
SONETOS FEITOS EM SANTA MARTA 2
Data 18/07/2010 10:17:46 | Tópico: Sonetos
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a chama de um verão após a face escusa do quanto em mim se abusa o passo em solidão, o vento desde então já nada além mais cruza, a face mais obtusa desnuda esta estação as urzes do caminho o quanto vou sozinho e nada no horizonte, quisera uma nascente por onde iridescente o mundo em paz se aponte.
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o olhar em tez mais gris o risco de uma queda o tempo já se veda a quem tanto mais quis e nada mais condiz senão enquanto enreda a sorte que me seda o olhar cego e infeliz, os antros da memória a vida em vaga escória escoras já não traz, e assim tu mal notaste o sonho sem tal haste no fim reina mordaz.
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um céu em trevas feito o manto enegrecido brumoso e percebido aonde o nada aceito e sei quanto deleito no risco deste olvido, o farto concebido o amor já morto pleito, ausente do que um dia pudesse em poesia trazer jardim e flor, agora em farsa e medo o pouco que concedo recende ao frio e à dor.
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os campos do passado em flórea maravilha agora o tempo trilha em passo desolado, o rumo desenhado e nele outra armadilha a sorte não encilha e segue em tolo enfado, perpetuando o frio o peito em vago estio e o risco de sonhar, ao fim da vida trama na derradeira chama a réstia de um luar.
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neste horizonte em nuvens e temores os olhos se perdendo sem ao menos sentir o quanto possa em tons amenos viver ainda os últimos fulgores, e quando assim percebo as frias cores os sonhos embebidos em venenos os riscos são deveras torvos, plenos e os meus caminhos matam velhas flores, resumos do que fora uma promessa e o tempo após o tempo não começa somente se espalhando em neve e pranto, o risco de sonhar ao fim da vida resulta nesta estrada sem saída aonde um passo em vão, teimo e adianto.
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já não me cabe mais sonhar com luzes e Ter no olhar ao menos a esperança a sorte sobre a mesa então se lança enquanto do passado reproduzes cenários entre medos, pedras, urzes e neste caminhar sem confiança a morte se aproxima e já se trança nos pântanos que em mim queres, produzes. Aprendo com a dor e nada mais Ensina do que os tantos vendavais E nesta paz inglória e tão somente O que inda resta em mim ainda trama A derradeira luz em frágil chama E o sonho, mero sonho atroz me mente.
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o orgulho juvenil agora morto o caos tomando conta dos meus dias, e quando alguma luz me prometias o barco desarvora aquém de um porto, o amor que inda quisera, mero aborto ao menos restam tolas poesias e nelas outras faces mostrarias de um rumo tão venal, porquanto torto. Restaurações inúteis, versos vãos, E os velhos caminhares, podres grãos No chão em aridez, nada mais faço E quando tento além de alguma sorte, Apenas vislumbrando ao fim a morte, Errático caminho em tolo passo.
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falar de um calmo inverno a quem poeta? [e como imaginar outro cenário diverso deste farto e temerário da vida noutra história, em tosca seta, no vago meu caminho não completa o sonho sempre sendo necessário agora vaga além, tolo corsário sem Ter sequer a luz, perdendo a meta. O rastro que deixara em verso e canto, Não vale qualquer passo num futuro Aonde qualquer cais tento e procuro, E nada vendo apenas eu me espanto, Mesclando com diversos tons, a vida, Há tanto já não resta uma saída...
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ao me sentir imóvel frente [a fúria da louca tempestade ao fim da lida ao menos poderia na perdida estância desvendar além penúria. Mas quando se percebe tanta incúria Numa alma sem sentido e desvalida O passo com certeza o tempo acida Talvez o que inda reste, esta lamúria Amar e ter no olhar um brilho falso, Gerado pelo imenso cadafalso No qual adentro e sinto plenamente Masmorras da ilusão entorpecendo Esta alma enlameada e mais atroz, Sem Ter sequer das sombras mera voz, O que se vê, apenas um remendo.
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nesta estação da morte eu vejo apenas as horas sem destino, vago passo e quando algum risonho mundo traço somente com terror tu me envenenas e sigo as noites tolas, podres plenas e o peso do meu dia diz cansaço aos poucos sem saber de algum espaço distante das esperas mais amenas. Agrisalhado céu, apenas isto E na certeza atroz em que consisto O risco de viver não mais permite Um sonho que pudesse alimentar Uma alma já cansada de lutar E o tempo muito além de seu limite.
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os fúnebres caminhos invernais e neles os meus passos turbulentos exposto ao mais doridos, frios ventos, aguardo os meus momentos terminais, olhando de soslaio, os funerais que a cada novo sonho eu alimento grassando sobre mim em provimento aos dias que se foram, desiguais, funéreo desenhar de um vago fim acendo com terror este estopim, vazios se mostrando após o estio, e a sórdida presença da mortalha, apenas o vazio aqui se espalha gerando o olhar vazio e mais sombrio.
