
Elos ao Silêncio
Data 31/03/2010 02:35:57 | Tópico: Textos -> Surrealistas
| Já não consigo abrir-me. Em mim não há fortalecimento; a vida? Os meus braços são pénis sem gestos, pois o silêncio desligou-mos e, por eu não ter o alimento, destroça-me. É de noite uma noite que, e o silêncio; cola-me; a morte? Divulga um volumoso disfarce de obstrução e, ali o silêncio, a tudo pode federar-se, – um abuso! -, e a tudo recordar-se-ia! Com rapidez avulta-se, aí sopra em frente a sua absorvente nudez e pode tornar-se num azar ou num dom – a sedução! -, que muito contraria! A noite canta sombras de gelo e ausências bem cantadas, por serem vaginas cavas os meus ouvidos, caso-me na depressão, com as baladas da quietude. Bestas acordadas e cáusticas aves pululam-se na imensidão próxima – feiura! -, e eu sufoco ao baloiçar com umas nuvens – beleza! -, para me chover, divorcio-me lá praticamente, em crer; as coisas mortais são como são sem terem de ser, frugal injustiça é somente a desafinação por estas noites; mas é igualmente gracioso! Basta examinar todo o chistoso mundo, tudo!, e eu estou, sem muito estímulo, acordado e há quem esteja, com muita animação, dormindo. As personagens para a escrita expõem-se, presentemente, menos ocupadas do que eu, mas, faustosamente, aquilo que escrevo – consigo e a escrever escrevo – no papel é para… esconder a erudição e os prazeres, pois que aqui estou, ao falar comigo próprio sem ruído, se a minha voz falhar… o meu cérebro entretém-se sozinho, em silêncio…, … Texto que faz parte do meu livro Eviscerar Mistérios
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