NUNCA SEI ONDE ESTÁS
Data 27/05/2010 19:56:31 | Tópico: Poemas
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NUNCA SEI ONDE ESTÁS
Vasculhei toda a penumbra dos dias
Pois de ti não sei...
Cruzei os mares, o céu e as fantasias
Teimosamente não te encontrei.
Procurei-te, no vazio das noites breves
Mas nunca te vi...
Sonhei-te nas asas do vento, leves
Mas nada de ti...
Desesperei às portas do Vaticano
Mas não apareceste ,
Escrevi com estrelas que te amo
Mas tu não leste...
Revirei desertos de coragem
Da esperança fiz a estrada
Escavei-te até na miragem
Mas de ti, nada.
Desflorestei a virgindade da amazónia
Venci duelos contra serpentes
Amainei os ventos da patagónia
E palmeei os velhos continentes.
Entrei nos olhos das baleias
Aprendi com elas o seu canto
Respirei toda a beleza das sereias
Mas não vislumbrei nelas, teu encanto.
Mergulhei no coração do planeta
Pela garganta funda do vulcão
Voei na cauda do cometa
Desde mercúrio a Plutão.
Emergi Atlântida do mar secreto
Degelei montanhas de cristal
Perguntei a Platão e a Mileto
Mas de ti nem um sinal.
Nos meus dedos, tafetá
Redigindo a trajectória
No túmulo de Amon-Rá
Procurei por toda a história
Em terras do marajá
De ti, não há memoria.
“Onde estás tu diabo”?
Sentia esvair-se-me a fé
Não estavas no eldorado
Nem na face de Gizé.
Sumiste cavalo à solta
No passado em que procuro
Mas se o passado não volta
Reviravolta,
Vou procurar no futuro.
Regensburg
27-05-2010
Beija-flor
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