
O sol não é para todos.
Data 25/07/2007 15:53:42 | Tópico: Poemas -> Sociais
| A minha mente divaga. Acelera em turbilhão. Mas a memória não apaga, Os anos de escuridão.
Sou aquele que já viu, Toda a miséria do mundo. E que também já sentiu, O que era estar no fundo.
Como posso ter alegrias? Se olhando á minha volta, Só vejo males e alergias, E gemidos de revolta.
Vejo meia dúzia satisfeitos, E milhões desanimados. Uns, vangloriam os seus feitos. Os outros, só são usados.
Por razões desconhecidas, Ou por mistérios escondidos. As vítimas são esquecidas, E os lamentos não são ouvidos.
Fico triste e pensativo. Pensando nisto tudo. Por esse mesmo motivo, O que escrevo, eu não mudo.
Por muito que se queira, Que fosse tudo normal. Não se consegue sol na eira , Tendo chuva no nabal.
Trabalhar para aquecer, Mais vale morrer de frio. Trabalhas para nada ter, E na vida não tens brio.
De que vale o sacrifício, Que tu andas a fazer. Fazes bem o teu ofício, Mas mal ganhas para comer.
O que tens, é pouco ou nada. Mas matas-te a trabalhar. Uma sardinha enlatada, É o que tens para mastigar.
Faça sol, ou faça frio, Trabalhas no que calhar. Tu na vida não tens brio, Mas fartas-te de trabalhar.
O patrão, tu mal conheces. Nem o acompanhas nas noitadas. Mas cegamente obedeces, Ás ordens por ele dadas.
zeninumi 25/7/2007
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