
A Uma Árvore Morta
Data 07/04/2010 16:56:00 | Tópico: Poemas
| Ergueu-se sobre o asfalto seco, ao lado de um rio imundo, com as copas crispadas a ofenderem o céu.
A passarada a rejeita, os insetos, dela, já não se nutrem. Seu tronco áspero cinzento, tal qual um cadáver embalsamado, que resvala contra o tempo atrai os olhares dos poetas e afugenta a atenção dos passantes. Ah, ardor que penetra minha alma, tristeza que rasga e fere o coração.
Frígida, entorpecida, pétrea árvore, ofereço de meu corpo sem emoção o meu morno calor e minha alma torta num abraço heróico, ó compadecida escultura de natureza mórbida erguida em riste, com devoção. À triste e solitária árvore morta, entrego-me com adoração.
Alcântara, 27 de janeiro de 2008 (Numa nublada tarde de domingo).
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