
Um sem Nome
Data 16/09/2010 00:33:34 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Sem saber de onde vinha Chegou, assombrado com tantas luzes Eram tantas as visões que, Abismado, se timidou no beco da rua Ali, sozinho e escondido da noite Enrolava-se no frio que lhe tremia E a noite por ser noite não brilhou E deu lugar ao dia Que num breve e cínico açoite Pereceu, dando lugar à noite
E o pobre ali sozinho, sim, o tal Que esquecera o seu caminho Percebeu que havia o dia E quando este acordou Tal pobre, pegou uma correria Até que depressa chegou Ao fim do dia
Aos tambores da noite E aos gritos silenciosos da madrugada Aqueles que afligem de não dizer nada Aqueles que atropelam a sua caminhada
E o pobre, determinado, No beco ficou parado
Era o SENHOR da agonia O PROPRIETÁRIO da má sorte O PATRÃO da miséria Era o pobre, o REI da morte
Sem saber de onde vinha Do nome vagabundo à sua mercê Do nome pouco que nem tinha Pereceu sem saber porquê
(Nelson Medeiros)
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