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um alazão vagando em verso e sonho poeta não se cansa ou poderia apenas renovar o velho dia trazendo um tom diverso ao enfadonho, o quanto se permite ser risonho ou mesmo traz na tez dura e sombria ao reviver assim em poesia o velho em nova face eu recomponho, servindo ao que pudesse ser diverso ousando na palavra, cada verso transcende à realidade e busca um rito aonde se tentasse em nova fonte viver o que deveras já se aponte pouco importando mesmo se acredito.
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soltando ao vento a crina da esperança marcando com meu sonho o que talvez não faço e nem pudesse aonde fez viver o quanto o rumo ainda alcança e sinto a sorte atroz, ou mesmo mansa e nela a viva espera em altivez, o quanto do que tento e não mais vês disfarça na palavra seta e lança arcar com fardos tantos vida afora, cenário mais diverso já se aflora e o tempo após o tempo nada dita, tropéis avassalando estas campinas se apenas no passado determinas o rumo desta senda mais aflita.
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indômito, decerto o sonhador que usando da palavra como uma arma aos sonhos e delírios se desarma e traz no olhar o rito em riso e dor, o canto tantas vezes sedutor enquanto muitas vezes nos alarma depois de certo tempo muda o carma e gera novo templo, redentor. Ousar até no crer em discordância E nesta mais diversa e torpe instância A poesia dita o que não é E vive em tons dispersos, fantasia E quando tenta além do que teria E até no que não crê presume em fé.
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a fuga se transforma em realidade no verso e na palavra variada aonde o quase tudo dita o nada e o medo com ternura nos invade, a sorte traz no olhar plena saudade do que não fora mesmo, ou desagrada e assim o dia a dia em mãos de fada presume a discordante realidade. Ecoa dentro em mim o que não fui, E tento resolver enquanto pui O mundo em tom diverso do que outrora Pudesse até viver e não sentir Mudando a cada instante o que há de vir Em multifacetário tom decora.
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os elementos todos dominando o canto de quem tenta novo mundo e neste caminhar eu me aprofundo sabendo sem sentir o quanto e o quando, o manto noutro tom se desenhando o velho corarão de um vagabundo e se do meu passado ora me inundo, futuro ao mesmo tempo desdenhando, ocaso após as quedas tão constantes no quanto em realidade me adiantes gestar outro momento além do fato, e assim em versos tendo a luz que guia vivendo esta vital dicotomia aonde em tais mosaicos me retrato.
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uivando dentro da alma a solidão e nela se transcorre em tons sombrios olhares ditam rumos, desafios, e bebo a mais diversa direção o verso se traduz em sonho e chão e restam dentro em mim dispersos fios e neles outros tantos desvarios tentando adivinhar um novo grão, porquanto fui feliz ou nunca mais ouvindo as vozes torpes e banais enveredando sonhos mais diversos, ousando até sentir o que não creio disperso o meu caminho em novo veio usando para tal somente os versos.
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ginetes da ilusão, ledos cantares vagando pelos antros de almas tantas, e quando te retratas, desencantas urdindo com terror, belos altares, e assim perpetuando o que notares e neles ares vários tu levantas alçando o que buscasse e se te espantas resumes no vazio os que tentares. Escasso caminhar em noite vaga, A solidão em fúria nos afaga E gera o mesmo tom disperso e frio, O medo de sonhar não mais alenta O verso que ao vazio já fomenta Expressa o quanto quero ou mesmo crio.
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canteiros em nefastas flores vejo nas hordas onde esta alma freqüentara e sei da morbidez desta seara aonde morro a cada vão desejo, e sei que aproveitando cada ensejo esbarro no vazio onde tentara apenas a certeza que escancara o passo rumo ao nada e assim me alvejo carpir a solidão? Jamais eu pude e tanto quanto mato a juventude em seus esboços tolos e sutis, esgarço o que inda resta dentro em mim arcando com engodos chego ao fim, e desta forma, sorvo a paz que eu quis.
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arenas tão diversas entre as guerras porquanto quis ao menos nova luz e o fardo que meu passo reproduz enquanto nele trevas tu encerras, esbarro nos vazios destas serras e o manto decomposto em treva e pus, atrevo-me a lutar e nisto pus o canto delirante que descerras, esgarces tão constantes de quem tanto reluta e na verdade me adianto ao passo em tons sombrios e venais, mecânicas diversas, mesmo fim, o cântico demonstra o que há em mim, tropéis de sonhos fúteis, desiguais.
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encaracolam sonhos em novelos apresentando tons diversos quando minha alma noutra face desenhando momentos entre tantos. Posso vê e crer na servidão dos pesadelos, o canto noutro tom se denotando, o preço do viver inflacionando em mim os meus terríveis vãos desvelos. Zelasse pelo tempo que não veio, E quando alguma messe ainda anseio Fortuna se renega e o que desvendo Em meio aos frágeis tons desta esperança A vida aonde o nada tenta e alcança Traduz o que me resta, esse remendo.
