
Sou como uma criança
Data 22/03/2010 19:46:22 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| SOU COMO UMA CRIANÇA
O tempo passa e o silêncio desce Traço o último olhar sobre este dia Já a sombra da noite aparece Já surge a monotonia. Nada mais repousante que esta hora! A sombra da noite caindo Ver o Sol distante a ir embora E as giestas de amarelo vestindo. Cantam ralos sem parar E não param na ribeira as rãs de coaxar.
O burro tira ainda a àgua à nora E já o dia sem lamento vai embora.
Mergulho meus dedos na escrita A mim tantas perguntas faço!? No Mundo tanta desdita Tão pouco amor, falta de abraço. Tiro um livro da estante Pensando numa razão para a vida Fecho os olhos me sinto perdida Deixo o pensamento distante.
Escrevo, sobre coisas de pouca monta Escritos que dão pouco fruto As lembranças já me deixam tonta Perco Vida a cada minuto.
Sou como uma criança Tal qual se manifesta Ora alegre e com esperança Mas logo sem vontade de festa.
Leio um livro ofertado Que fala de lágrimas e olhos doridos Do presente e do passado E de mortos não esquecidos. De viagens sempre adiadas Páginas e páginas tristes, em tristeza mergulhadas.
Pergunto-me porque estou triste Se, porque mais um dia passou Ou porque a tristeza insiste Em me pôr mais triste do que já estou.

Não leio mais por hoje Apagou-se o fogo na lareira Já a vida me foge Ela que ardeu em mim a vida inteira.
rosafogo
Escrito no silêncio da aldeia, só ouço agora o piar dos pássaros escolhendo ramo para prenoitar.
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