
O saber ler do ver
Data 16/07/2010 08:38:41 | Tópico: Poemas
| Passa a vida que sempre passa Pelo canto da mente E nas horas já vividas Espera-se a nova que há-de vir
Não sigo o que os livros dizem [leio-os apenas] Teria que concordar com o parecer Das gentes que os escrevem; Ora o seu parecer não coincide com o meu Nem sempre Nem o meu com o delas
Os pareceres ou semelhantes Não têm que ser verdadeiros verosímeis; Ora não é?
Eu penso as coisas que vejo E vejo as coisas como as penso
Que me ensinam os livros de ensinamentos Se as coisas da vida e dos sentimentos Não têm escribomania?
Que me importa saber se aquela montanha É mais alta que a outra? Não me agastem minha gente O importante é subir a sua encosta Escalar escorregar ou até morrer nela!
Que me importam os nomes dos Oceanos? São mares agitados ou serenos Maré-alta ou mareante Manchados a óleo E isso me abastarda!
Os livros não nos ensinam a olhar O observar das coisas Só nos doutrinam os seus nomes Incluem-nos em passados Maharashtra No fundo duma velha gruta Cavernas de Ajanta
Em Arca de Noé In Arca de José Tanto faz Desígnios traçados em livros santos
Assim passará a vida que sempre passou Pelo canto das nossas mentes E nas horas sentidas Esperamos a nova que há-de vir
Leiam livros criaturas! Leiam! Livros que vos façam arrepiar a pele Multidisciplinar um todo Em meio à multidão que nos emudece
Leiam poesia!
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