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os olhos dos amores que tentara durante certo tempo em amaurose porquanto a vida tenta e não mais goze a sorte desdenhosa da seara, a faca que deveras se amolara e nela o coração em frágil dose do quanto poderia e o tempo glose gerando a farsa aonde a vida ampara errático porquanto sonhador, o tempo nega ao tolo trovador momento mais feliz, talvez suave, e tendo em meu olhar parco horizonte, sem ter onde pousar, logo desponte esta ilusão sublime frágil ave.
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fanfarras entre os velhos vãos coretos nas praças do passado e agora apenas as tantas heresias onde acenas moldando com terror meus poemetos, os versos entrelaçam nos sonetos momentos onde ao longe me serenas, nos realejos mortos, concatenas os sonhos escondidos noutros guetos minha alma transparece em cada verso e tento novamente outro universo, porém meus pés no arcaico cimentados, revendo o lambe-lambe na pracinha, a sorte na verdade não mais vinha nas podres águas turvas dos passados.
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o pó da estrada dita o meu futuro, se ainda resta em mim qualquer nuance e nesta fantasia que se lance ao quanto resta enquanto inda procuro sinais de um tempo amargo, e mesmo duro, o vandalismo aos poucos já me alcance e o corte tão freqüente que se canse gerando a cada engodo novo apuro. Merecimentos vários divergentes E neles outros dias me apresentes Diversos dos que tanto procurei, O farto caminhar em tom sombrio, O olhar em tons diversos, desafio E tento na alegria [ultima lei.
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vislumbro o p[o da estrada e nele sinto o tempo em seus matizes mais diversos e tento com certeza novos versos e neles o meu rumo em vago extinto transcendo ao que pudesse e não pressinto senão mesmos demônios onde imersos caminho se traduzem em submersos delírios desenhados nos absintos. Rescaldos de um passado aonde eu pude Viver a minha leda juventude Em meio {as fantasias mais audazes, E quando um sonho apenas tu me trazes Revelo este tropel em agonia E dele o nada além desenharia.
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tentáculos tocando o meu caminho e neles os medonhos ares vejo resulto do passado e a cada ensejo eu tento deslindar além do espinho e quando um novo tempo eu avizinho tentando reviver o realejo que há tanto já se fora e num desejo trouxera este futuro mais mesquinho. Ciganos corações meus dias sigo E tento desvendar um vento amigo Aonde nada mais se vendo agora, Restauro a fantasia que decora E nela busco apenas meu abrigo Vivendo cada ausência desde outrora.
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na margem desta estrada o que se vê somente a solidão e nada mais o quanto quis e morto em ares tais deliro enquanto em nada já se crê na melindrosa face sem por que os tantos e diversos areais desérticos caminhos onde vais e neles o meu mundo se revê desnudo em face escusa, dita o quanto o vento se mostrara em desencanto e o risco de sonhar já se apresenta no tempo aonde quis e não podia vencer com paz a dura fantasia na dura realidade mais sangrenta.
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há quanto algum fervor pudesse Ter neste horizonte em tez dura e brumosa, a vida noutra face caprichosa desenha o que jamais fora prazer, e o porto já não posso nem mais ver o corte se aprofunda e o tempo glosa espinho dominando assim a rosa canteiro desbotado a percorrer, esbarro nos momentos mais sutis e quantas vezes tanto já desfiz do passo entrelaçado em verso e dor, apenas resta em mim o olhar sombrio de quem ao procurar quem sabe o fio perdeu-se em labirinto, um sonhador.
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soberbos os silêncios onde pude sentir a mansidão que não quisera a vasta solidão dita a quimera e nela se entranhando esta atitude aprendo muito mais do quanto ilude percebo a imensidão onde se espera a vaga e tenebrosa primavera após a morte espúria em juventude. Acordos que velados não cumprira Assisto [a face espúria da mentira E arisco caminheiro adentro o vago E neste desenhar em tal desdém Apenas o vazio ainda tem O corpo quase esquálido que eu trago.
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neste esplendor risonho vejo a cena que possa retratar o nada em mim, e sendo tão constante sei que o fim transcende {a própria luz, imensa e plena o marco se transcorre e nada acena senão a mesma escória de onde vim e bebo em tua boca, o rum e o gim inebriante sonho concatena e nasço deste impasse aonde tanto vestira a solidão e sei que canto apenas nesta fútil realidade, esgoto o meu caminho em solidão, e sei dos meus demônios, e verão olhares o terror que ora me invade.
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a rima em alas feita leva ao farto delírio onde pudesse ver o Céu e sinto desairoso este tropel no qual a cada passo me reparto e bebo da esperança e se me aparto do mundo em girassol e carrossel restando dentro em mim ledo papel o passo no final tento ou descarto, o velho desacato em sordidez o marco mais atroz e nele vês apenas o desenho em tez sombria do quanto pude e mesmo nada tive aonde em cada sonho quis e estive vestir a mais espúria fantasia.
