
DESILUSÃO
Data 29/07/2010 19:12:16 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Os vossos rostos não são rostos… São qualquer coisa de maquiavélico e malquisto, Retalhos de tridentes e maldições Vénias de pragas vomitadas nas praças Meio chá de absinto Crenças em nenhum mito Fúnebres paixões…
Os vossos olhos vampíricos Derramam em redor pétalas de veneno e ácido sulfúrico Como o mais perfeito dos odores! Não olham… Retêm nas retinas Partes de todos os movimentos, Fragmentos de interpretações, Lanças direccionadas à dor! São as verdades… As vossas inúteis verdades!
Pousados no chão de todas as desolações Ainda encontram sopro para mais uma maledicência, Uma critica infundada, Algo de venenoso e cínico solto da língua Como a viscosidade de um caracol agonizante! Querem lançar-se do penhasco da verdade Como uma águia esquecida de voar Sem coragem para levantarem voo do chão… Do mesmo chão de onde nunca se separam Agarrados à frivolidade de ideais amedrontados Que mais não são que resquícios de vontades Que o futuro desviou de tão obsoletos!
Não adiantam os babetes da mentira no vosso queixo Nem os arrotos da hipocrisia no vosso jantar! De tão farta de gorduras e excesso de açúcar A obesidade da vossa inveja é flatulência E o fedor apenas vos envolve como o “número cinco” Que até podia ser outro número Não fosse a letargia da vossa ínfima compreensão Se arrastar pelos anais do desconhecimento E a ignorância ter acampado no vosso cérebro Como uma diarreia de tolices e falsidades!
Sois o que sois! Pedaços de vómitos despejados na pia! Rodilhas rasgadas estendidas num estendal de tédio! Excrementos de imbecis! Sois o que sois! Ausência de estradas, caminhos, ou soluções Vazios de ideias, fardos de palha ambulantes Parasitas da vossa própria mediocridade!
Se por engano, algum dia, Das vossas bocas se soltar uma verdade… Suicidai-vos!
Um coro de abutres e cogumelos Assistirá à fúnebre partida Com a mesma tristeza com que um menino A brincar junto da areia, numa praia Assiste ao biombo das nuvens em torno do sol.
Se alguma lágrima me restar, Ou a misericórdia de algum perdão me bafejar, É porque, já cansado de tudo o que nunca sereis Ainda consigo entender as vossas atitudes À luz da tanta pena que todos me causais!
antóniocasado 1 Julho 2010
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