
A solidão das marés
Data 14/05/2010 23:27:55 | Tópico: Poemas
| Os pés pisam a areia molhada a noite repleta de orvalhada enregela o corpo sofrido como doí, como está moído.
O altar está preste a esgotar acende-se uma vela ao mar reza-se ás marés em canto lava-se as magoas no pranto.
ai choro de solidão que não dobra o perdão ai cólera de não se entender porque temos tanto de padecer.
As luzes de um cargueiro mostram o rosto do marinheiro com lágrimas no olhar caídas misturadas com o mar.
Como a onda beija a maré o aflito roga alivio à sua fé como dizer amor sem molhar os lábios do seu sabor.
No cais fica a razão do viver a saudade do padecer as motivações do suportar a solidão que mata mais que o mar.
@ Eduardo Jorge, em 4 de Maio de 2010
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