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Data 03/06/2010 12:12:16 | Tópico: Poemas
| Ao longe A encruzilhada A meio caminho Uma tábua rasa Num mês de Junho A aurora Um pássaro ferido Sem asa
Ao longe O meu pensamento Desliza em degredo Apetece-me gritar É campo aberto Sem medo, sem medo A terra é vermelha É barro por moldar
Ao longe Em agonia O calor mata a erva Com o sol do meio dia Meu amor, é terra, é terra Num país a nascente Tanta gente, tanta gente Ai, Alentejo és suor Do rosto, virado de frente Do sonho num gemido Pedaço de vida Que acende
Ao longe a esperança Embrulhada em estopa Deambula pelas pedras Sangue, negro, seiva viva Encontram-se na encruzilhada A meio caminho a planície Agita os braços cansada Grita, oiçam os grilos já cantam
Em tábua rasa me deito Para logo me levantar Um espinho cravado no peito Montemor a abafar
Pelo calor do verão Eu olho e mais nada Mas pelo sim pelo não Ponho o pé naquela estrada.
Antónia Ruivo
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