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sopesado desenho em vagos tons e néscio caminhante em noite escassa o vento as ilusões, tudo trespassa e nada se reflete em velhos sons, as arcas que me trazes, meus neons a mansa sensação expressa a traça e tudo num momento se esfuma;a alguns sonhos deveras foram bons. Mas nada do que possa ainda trago E visto a solidão em raro estrago Egresso de um passado em tom venal, O carma se deslinda em abandono E quando o meu caminho desabono Jogando na esperança a p[a de cal.
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harmônico caminho, jamais pude e sei dos meus erráticos cometas e quando novo dia me prometas aprendo com terrível magnitude o corte onde se molde e se saúde as mansas heresias acometas e tentas quando muito e não remetas senão as velhas traças, juventude. Marcando a minha voz em discordância Ao menos poderia a tolerância Enquanto o que me resta não se mede Causando dentro em mim tal frenesi O pranto aonde o mundo soergui O passo rumo ao nada se procede.
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a queda dos meus sonhos, a senzala gerada pelas tantas noites vãs e quando procurara por manhas a sorte que tentara não se cala o prazo determina e a vida exala somente os meus diversos, vis afãs as horas se passando são malsãs o corpo apodrecendo em minha sala. Apraza-me saber do quanto ainda Entranho pela noite outrora infinda E agora em vastas farsas discernida Há tanto procurara apenas isto, Razão para sonhar, mas se desisto Recuperando as sombras de uma vida.
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Revela-se a verdade em tons sutis E tento apenas isso e nada mais A ausência dos meus sonhos onde vais Tomando com certeza o mais que eu quis, Viver e ser somente um aprendiz Escondo os meus erráticos banais Momentos entre tantos, quero mais E o mundo noutra face contradiz Servindo ao que pudesse de alimária A sorte muitas vezes temerária Não pode e nem pudera ser assim, O marco de um viver ensandecido Aonde o novo tempo percebido Ditame de um florido e vão jardim.
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inúteis estas pugnas onde outrora o mundo se fizera em guerra e eu sinto o olhar ensandecido e quando minto a velha solidão me desancora, o risco de viver e sem demora meu canto noutra face segue extinto e quando na ilusão enfim me tinto o rastro se perdendo a qualquer hora, estranhamente a vida se moldara em trágicos momentos na seara que tanto procurei qual redenção os mesmos caminhares tão sombrios e os dias entre novos desafios aporta-me o terror em podridão.
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caíste nos meus antros mais profundos e assim ao te entranhar eu me embebi do sonho em delicado frenesi e vi bem mais que meros, vagos mundos, e os dias entre errôneos vagabundos destinos destroçados percebi o quanto ainda resta sei em ti e nestes caminhares mais fecundos, ao perceber a sorte em tom suave sem nada que deveras nos agrave desafiando o passo em tom errático, as ânsias costumeiras de quem sonha a face mais atroz, dura e bisonha, sorriso em ironias, enigmático.
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olhos fixos procuram novos céus e neles adentrando sem saber o quanto poderia mesmo ver quem sabe destes tantos fogaréus, os dias entre erráticos e incréus os mortos que aprendi a recolher o canto se esvaindo a se perder deixando para trás antigos véus, arrasto os meus caminhos entre engodos, desvios costumeiros, sei de todos, e os antros que freqüento sendo assim tramando em discordância a voz enquanto ainda ao longe tento, busco e canto sabendo deste mundo que há em mim.
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reluto enquanto busco a claridade dispersa dos meus dias, tantos anos, e sei quanto comuns os desenganos no passo que a certeza já degrade, o marco ainda vivo não me agrade e neles os meus cantos mais insanos, os mantos desvendando em velhos panos a solidão expressa a morte e a grade, ocasos entre falsas pedrarias aonde na verdade não verias senão este desenho em tom mordaz, aprendo com meus erros, mas tampouco o mundo se mostrara muito pouco daquilo que a esperança sempre traz.
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tocado por clarões entranho em senda aonde o verso tanto poderia fadar o meu caminho em luz sombria enquanto o desejar já não se atenda, e quando desenhada em mera tenda a sorte se transforma e moldaria do beduíno sonho em fantasia a sorte que deveras não se entenda, vicejas entre tantas flores quando o dia nos transforma e te tocando em radiantes tons dita a beleza e sei do passo aonde pude ver desenho mais sobejo do prazer e deste desdenhar, a mera presa.
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em languidez deitada no meu colo, apraza-me viver em teus caminhos vencer os meus demônios vãos mesquinhos neste delírio aonde em luz me assolo, o mundo se desenha sem o dolo e trava entre os terrores os espinhos, brindando a nossa sorte em raros vinhos, já não percebo o quanto aquém me imolo. Aprendo a caminhar em tantas urzes Porquanto ainda assim tu me conduzes Gestando o quanto pude em tom diverso, No vasto desejar dessedentando O sonho noutra face em ar mais brando, Rendendo em homenagem cada verso.
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fulgindo em raro espírito permito o dia que vir[a e mostraria a sorte noutra face em ironia e nisto o meu cantar esboço aflito, o marco de transforma em novo rito e o peso mais atroz da poesia gerando o que pudesse em agonia bem mais do quanto busco e necessito, atocaiado sonho em verso e dor no quanto quero ser o sonhador e ardores mais atrozes ditam sortes apático e decerto mais venal o risco se mostrando ora real e nele em mansa voz tu me confortes.
