
Lapso Temporal
Data 11/02/2010 00:55:24 | Tópico: Poemas
| Se vier a dor, se ela não me aceitar Como farei para suportar Terei consolo dos astros? Conselhos dos amigos falsos? Farei sessões de saudade? Me verei em qualquer situação? Talvez a resposta não chegue Talvez o amanhã também não E torno a girar no meu mundo No meu desespero profundo De quem não se encontrou ainda não São tardes e noites a pensar Que lá em qualquer lugar Estará a paz a me esperar São ondas que por aqui já passaram São lembranças de amores largados Amores de terra, suor e pão! Foram dias no mar a vagar Aonde iremos chegar? Em que porto iremos atracar?
Que brisa quente é essa? Inunda meus olhos a claridade Que brilho! Que luminosidade! Que jeito estranho de ser Que forma de se comportar
E segue a leva de famintos Com sonhos em seus labirintos Retorno assim que puder, penso eu Pensam alguns: talvez aqui me dê bem Isso é morte, é além E cá no meu canto assustada Com ecos da vida deixada Sonho um dia voltar Prendo as lágrimas de dor Pra lá em vida não mais vou E o cheiro do pão bem quentinho Laços de tantos carinhos Perco os últimos raios de luar Dentro do grande mar Que me recebe a navegar
Um dia desperto E cá estou Tempo passou Tempo levou Levou o cheiro A temperatura da terra Os ecos dos sonhos Dentro do mar A esperança, essa não me largará E mistura de tantas vidas Dessa jovem, senhora ,velha sofrida Me diz baixinho: tenha calma Sua hora chegará, não se apresse O tempo ele é caprichoso
Inunda seus olhos de tudo Imaginas o absurdo Jovem,senhora, velha perdida Um dia sei que voltarás Talvez te acolha o mesmo campo As mesmas flores que te viram partir O mesmo mar tão grande e nem sempre sereno Te dará boas vindas enfim
Nesse dia me dirás do teus medos Das vidas que já vivestes Da tua fome de terra De amor, de pão e perdão E serás enfim feliz De olhos abertos ou fechados Receberás meu abraço Enfim, te tirarei o cansaço
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