
RUGAS DA BELEZA
Data 10/09/2010 23:57:45 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Gavetas cheias do nada Livros e revistas que gritam Prazos de validade expiram De coisas que não lembrava existir
Acúmulo. Roupas pouco usadas Maquiagens ultrapassadas De máscaras que teimam cair Dos padrões que quero sair
Ombros arcados do peso invisível Acomodação com máscara de calma Costume aceito que aos poucos Dá endereço incerto à alma
Abro novamente a gaveta Lá no fundo a caixa preta De meus sonhos guardados, amarrotados Caderno velho, lápis desbotados
Loucuras bem guardadas Em puro coração alado Fogem do corpo cansado Pelo tempo sempre escravizado
Percebo que o velho, O usado, a pele seca E a mão trêmula Sempre por aqui estiveram
Rugas da beleza Vincos de alma acesa Onde a luz de passos incertos No amor põe sua mesa.
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