
POETA AMARGURADO
Data 09/09/2010 16:27:48 | Tópico: Poemas -> Tristeza
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Era uma criança como outra qualquer sonhava um dia em ser adulta, para ser como seu pai, que ela tanto admirava e imitava com graça todos os seus gestos de boa ventura e trejeitos graciosos.
E ela cresceu e foi trabalhar para junto dele uma fábrica de vidro para carros e montras bem juntinho de casa onde morava sua mãe esposa de seu pai, que se amavam muito desde que ela se lembra de si como pessoa.
Era muito novinha quando foi pela primeira vez, de mala na mão, trabalhar, mas logo se apaixonou pelo seu emprego e era vê-la a cantar e a assobiar canções de musicais bem conhecidos de todos e assim passava o dia.
Cresceu e se enamorou de uma bela menina e começaram a conversar e a ir ao cinema felizes da vida com o seu namoro. Para onde ia um o outro ia com ela, sempre de mãos dadas, para onde quer que caminhassem.
Até que, num dia de azar, ao atravessarem a estrada para o outro lado da berma, a menina foi colhida por um automóvel e faleceu de pronto, com o jovem a toma-la no colo e a chamar pelo seu nome, querendo acordá-la.
Não mais abriu seus lindos olhos azuis e a partir desse dia, o jovem adulto, não mais sorriu ou assobiou e deixou de ter gosto pela vida, que nem o trabalho o animava, a ponto de o fazer chorar sempre que se lembrava do
acontecido. Culpava-se do ocorrido naquele dia fatídico, pois podia puxá-la para ele, se o carro não viesse com tanta velocidade, numa loucura embriagada. Hoje senta-se à mesa e escreve poemas que a tragam de volta à vida.
Jorge Humberto 09/09/10
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