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nos pálidos momentos desta vida aprendo como devo proceder jazigos da esperança passo a ver no quanto se prepara a despedida, a sorte muitas vezes decidida errático desenho e sem rever o pântano que aprendo a conceber nos charcos traduzindo a vaga ermida, reprimo os meus anseios quando tento vencer o olhar ausente e entregue ao vento meu passo jamais molda novo encanto e quando me aproximo do oceano disfarço o passo enquanto ao fim me dano e embora entre tormentas, me agiganto.
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revendo o meu passado em tais encostas aonde na verdade o passo dita a sorte que deveras já finita demonstra o quanto agora não mais gostas as faces mais sombrias sendo expostas no quanto a sorte mesmo necessita da tenra solução onde esta aflita verdade gera o medo em consonância e o rastro do que fomos posso ver nas ânsias dolorosas do querer e nelas esta farsa em discrepância.
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volvendo aos meus hedônicos caminhos porquanto muitas vezes, sonhador, ao menos dissimulo a minha dor e tento adivinhar sobejos ninhos, os olhos entre os medos mais daninhos espinhos entranhando cada flor o céu que procurara em nova cor trazendo os vários ermos tão mesquinhos. Aprendendo com erros costumeiros Tentando ao cultivar nobres canteiros Colheita aonde nada se faria Num ápice diverso do que eu quis O vasto desenhar em torpe giz No quanto morta em mim a poesia.
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no grato coração de quem se fez disperso caminheiro do vazio enquanto o risco tento ou desafio a farsa desnudando esta altivez e quando em desespero agora vês o marco mais atroz traçando o rio e nele outro farsante propicio na lúdica verdade em cupidez, escassos sonhos moldam a verdade e nela o que deveras jaz e invade estranhamente a mente pode ou quis singrar novos caminhos onde outrora a fonte do passado desarvora e torna o sonho amargo ou infeliz.
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o quanto do desejo eu levarei depois de Ter buscado ao menos riso e sei do mais terrível paraíso no carma que carrego em torpe lei, o vasto deste intento desenhei e quando tento ser bem mais preciso, a vida se aproxima e sem aviso destrói o pouco ou nada que criei assumo os desenganos de quem tanto buscara muito mais que o desencanto comum a quem se fez em tom suave participar dos cânticos confusos e neles os meus versos mais profusos aonde a solidão decerto agrave.
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adustos cumes traço em sonhos quando o mar se rebelando em tais procelas e nelas os delírios que revelas aos poucos o meu mundo transbordando, alego com ternura transmudando o passo aonde outrora vi as celas e nelas os demônios quando atrelas gestando um ar sombrio e quase infando. Na homérica loucura aonde sigo Buscando qualquer messe como abrigo O preço que se paga, na verdade Angustiadamente se apresente E mostre um ar dorido e penitente E o sonho morre longe em vil saudade.
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o amor que na verdade eu sei pungente expressa a realidade mais audaz, no quanto tanto ou pouco satisfaz deixando olhar ausente ou mais contente, no todo aonde o brilho impertinente transcorre em passo lúbrico ou tenaz, aprendo a Ter quem sabe a ansiada paz ousando na esperança em contingente diverso do que tanto quis um dia e sei do pouco caso que faria quem finge ou mais se omite frente ao rastro deixado pela vida em tom atroz unindo em concordância nossa voz aos poucos sem destino ora me alastro.
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vetusto caminheiro aonde um dia a juventude houvera e nem resiste ao quanto meu olhar sangrento e triste desvenda o que tampouco poderia gestar em raro brilho de alegria e assim ainda mesmo teima e insiste no quanto o desenhar já não persiste matando o quanto pude em poesia. Ao menos cada engodo se desenha E quando a solidão atroz ferrenha Expõe a face dura, esta velhaca O corpo desancando em dor e medo Ao nada se deveras me concedo Meu barco noutro cais já não atraca.
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como agiganta o coração sombrio o sonho temporão de amor que entranha vetusto caminheiro em tal montanha desfiladeiro enorme que recrio e a queda quando em sonho eu desafio a fúria na verdade sei tamanha e muda com certeza a inútil sanha e nela se desvenda um novo rio, assisto ao meu final e da sacada a sorte há tanto tempo desenhada esboça um novo fato em passo rude. Seara desenhada ao fim de tudo No quanto sou agora amargo e mudo O sonho que se vê agora ilude.
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balbuciando apenas o tanto quanto eu quis e sei da cicatriz em duras, toscas penas o quanto ainda acenas e tento ser feliz etéreo este aprendiz em noites mais amenas pudesse pelo menos beber destes serenos e fúteis desenhares porquanto pude crer no farto desprazer insólitos altares.
