
Bocas famintas
Data 31/03/2010 17:41:57 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Bocas famintas entreabrem-se na surdez do grito sopros que secam os lábios ressequidos olhos cegos enlaçados pela vida em escuridão corpos anorécticos, desnudos submissos
Deslizam na aridez dos solos qual robôs, autónomos, perdidos na imensidão do esquecimento e no olhar a dor de terem sobrevivido
Solos secos, desnutridos gemem no calor do sol em fragmentos dispersam-se ao vento ao vento cego das estepes… sem dó
E lá bem longe, em outra dimensão corre a água em abonação apodrecida pelos dejectos da sordidez humana desprovido de global visão
Calam-se os Deuses enfraquecidos nas mãos o vazio da impotência desalentados persistem na cálida esperança dos humanos criança.
Escrito a 5/02/10
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