
IMAGEM
Data 31/07/2010 22:35:41 | Tópico: Poemas
| Estava eu sentado na beira da baia, Tantas pedras na grama, na relva, Eu numa delas, a mais formosa.
Olhar correndo as águas tranqüilas, Serras ao longe, do outro lado, Gaivotas brincando no céu, Mergulhos vezes em quando.
Meu olhar buscando o barquinho, Ao longe, cruzando as águas, indo. E lá se ia outro, preguiçoso, vagaroso. E olhos de preguiça, deixando o tempo passar.
Vento vinha e soprava meu rosto, delicadamente, E junto vinha o cheiro forte das águas, do manguezal, Aroma de mar, de lodo, de sal, da natureza crua, E minha tristeza nua calava e se deixava na inércia, Sossegada como as águas da baía.
E o vento assim continuava, suave, brando, Como a querer me fazer carinhos, Dizer que do que tinha atrás lá dos montes, Do outro lado, além dos meus pensamentos, Bem pra cá donde estava meu amor.
E ele me dizia, que ela lembrava de mim, Todos os dias, todas as tardes, sempre que olhava o mar. E me trazia imagens do seu rosto também triste, Dos seus cabelos soprados, caídos no ombro, E dos seus olhos que me buscam além do mar.
O vento então já nem me dizia mais nada, Nem precisava, os barcos sumiram na baia, Também o monte do outro se foi, nem as gaivotas eu via, As lágrimas que se faziam ofuscavam tudo.
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