
Silêncio
Data 25/03/2010 21:20:30 | Tópico: Poemas
| há no silêncio da noite um sossego esquizofrénico, uma espécie de opressão como se a mente fosse um zumbido esparto e doente.
os pensamentos vêem aos pedaços, como farelo bêbado e opaco, como uma lobotomia com defeito. um suspiro interrompe a luz como se fosse pensar, como se o dia passado fosse uma ostentação messiânica no feitio.
lembra-se das loucuras fotográficas, do casaco e do credo e até do vinho misturado com opiáceos. tão vil e reles esta gente, sem mitologia a modificar o ébano estrito e incessante da alma.
depois lembro-me de ti, com vontade de nunca te ter conhecido. estás agrafado na febre do jantar, com a coleira da lebre colada ao nervo dissecado, como escroque no final do enterro.
Eduarda 25/03/2010
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