
Medonhos, os rugidos dos mundos ocos
Data 12/08/2007 18:11:15 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| De joelhos em lume, na lama verde, desço a passo lento as teias de aranha com que teceste de prata e branco o ruivo quente dos meus cabelos.
Na baia, na amurada, cordas entrançadas rumorejam sensações em versículos rasgados de textos antigos.
Na areia da praia, seixos rolados elevam-se em cantos heréticos de meninos ciganos. ... desenganos inscritos numa bíblia alheia de sonhos.
Medonhos, os rugidos dos mundos ocos - ruídos tintos a negro preto, em que, sem sentido escaravelhos sem patas tocam violinos guitarras e harpas.
Ecoam-se árias tremuladas, nas chamas ácidas de fogueiras esguias, na morte dos dias permanentemente agrestes, por entre ramas de ciprestes.
Os espelhos da tarde, mastigam agora fragas onde se expiraram comuns vontades aniquiladas.
Do emudecimento esvaziado dos Oceanos, sopra incandescente um vento breve.
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