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o quanto em mim alberga a sorte em tom diverso ousando neste verso o peso que me enverga o fim atroz se enxerga e vejo e me disperso enquanto pude e verso a morte já soerga e vasto pantanal na imensa charqueada a sorte desenhada em ar duro e venal o medo de sentir transforma o meu porvir.
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ainda rindo quando o olhar já não sacia a tola melodia aos poucos entornando e assim se revoando o sonho em harmonia dourando o dia a dia ou mesmo desolando o passo de quem tenta singrar esta tormenta incauto sonhador, no fardo em que me entrego o passo agora cego traduz imensa dor.
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das encostas e rocas os riscos mares trago e quando algum afago desenha em raras tocas aos poucos tu deslocas sentidos vários magos e sei dos mansos lagos e neles suas locas. Meu passo dessedento Enquanto busco e invento Um cais onde tranqüilo Pudesse ancoradouro E quando em paz me douro Mentiras eu desfilo.
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da vida algum rumor que possa desenhar no quanto me entregar fulgindo neste albor o nada a se propor e tanto divagar entranho o caminhar e nele intensa cor, na tensa realidade o quanto já degrade o passo em falso vejo e sendo assim falaz o coração me traz somente um vago ensejo.
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no coração ingrato de quem se fez alheio vencendo um vago anseio aonde eu me retrato no passo onde desato o sonho em devaneio e sigo mesmo alheio na busca de um regato resgato em atitude o quanto mais eu pude depois de tanto medo necessitando apenas as horas mais serenas ao tanto eu me concedo.
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desejo amargo e triste de quem se fez talvez no pouco que inda vês ou mesmo não desiste enquanto assim consiste em mera insensatez deveras já não crês no olhar que inda persiste vestindo a fantasia e nela não teria a sombra mais feliz do todo se perdendo o mundo este remendo diverso do que eu quis.
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num verde vale sigo em busca desta fonte aonde já desponte o amor amante e amigo e sei que não consigo senão sobeja ponte e nela este horizonte traduz qualquer perigo. Ascendo ao que tentara E vejo como escara O risco de sonhar, Vacante coração No fundo em emoção Delírio a se moldar.
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para mim há de ser o que jamais se fez no risco em lucidez a fonte do prazer e nisto passo a crer embora já não crês nem mesmo agora vês o quanto pude ver. Arcar com erro quando O mundo se tomando Em dor ou heresia, Na paz que me redime Um ar duro e sublime Entranho a poesia.
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os de alto coração expondo uma verdade que quando desagrade esboça a reação e gera uma ilusão que tanto nos invade e dita a realidade dos dias que virão aporto em teus caminhos e sei dos meus daninhos imerso em verso e pranto, mas quando vejo o fardo e sei de cada cardo o passo eu adianto.
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posto na aridez do passo em resoluto caminho aonde astuto delírio já não vês e quando mesmo fez o rosto em tom mais bruto deveras teimo e luto em louca insensatez ascendo ao nada quando o manto revelando a face mais sutil por onde quis um dia em luz e fantasia e o nada após se viu.
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a alma cansada dita a sorte em tom disperso e quando sigo imerso a vida necessita do quanto mais aflita ou mesmo tão perverso desejo aonde verso em voz tênue, a desdita acasos costumeiros e neles os canteiros já não florescem mais, assim ao me perder nas tramas do querer esqueço os meus florais.
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nas rochas mais tenazes vencer os meus anseios e crer nos devaneios que sei sempre me trazes, a vida em suas fases a dama em belos seios, os dias vão alheios e neles me desfazes resumos de outros tantos e sei destes quebrantos espantos onde pude sentir o olhar confuso de quem nos ermos cruzo e a voz ao fim se ilude.
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sentindo na planura dos vales onde outrora a sorte desancora e traz o que procura a morte em amargura o corte onde se aflora o peso me apavora e nada mais perdura, somente a vaga lua deitando bela e nua reinando em céu imenso, e quando me percebo nas ânsias em que eu bebo do amor eu me convenço.
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amar esta colina aonde no passado vivera o já traçado caminho que alucina a sorte determina ao fim duro legado e o passo desolado entranha em rara mina, aprendo com o pouco e nisto quase louco errático poeta no fundo sabe bem da vida em seu desdém e em nada se repleta.
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entre os mais verdejantes caminhos que eu seguira ao menos da mentira os sonhos me garantes e tanto quanto espantes ou mesmo se prefira a sorte noutra mira em dias deslumbrantes, riscando deste mapa a luz ora se escapa e gera esta sombria verdade mais dorida regendo a minha vida marcando o dia a dia.
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espiga em brisa e vento dos milharais do sonho aonde me proponho e bebo o sentimento expresso enquanto tento num ar manso ou risonho se tanto em enfadonho caminho, envolvimento, aprendo com engodos e sei dos velhos lodos e deles me aproximo, aonde quis a sorte apenas se comporte em mim o medo e o limo.
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o gado enquanto pasta olhando de soslaio o quanto agora traio e a vida já se afasta do passo que desgasta e nisto outro lacaio, o sonho não distraio e bebo a solidão na cética impressão de um dia mais feliz, o pranto não sacia quem tanto quis o dia e o dia nunca o quis.
