
Acalorada ausência
Data 12/02/2010 17:30:39 | Tópico: Prosas Poéticas
| Acalorada ausência
Parte 1
Dormir ausente de ti. É como dormir do avesso, Sem berço, Rota e moribunda, Sem ti me desconheço. Dormir sem estar envolta por ti é Definitivamente vaguear, Perambular no sono e não descansar.
Ontem de mim foste distante. Apartado. Revirei-me por dentro, catei teu cheiro em mim. E inodora fui. Ontem, (Não) dormi sem ti. Desse envolver tenho vício, Da pele que atiça tenho falta, Do olho desnudo que despe o meu no amanhecer Sou viciada... Dependo Decorro, Derivada desse teu existir, Do teu desaguar tenho sede, Fome, Ávida e em sofreguidão... Insaciável de ti.
Ontem, na noite perene e escura. De mim te foste, Levaste a calma e a serenidade Carregaste minha mansidão.
Restou um fogo que chorava e ardia. Ardia e queimava, Incendiando as horas, Corpo e cama não se entendiam. Passou um furacão, revirou, Sacudiu, Tremeu... Foi a ausência de ti.
Agora nas agruras das horas, No cansaço do olhar te peço Vem, Vem pacificar esse estômago a revirar Vem! Sanar com teus beijos a febre que seca, Vem copioso, Veemente, Intenso e revoltoso, No meu mar de convulsivos quereres esgotar. Impetuosamente... Exaurida quero estar...
Espero e quero, O teu enredar, Esse embaraçar de teias e pernas, A confundir-nos de tão unos, Entranhados, Embrenhados na lascívia desse (a)mar. Vem, Não tarda... Agonizo, Não te atrasa... Padeço de tanto te cobiçar...
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