
Urge Saber
Data 12/05/2010 00:15:00 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Amiúde vejo rostos que sofrem tanto por não saberem dizer sim ao acto Àquele acto bondoso que se apresenta Actuando num frente-a-frente descomunal Cruzando-se e entrecruzando-se, sôfrego de dividendos Por não ter no corpo os restos mortais de um acto carnal
Sem ter que partir para os anais da bibliografia morfológica De um poema ou de um texto original Encontra-se a palavra morta por um par de asas soltas Sempre que se vê o efeito voador de um objectivo morto atingir o clímax fatal
Dizia-se de si e de seus prazeres ocultos Vinha num tempo que precisava encontrar-se no seu apogeu Mas desfaleceu… E não mais se viu a boiar nas águas do oceano pacífico Pacificou-se nas águas lamacentas que banhavam os corpos ainda quentes Sob o ar ameaçador e castrador de um odor fatal
Quase sempre em horas impróprias escorria-se para o corrimão das letras Que por tão negras se apresentarem Tentavam-se sempre umas às outras numa história triste e banal Mas nunca por nunca, se apresentavam medíocres Nem tão pouco na lonjura imposta pelos movimentos alicerçados num poder ex-comunal
Maleitas que o mundo tece À roda de uma fogueira que arde sem razão Não fossem as léguas que ainda têm que percorrer até chegar ao ponto central da questão.
Urge saber onde pára esse ponto na atmosfera densa de um conjunto de palavras Que se afogaram no seu próprio líquido amniótico. Urge descobrir porque se fechou o saco Quando ainda restava tanto tempo para a transmutação
Urge….saber onde e como ficou o centro que ao abrir fecundou
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