sem fôlego: A mente mastiga a frase Poder ao Povo, E não consigo tornar exequível o sonho.
A mente vaga errante, errática Por descampados, vácuos e reinos da impotência: Lugares onde a miséria humana Faz-se a eterna etérea presença!
Cavalga-me pelas pradarias da verve A voz de Renato cantando Vento no Litoral,
Enquanto a voz de Cazuza, Buscando agônica A ideologia perdida, Adormece nas asas Da sua precoce supernova afinal.
Ah, é quando o ladrar pressuroso Dos cachorros expulsa A minha consciência Da labiríntica viagem --- até então --- Á margem do taciturno sabor do pouso Sobre o solo da gravitacional realidade.
Enfim sinto passear, Pela rodovia da boca, O antigo gosto da vida-normalidade;
Entretanto, para não deixar esta aventura Ao bel-prazer de uma página em branco, Procuro a flor da catarse, Que germina e desabrocha Como um poema prolixo, insano: Facunda topografia do absurdo humano!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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