
Transe
Data 31/03/2010 17:46:16 | Tópico: Poemas
| Vendi a alma por duas moedas e meia... Não a um qualquer idiota de gravatinha Ou a um faustoso impregnado de fastio. Vendi-a a todas as letras que degluto, À vida que levo roída de inveja e luto Entregue aos vossos olhares de desafio, À caneta que desliza em mim, mesquinha Na pele gasta ensanguentada por sua veia.
Troquei o ar nefasto do campo pela cegueira, Pelo odor pestilento que outrora me consumiu Envolto em névoas, sob os corvos aqui poisados. O brilho negro das estrelas guia meus passos O vento balbucia meu nome em pequenos espaços No calor sexual de dois amantes entrelaçados. Sete sóis aclaram o dia lento, nunca se viu, A terra treme como louca vida nesta fogueira.
|
|