
Cazuzando
Data 20/03/2010 21:12:46 | Tópico: Poemas
| E se eu visse o número De dias que ainda tinha E fossem míseros escassos.
E se minha força bruta Estivesse corroída ao âmago Por uma maldição xenófoba E o extremo carcereiro Aferrolhasse o cadeado.
Ai que seria de minha amargura De minha indolente preguiça Que seria deste praguejar sonoro Sina alucinada a que chamo rotina.
Que seria de tanta relutância E sonhos por nunca cumprir Que seria de minha pompa moral De todos os amores que deixei por menos.
Ai profunda dor da saudade Da maravilha do vislumbre De tudo aquilo que apenas Quase viemos a nos tornar.
Serei sempre um quase? Sempre o choro sem consolo? Serei sempre a dança de águia solitária? Sempre a guerra contra a peçonha?
E se urjo e insto por outro momento Por outra realidade outro futuro Talvez ainda me debilite ainda mais Dando às costas aos cobradores Quem sabe se erro por não falir Quem sabe o melhor caminho a seguir.
Piso com força Mas cuido dos joelhos Assim como amo E evito a fascinação.
O poder vinha adverso Era quase como um poder contra si mesmo E então se dava conta De que a maior conquista seria sempre o silêncio A capacidade de ver E de sentir com os olhos.
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