
Tabis Dorsalis
Data 20/04/2010 18:06:10 | Tópico: Poemas
| Óh lívido amor que as horas defloras porque triste choras? Se de júbilos cobrem-te os dias e as noites de orgias.
ÓH fulgor de luz que preenche e seduz todos os sentidos, todas as vias. Porque choras, se antes sorrias?
Porque te cobre de agonias se teu tecido é lívido tingido de alegrias.
Porque te enganas, engoles porcarias, caldo de brutas canas açúcares de hipocrisia.
Porque inflamas as pústulas, roséolas em suas chamas, Não mais danças nas camas claudicas sem harmonia?
Amor de leito: perdido, imperfeito (belo até a visão do raiar do dia).
Amor eleito, sempre desfeito perdido ao espaço engano crasso prosaica refeição antes rara iguaria.
Amor de leito, fraco, escasso tênue laço, ilusão fugidia.
Vai-se claudicante tabes dorsalis, marcha errante, insensível loucura fria.
Descoberta pela ciência disseminada pela inconsciência pela falta de amor e pela parafilia deformando que não conhece ainda a luz, o dia.
Tabis Dorsalis é uma forma grave de sífilis tardia que infelizmente ainda é vista hoje em dia. Uma doença que previne-se com preservativos e cura-se com uma simples penicilina infelizmente ainda aleja e deforma jovens, adultos e crianças em todo o mundo, tanto na forma terciária quanto congênita. Uma doença antes de ser biológica, sobretudo social. Este poema é em Homenagem a pequena Jéssica, que acaba de nascer com graves seqüelas devido à irresponsabilidade materna e paterna.
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