
Carne e Álcool
Data 31/03/2010 11:39:51 | Tópico: Poemas
| O vinho. Quem não deslumbra o sabor do vinho Que percorre o tato carnal do desejo? Ah, a carne e o álcool são prazeres Nunca esquecidos por guerreiros, Plebe e poetas. A carne. Quem não ama saborear a carne Entreaberta na luxúria dos tonéis de cetim? A bem-amada concubina se entrega Como a uva se deixa fermentar Pelo tempo em que todos anseiam.
O álcool.
Ente quase etéreo que flutua No prazer instintivo jamais esquecido E se dissolve com o ar Impregnado do vício carnal do amor.
Deuses amam o vinho, Demônios dançam sobre o álcool, Homens e mulheres se consomem Em atos lascivos frenéticos Abençoados por deuses e demônios.
A mente e a alma são testemunhas Dos seres trôpegos entrelaçados. Carne e alma dissolvidas no álcool. O gozo, licor dos lúbricos amantes, É o destilado da vida fermentada.
A carne e o álcool, O álcool e a carne. Um subterfúgio ácido, Uma fusão constante de desejos, Uma volúpia torta sob toques trêmulos.
Os beijos, são fortes aromas da vivacidade Que se espalham pela alcova enegrecida. E é na alcova gótica dos sentidos, Que por fim, no murmúrio findo da libido, Carnes exauridas de álcool Adormecem sorrindo.
Poemas do livro Orações Licenciosas, de Romulo Narducci.
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