
AO MENINO DOMINGOS DA MOTA, MEU AMIGO
Data 12/06/2010 04:01:23 | Tópico: Crónicas
| Só Deus, se é que Ele existe, sabe como eu gostaria de estar hoje aí no Porto. Imagino meu amigo Domingos da Mota, no lançamento do seu primeiro livro, Bolsa de Valores e Outros Poemas, como um menino que, depois de tanto tempo de espera, ganha a sonhada bicicleta, numa noite de Natal quando não se lembrava mais do presente que nunca lhe vinha. Sabe, Domingos, queria partilhar com você de perto desta sua alegria. Quanto tempo de dedicação à poesia. Quanto tempo de trabalho exaustivo, lutando com as palavras, pescando imagens, burilando o verso, como um artesão. Não nos conhecemos pessoalmente, causa desse mar sem fim que nos separa. Mas esse mar sem fim não foi capaz de impedir nossa amizade. E não será capaz de não permitir que, mesmo em pensamento, eu vá até ao Porto, o seu Porto, para lhe dar um forte abraço, um aperto de mão e acompanhá-lo depois em alguns copos de bom tinto. Sabe Da Mota, os poetas são meninos que cresceram um dia. Só cresceram. E assistiram o passar dos anos, sem dar qualquer importância ao tempo. Apenas isso. Para a poesia, para o poeta, o tempo é bobagem - não existe. Lá sei eu se esta crônica está boa. A emoção nos rouba por vezes a razão.E eu estou escrevendo o que o coração dita. Queria aplaudi-lo de pé, porque, além do grande poeta, você é um grande caráter. Quantas vezes você não deu sua cara pra bater em minha defesa. Não será hoje, por motivos vários que você bem sabe. Mas num breve amanhã estarei aí, presente, para abraçá-lo. E esse amanhã então será este hoje. Meu abraço, meu carinho, meu muito obrigado por me deixar ser seu amigo. E este abraço, este carinho, seja extensivo também ao Xavier Zarco.
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júlio
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