DECLINAR DO DIA
Ando pesada de tanto passado Mas não ouso fraquejar Coragem trago ainda um punhado Na torrente da vida, aprendi a nadar.
Olho o meu tempo redondo Sou uma vaga sombra na parede A luz enfraquece, vai-se a noite impondo, Fica a saudade a matar minha sede. E a bom rítmo me traz memórias Surge agora o sino tocando à oração Me vejo no altar das oratórias Entregando a Deus meu coração.
Vai a vida deslizante Vou eu fingindo prazer Centelha que arde num instante Sinto-a perdida a morrer.
Vivo nas teias da saudade Deste lado sou bola de sabão, Às margens da eternidade?! Sou fiozinho traçado a lápis de carvão.
Assim, meu anseio não é de amanhã Mas sim do ontem! De ver os pássaros p'la manhã Em liberdade a esvoaçar Prefiro até que não me contem!? Que viram o tempo, por mim a passar. rosafogo

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