
Dancemos com Mefistófiles sobre o claustro da loucura! Dancemos com Cristo sobre a cruz tombada! Dancemos sobre a morte da paixão prematura! Dancemos nus entre raios e trovoadas!
O amargo que oprime o meu peito e percorre o meu corpo inteiro, no vão e instintivo desejo de um pobre e pseudo-cancioneiro.
A insatisfação é sempiterna... Do pranto que não se enxuga. Nas costas ostento a dor de uma quimera e me afundo em vil lama obscura.
Espero o esperar do inferno, como Mefistófiles dançou diante de Fausto! Preferia viver num sanatório e interno viver a louca solidão de meu claustro.
O choro amargo entala na garganta e faz um nó de angústia em meu peito. Em minh’alma vadia um temor se agiganta e meus olhos se desviam fúlgidos do espelho.
Meu claustro me recebe no fim do dia, depois de horas a fio numa dança maldita, e me entrego a Morfeu em minha doce apatia e durmo sonhos que não vivo em minha vida.
Dancemos com Mefistófiles sobre o claustro da loucura! Dancemos com Cristo sobre a cruz tombada! Dancemos sobre a morte da paixão prematura! Dancemos nus entre raios e trovoadas!
Do livro Tudo Que Morre é Consumado, de Romulo Narducci.
www.romulonarducci.blogspot.com
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