
despedida (opportune tempore... in fine)
Data 12/08/2007 17:44:37 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| hoje despedi-me de ti ainda que o não saibas quis olhar-te nos olhos uma última vez aconteceste-me um dia e milhares deles contigo dividi quis olhar-te nos olhos uma vez mais - a derradeira e vi o baço fulgor nos teus olhos inexoravelmente rutilantes a culpa pérfida e muda volitando em teu redor no teu rosto vislumbrei esboços imprecisos das criminações com que me mimoseaste certezas convictas bebidas em cálices envenenados taças negras erigidas no fundo do mar da vida todo o teu corpo inquieto denunciava a renúncia exalava horrores quiméricos gritava conluio cônscio que letal veneno voluntariamente ingeriste! milhares de instantes partilhados bordados de sorrisos uns outros de lágrimas deslustrados roseirais de ilimitadas cores e de espinhos mil aguçados falhámos no caminho outros - brilhantes - nos aguardam assim saibamos merecê-los sem mágoas nem melindres hoje despedi-me de ti e há um templo de memórias que comigo habita hoje amanhã sempre
S.
|
|