
Cuidado Não Leia
Data 27/07/2007 14:31:55 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| EXPOSIÇÃO (Davys Sousa)
Exponho o espaço vazio de minha alma Arrancando de seu abrigo, destroçada, em ruínas Todos os segredos, agora, incobertos e incriminados Por fazerem quem eu sou... triste, vazio, sombrio.
Exponho feridas que tenho na alma, misérrimas Feridas que guardo. Recebo mãos que afagam E mãos que me apagam coisas boas e humanas, lágrimas Derramo, declarando cinzas meus próprios pensamentos E lembranças, que digo que são infiéis a mim Já que podem me atrair e lançar-me em abismos.
No frio zero de minha alma, o inóspito murchar da vida. Sonho dias mortos onde enormes enchentes imaculam Tudo que sou e põem-me máscaras... secretas, vivas...
Exponho o espaço vazio de minha alma Sonhos perdidos, mágoas e ressentimentos alojados, Desespero, desesperança, ódio de mim mesmo, Lágrimas congelados no peito, feridas abertas, alma desencontrada, Lamentações confidentes a mim mesmo, fugas dentro de mim, As dores são como espinhos me despertando para a realidade Que alheia de mim era vista em sonhos... um outro Mundo Que me subjuguei há muito tempo...
Exponho um rosto afetado, triste e vazio Que se olha a um espelho e não vê nada E não crê em nada... Não vinga as falsas idéias!
Sou uma sombra do que fui, do que me estou, Suicida porque me mato a cada instante. Sou poeta desenganado com a realidade, Místico, romântico, gótico... do sonhador Trago seu lado sombrio que se encontrava Numa imagem de um mundo fictício.
Minha alma está por um fio compulsivo De afetações sorumbáticas, esquecida e abandonada Com admiração ao vazio, pois ando a separar-me de mim mesmo Na dualidade que transpareço ao momento que fujo mais e mais, Tornando cinzas o que fui, e tornando sombra do que serei... A natureza do meu estado da alma é vesgo, frio... Exponho em mim tudo o que fui, sou e serei...
Escrita em 27 de Julho de 2007 (11:25)
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