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das torres, fortalezas os rastros de quem sigo há tanto e em desabrigo expondo as frias presas nas tantas incertezas o manto não consigo e quanto mais antigo o rumo sem surpresas ascendo ao nada em mim e bebo e sei do fim tempestuosamente o quanto quis um dia e nada poderia senão no quanto mente.
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tu me dizes que não pudesse ainda haver qualquer mero prazer aonde há solidão na mesma condição o risco de saber o medo do viver e nele a solução expondo em ar sombrio o quanto desafio do tempo em ar atroz e quando ouvir o canto de quem amara tanto já não conheço a voz.
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enquanto a bela lua deitando essa nudez demonstra o que tu vês enquanto a alma flutua deitando sobre a rua no rumo onde se fez imensa esta altivez a sorte não atua e vejo sobre as casas o quanto em sorte abrasas os passos rumo ao farto, no todo quanto possa saber também ser nossa a lua que eu reparto.
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nos mortos que carrego vergando o coração tomando a decisão e nela em rumo cego ao tanto que me entrego e bebo imprecisão encontro o mesmo não no quanto em vão navego, ascendo ao que podia na noite mais vazia em meio aos meus fantoches e nesta fúria expressa a vida em tal promessa aonde mais deboches.
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qual oração desfeita em tétrica miragem procuro nova aragem aonde se deleita a sorte quando aceita tramando na paisagem momento em tal visagem amor bebe na espreita serenos desta sorte que tanto me conforte enquanto me assedia, no farto caminhar desenho a se traçar marcando a poesia.
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em doces prendas raras encontro o que procuro e sei do quanto duro caminho em vãs searas e quando me preparas um céu bem mais escuro o canto em que amarguro espalho e me escancaras nas tramas mais audazes e nelas tu me trazes verdades inerentes a quem se fez alheio vencendo enquanto veio momento que apascentes.
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alegres desde quando o tempo se sacia na fonte em heresia o mar já me inundando e nele se moldando a voz onde teria quem sabe a fantasia deveras transbordando, refaço com meu verso o mundo aonde imerso bebera esta ilusão e o tempo desancora o quanto quis outrora coragem, coração.
177
juntas estão comigo as ânsias mais felizes e quantos dos matizes traduzem este abrigo e quando te persigo e tanto me desdizes gerando cicatrizes nas crises que prossigo. Aprendo ou não pudera Vencer a dura fera Atocaiada em mim, E o pântano gerado No sonho desolado Ditando tudo enfim.
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a morte conjurada há tanto em face escusa o passo que se cruza a noite constelada a voz já degradada o risco aonde abusa a sorte mais confusa e nela nova estada apreços que procuro e quando em céu escuro escusa realidade domina qualquer passo aonde me desfaço a cena se degrade.
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em tanto bem pudera vencer vicissitudes e quanto quer que mudes gerando em ti a fera a morte numa espera define em atitudes ainda que isto mudes a sorte destempera. O parto, o pranto o riso Distante paraíso E nele não se vendo Sequer qualquer detalhe Porquanto se retalhe Fortuna em vão remendo.
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com tanta dor me dizes desta alma demarcada na faca desdenhada e nela em cicatrizes as sortes são atrizes e tento nova estada aonde havendo o nada os dias geram crises esparso canto alheio ao quanto em vão rodeio e tento apenas isto, sentir o que talvez ainda já não vês, mas tento e não desisto.
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levando-me a tal mar por onde singro e tento vencer o desalento diverso em desamar e quanto a procurar olhar quem sabe atento vencendo assim o vento e nele me entranhar desvendo em verso e luz e quando reproduz vontade mais audaz aquém do que pudera a vida diz da esfera que o tempo nunca traz.
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se tens o coração envolto em claridade o quanto se degrade do dia feito em vão tramando em si o grão que tanto nos invade e gera esta verdade em dia sem senão rescaldos de outras eras aonde destemperas e perdes rumo quando o mar que existe em ti já não reconheci e sinto-me inundando.
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numa arrogância imensa o olhar se traz aquém do quanto já retém o passo de quem pensa na sorte em recompensa e busca noutro bem o amor que deste alguém jamais nada convença o marco em voz sombria a sorte não veria sequer o que procura, assídua companheira das noites mensageira em ti, jamais a cura.
184
na medida em que as mãos procuram cada veio e tanto ora te anseio adentrando tais vãos e nestes artesãos delírios sem receio enquanto fora alheio em mim diversos nãos e os medos retratando no olhar duro e nefando realidade atroz, mas quando sem espinho o amor onde me aninho transcende e gera a foz.
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palavras soltas tento e nelas me entregando e sei que desde quando ao mundo mais atento sem medo ou sofrimento o olhar se transmudando o risco sonegando o amor traduz alento, esgoto em verso e luz ao quanto se conduz o passo mais presente e nesta lua imensa a sorte se compensa e a bênção se pressente.
