Daqui de cima, vejo o verde verdejante que aos poucos abraça as trevas que nasce prematura no horizonte.
E as árvores de copas e silhuetas majestosas dançam ao toque da brisa suave e delicadamente com a terra gozam.
O fosco pálido sol já não mais me amedronta. Quando a lua prateada vem com um infinito coro de estrelas, sua face carinhosamente me encanta.
E sinto a perene lembrança, no mais intenso desejo, a delícia mais ardente do seu beijo.
Daqui de cima, vejo a negra noite da cidade que eclipsa o meu pálido corpo mergulhado na intrínseca saudade.
E penso em ti com um pensar eterno, no completo intenso fugídio da dor, entregando-te meu corpo nu pleno à melancolia de nosso amor.

Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2000.
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