186
escaramuças tantas e nelas a vontade de Ter a liberdade aonde tu me encantas seguindo as noites santas porquanto em claridade a vida agora brade e nisto me adiantas um rumo aonde eu creio vencendo o meu receio de ver ausência em luz, já não comportaria assim a poesia o mundo ao que propus.
187
falasses entre os ritos diversos e mesquinhos a vida trama em ninhos momentos mais aflitos e bebo de infinitos delírios entre os vinhos e sei dos meus daninhos caminhos tão malditos restauro em verso o sonho e quando me proponho encontro o libertário desejo mais audaz e a sorte então se faz bem mais que imaginário.
188
galopo este cavalo em novas tempestades e quando ora me invades em ti eu avassalo assim eu não me calo e tento em liberdades vencer minhas saudades e nisto a cada embalo o risco de sentir alheio ao meu porvir a vasta noite aonde o mundo em tom venal deveras sempre igual cenário agora esconde.
189
jogando em tuas lanças as tantas alegrias ao menos poderias imersa em esperanças vencer as nunca mansas memórias e agonias e nestes novos dias as sortes tu alcanças e quando sabes bem do sonho quando vem domar a realidade tropel em fulgurante caminho se levante e o gozo em paz invade.
190
dançando em noite clara ciganas sincronias as horas e alegrias a bênção se declara e quando a noite ampara o quanto mais querias vencer em harmonias a dor cruel e amara, o parto renegado aborto disfarçado nos antros da promessa o medo não traduz o canto em contraluz e o fardo recomeça.
191
como destra em plena guerra que jamais há vencedor o meu canto sonhador tanto sonho sempre encerra e deveras já descerra noutro tom jamais se opor ao que tange sonho e dor na verdade teima e berra outra vez a voz avulsa a certeza quando pulsa sem repulsa dita a sorte, o cigano coração sabe as ânsias do verão e vagueia sem seu norte.
192
se tu tens o coração entre as ânsias e legados outros rumos derramados neles mesmo a divisão entre as fúrias não verão meus caminhos desolados e deveras dos soldados noutra senda ou batalhão o meu canto se extasia entre luz clara ou sombria degenero em passo atroz ao buscar a liberdade o que tanto ora me invade sela em dor a minha voz.
193
com tua arrogância vejo a verdade já desnuda a saudade cega e muda preparando novo ensejo e se tanto amor trovejo a mortalha não ajuda a palavra nunca iluda quem deveras diz desejo, o meu canto se inebria na certeza de outro dia nele tendo a paz ou guerra, aprazível cercania onde tanto te queria e a verdade não descerra.
194
deixando voar o sonho onde nunca pude ver sem cenário a se tecer o caminho que proponho muitas vezes mais bisonho outras tantas desprazer um cigano a percorrer os delírios onde ponho coração sem liberdade ou deveras a saudade doma o passo do tropel ao cerzir em poesia o meu canto não veria qualquer luz em turvo céu.
195
entre as damas o valete o reinado se desfaz quando vejo o sonho audaz o meu canto não reflete e se pouco me compete eu persisto e sou tenaz ao buscar o quão mordaz caminheiro se repete e desenha em sortilégio o que tanto quis mais régio e não pode discernir vandalismo invés de sonho e o que tanto te proponho já não nega este porvir.
196
o cavalo em liberdade meu corcel quase indomável o caminho decorável noutro rumo em liberdade através da ansiedade o cenário mais palpável ou deveras agradável com certeza ainda brade e domine sem temor o meu rumo em farta cor farsa alheia a que inda resta no passado a voz funesta no futuro este vazio e se tanto quero e posso coração aonde endosso o meu canto em desafio.
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zambo passo em noite vaga risco alheio ao que pudera a saudade destempera no caminho onde mais traga a palavra dita afaga e se trama a velha fera onde quis a primavera nos olhares mera adaga, nas adegas da saudade esperança não agrade quem tentara libertário caminhar em plenitude se o meu canto já não pude da ilusão atroz corsário.
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nos anseios e nas crenças arco em voz com heresia tanto tempo poderia e deveras já não pensas nem sequer mais tu compensas o que tange ao novo dia feito em luz ou sintonia onde há tantas desavenças esperança não pudesse presumir esta benesse feita em luz ou turbulência neste farto caminhar procurando algum luar e não tendo esta clemência.
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no quanto jogasse a lança e pudesse em seta ou alvo na verdade não ressalvo nem sequer amor avança e deveras sendo mansa a verdade enquanto salvo o meu mundo em monte calvo outro olhar gera esperança de quem tanto ou nunca quis a verdade em dor e riso no meu ermo paraíso gera o sonho, este aprendiz.
200
ao dançar onde desloca o meu rumo em tom sombrio o meu verso toma o brio e deveras beija a roca adentrando medo e loca onde teima em desvario e se tanto desafio no caminho não se toca nem sequer o que pudera ou talvez em nova espera cerziria em verso ou canto, se talvez inda teimasse noutro rumo nova face, mas sozinho enfim me espanto.
MARCOS LOURES FILHO
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